Os nossos “20 Setubalenses, 20 Artistas” seguem persistentes e lutadores. Esta semana regressamos ao palco do Teatro com as mil expressões do clown na arte e nos sonhos da arte, pelos quais Mara Guerreiro não desiste de lutar
“Aqui estão quase 20 anos de trabalho. E a essência do clown, navegante das emoções”, apresenta Mara Guerreiro, actriz de um tempo em que o teatro “ainda é um mistério para o público”.
Mas, isso não é um obstáculo para a performer. Pelo contrário, é mais um motivo para “desafiar a vida e a arte”.
Na sua alma de clown e no rosto de mil expressões está a mensagem de que “é importante lutar pelo que queremos, mas também é importante deixar fluir a vida. Deixar que ela nos leve para onde tem que levar”. Afinal, no fim, o teatro é assim, dono de uma magia que “deixa as coisas acontecerem naturalmente”.
Este é a Mara que acredita que a Arte, seja ela qual for, deve acontecer sempre ‘fora da caixa’. Inovadora. Aliás esse é o conceito da arte. Criar sempre algo novo a partir de cada momento único, que não se volta a repetir.
Uma Mara que tem sonhado desde sempre com o percurso no teatro e nas artes performativas e que “não desiste de lutar”.
Arte com resistência
No mundo em que as cenas deviam acontecer no palco da vida naturalmente, Mara assume que a Arte “tem sido um percurso difícil e precário”. Um percurso que, “infelizmente, é a condição de muitos artistas”.
Se esse é um motivo para colocar barreiras no caminho, Mara Guerreiro desafia que “não”. E acredita, “quando as coisas são feitas com amor e persistência, acontecem”.
Quanto ao modo como a cidade deixa as coisas acontecerem, a Arte é outra. “Começa a existir cada vez mais abertura para novos projectos”, contudo, “ainda existe resistência. Cabe a nós, artistas, encontrar estratégias para cativar o público”.
Foto: Alex Gaspar