20 Setubalenses, 20 Artistas. José Nobre: “Personalizar Fernando Pessoa é o grande desafio da representação”

20 Setubalenses, 20 Artistas. José Nobre: “Personalizar Fernando Pessoa é o grande desafio da representação”

20 Setubalenses, 20 Artistas. José Nobre: “Personalizar Fernando Pessoa é o grande desafio da representação”

Com o mistério desafiador de um Fernando Pessoa, Zé Nobre conta como a sua arte acontece em Setúbal

 

“Talvez dizer isto assim seja a repetição das repetições”, começa por confessar o actor José Nobre, “mas, esta fotografia é como personalizar o Pessoa, sendo esse um grande desafio da representação. Isto, se é possível fazer tal coisa como, ‘personalizar’ Fernando Pessoa”.

- PUB -

É com este tom “desafiador” que Zé Nobre surge vestido na pele do autor português, que foi rosto e alma de diferentes personalidades.

A ideia de eleger a imagem de Fernando Pessoa para posar no projecto “20 Setubalenses, 20 Artistas” surgiu como símbolo do primeiro personagem que representou para Setúbal. “A interpretação de Fernando Pessoa começou no Fórum Municipal Romeu Correia, em Almada, com a peça Um Grito no Outono”, recorda o actor. Mais tarde, surgiu a organização de um espectáculo na livraria Culsete e foi quando o Zé Nobre decidiu dar “vida e corpo” a Fernando Pessoa em Setúbal.

A representação de Pessoa é também um trabalho de oficina literária realizado há cerca de três anos com as escolas de Setúbal. “Os alunos recebem o personagem na sala de aula e de uma forma muito positiva alimentam a interactividade durante a representação. Muitos comentam que todas as aulas deveriam ser assim, porque desse modo seria muito mais fácil conhecer a nossa literatura”.

- PUB -

 

“Uns dias temos tudo. Outros, temos nada”

 

- PUB -

A interpretação de personagens históricas e caraterísticas de Setúbal tem sido uma das grandes apostas de Zé Nobre, com as suas reconhecidas e incontornáveis representações de Bocage, Calafate e o “pescador charroque” Zé do Anzol.

Mas, hoje, actor direcciona também a sua carreira para o desafio colectivo de “levar o teatro a todas as pessoas”.

Um trabalho que desenvolve através do TOMA – Teatro Oficina Multi Artes, onde partilha o seu conhecimento “com todas as pessoas que queiram conhecer o que é o Teatro e a Interpretação”.

Sobre os desafios de trabalhar com Arte, Zé Nobre reflecte, “muitas pessoas pensam que o facto de nós, actores, músicos, bailarinos, termos trabalho por si só é o suficiente, mas é preciso mais. É preciso existir oportunidade. E para isso temos que lutar e seguir sempre novas ideias. Porque uns dias temos tudo. Outros, temos nada”.

Partilhe esta notícia
- PUB -

Notícias Relacionadas

- PUB -
- PUB -