A direcção do Vitória, presidida por Carlos Silva, anunciou na noite de segunda-feira que está em negociações com o investidor Markus Gloël que se propõe assumir a dívida do clube e, em termos desportivos, levar os sadinos à I Liga em cinco ou seis anos. No final da Assembleia Geral (AG) em que participaram mais de 800 sócios, o líder dos sadinos afirmou que a proposta apresentada é a que serve melhor os interesses do clube que vai participar na 2.ª divisão distrital da Associação de Futebol de Setúbal (AFS).
“Para mim, esta é a solução ideal. A marca Vitória continua a ser atractiva. Num curto espaço de tempo, chegaram-nos três propostas de investidores que se manifestaram disponíveis para proporcionar ao clube uma estabilidade. Das três, a última que nos foi apresentada foi a que mais garantias nos deu. Demonstraram um profissionalismo completamente diferente das outras propostas”, disse a O SETUBALENSE.
Na hora de explicar de que forma se destacou a proposta e o projecto que está em cima da mesa, Carlos Silva foi peremptório. “Estivemos envolvidos em várias reuniões no período de três semanas a um mês em que conversámos. Com reuniões consecutivas e mediadas por quatro advogados, prova de que se trata de um grupo fortíssimo. Quem for verificar, facilmente chega a essa conclusão”.
E acrescenta: “É um grupo que dá garantias num projecto a médio-longo prazo. Não é um projecto fácil de concretizar, mas que dá garantias ao Vitória de, finalmente, ter continuidade. Acreditamos que, com este grupo, o Vitória vai chegar ao lugar que é seu por direito”, referiu, frisando que mesmo quando existiam muitas dúvidas em relação à competição em que o Vitória ia participar, o investidor nunca esmoreceu o seu interesse.
“Há ainda uma particularidade, nas primeiras conversas que tivemos em que ainda havia a indefinição sobre se ficávamos na Liga 3, disseram-nos que, independentemente de o clube actuar na Liga 3 ou no distrital, ficariam connosco”, revelou o presidente que na AG de segunda-feira teve o advogado Fernando Veiga Gomes e Filipe Morais no Pavilhão Antoine Velge em representação de Markus Gloël.
Confirmada a inscrição da equipa de futebol masculina na 2.ª divisão distrital da AFS, o Vitória tem agora como uma das suas prioridades trabalhar na constituição do plantel. “Falamos sempre em tempo que o Vitória não tem. Independentemente disso, o grupo sabe perfeitamente as necessidades que existem. No futebol, sabemos que estamos atrasados ao nível da formação da equipa e escolha do treinador”.
André Dias e Carlos André continuam
Instado por O SETUBALENSE de que forma está esse trabalho a ser efectuado, Carlos Silva destacou os nomes de dois elementos. “Do departamento de futebol que tínhamos, há quem continue a dar apoio ao Vitória mesmo tendo sido despedido. Essas pessoas fizeram um excelente trabalho e ajudaram a que o Vitória, dentro do campo, conseguisse subir de divisão. Essas pessoas estão a trabalhar e são para continuar. Refiro-me ao André Dias e Carlos André”, que foram, em 2023/24, director geral e diretor desportivo dos sadinos, respectivamente,
Em relação à equipa técnica, o presidente avançou que vários nomes estão a ser avaliados. “Nenhuma decisão ainda foi tomada, mas já estamos a pensar nisso. Há várias pessoas na lista e daí sairá o futuro treinador. Nada está parado. Felizmente no Vitória continua-se a trabalhar mesmo não tendo certezas, não se pode parar. Se o fizéssemos seria o equivalente a morrer. Continuamos a trabalhar sempre em prol do Vitória”.
Quanto aos atletas que vão compor o plantel, o plano passa por ter nas suas fileiras vários homens com ADN de Vitória. “Certamente poderá passar por aí porque nunca descuraremos a formação do clube. No entanto, o Vitória tem de garantir o sucesso e para o fazer, além de jogadores da formação, o clube tem de ser reforçado com jogadores que já passaram e conhecem as dificuldades desta divisão”.
Carlos Silva não tem dúvidas de que sempre que entrar em campo, o Vitória terá do outro lado oponentes super motivados. “Tal como já tinha acontecido nos últimos anos, o Vitória é sempre uma equipa a abater pelos adversários. Na 2.ª divisão distrital, será igual porque todos vão querer ganhar ao Vitória. Por tudo o que representa e pela sua dimensão, todos sabem que não somos uma equipa do distrital. Sabemos as dificuldades que vão existir e temos de encontrar pessoas mais preparadas para este duro embate”.