A direcção do Vitória, clube cuja equipa sénior de futebol vai participar na presente época na 2.ª Divisão Distrital da Associação de Futebol de Setúbal (AFS), vai nos próximos dias anunciar os nomes que farão parte do plantel 2024/25. A garantia foi dada por Helena Parreira, membro da direcção presidida por Carlos Silva. “Estamos a contar fechar todo o plantel, estrutura e ‘staff’ técnico até ao final deste mês para, no início de Setembro, iniciarmos a pré-época”.
A dirigente, que representou o emblema sadino no sorteio do Campeonato realizado anteontem no auditório da sede da AFS, afirmou compreender a expectativa existente e explicou as razões pelas quais ainda não foram tornadas públicas. “Por estarmos numa fase de transição e algum impasse, vamos fazer uma pré-época mais tardia, uma vez que o campeonato inicia-se mais tarde (6 de Outubro)”.
“Percebo a ansiedade e que todos vivemos como se estivéssemos noutra divisão, mas estamos a organizar-nos de maneira a que as coisas decorram, neste distrital, o melhor possível. Penso que até ao princípio do mês, as coisas serão clarificadas e os sócios vão ter essa informação”, acrescentou, afirmando que “cerca de um mês antes de o campeonato se iniciar, o Vitória estará em condições de começar a treinar”.
Em relação ao processo de entrada de um novo investidor no clube, Helena Parreira, admitindo que não é um dossier que esteja a acompanhar de perto, disse a O SETUBALENSE que as mesmas estão em curso. “As negociações estão a decorrer. Há situações que convém clarificar e assegurar. Não sou a pessoa mais habilitada a responder, mas há o pressuposto de que tudo faremos para salvaguardar os interesses do Vitória e podermos estar representados na competição ao mais alto nível”.
A associada número 315, que conta com 60 anos de filiação clubística, foi uma das representantes dos órgãos sociais do clube que esteve presente na reunião da passada segunda-feira com o Movimento Pró-Vitória, projecto desenvolvido para ajudar o clube a sair da situação delicada em que se encontra e que foi criado por um grupo de associados na sequência do descontentamento com a solução apresentada pela direcção presidida por Carlos Silva na Assembleia Geral (AG) do passado dia 22 de Julho.
Reunião com Movimento Pró-Vitória
Ao nosso jornal, a dirigente, que integra a direcção há ano e meio e tinha no passado feito parte de cinco Conselhos Vitorianos, vê com naturalidade a mobilização dos sócios que o integram na tentativa de ajudar o Vitória. “É um Movimento com associados que vimos com naturalidade e sem preocupação. Estivemos na segunda-feira numa reunião com os elementos fundadores do grupo”.
Apesar de ver o Movimento de forma positiva, Helena Parreira considera que “há pressupostos que escapam um pouco a quem não está por dentro no processo e que têm de ser tidos em conta”, vincou a ex-secretária da EDP sem especificar, assegurando que os responsáveis pelo clube sentem a preocupação de todos os vitorianos no momento delicado que o clube vive.
Em relação ao Movimento Pró-Vitória, a dirigente formulou um desejo. “Gostaria muito que esse Movimento tivesse uma envolvência maior para trazer mais associados ao clube, de conseguir que o os sócios e setubalenses não estivessem só virados para o futebol. O cube precisa de sustentabilidade com quotização. Por não estarmos no patamar que todos queríamos e haver sócios que voltam um pouco as costas ao clube, afastando-se, traz-nos preocupação. Precisamos dessa ajuda em termos de orçamento”.
Entretanto, depois da sede da União Desportiva e Recreativa do Casal das Figueiras, os responsáveis pelo Movimento Pró-Vitória – José Ferreira (sócio n.º 162), Fernando Belo (422), Ruben Salgado (1907), Fausto Campos (4162) e Joaquim Lamas (6751) – promovem hoje em Setúbal, pelas 21:00 horas, uma nova sessão de esclarecimento, desta vez na sede do Núcleo Recreativo e Desportivo Ídolos da Praça.
Grupo 1910 revela preocupação
A claque Ultras Grupo 1910 emitiu um comunicado a expressar a sua preocupação com o momento actual do Vitória. O silêncio dos responsáveis desde a AG de 22 de Julho é um dos aspectos que criticam. “Assistimos a uma Assembleia Geral onde muita coisa foi dita, intenções de projetos e investimento foram apresentados, e, até à data, nada mais foi comunicado.”
E acrescentam: “compreendemos que o segredo é a alma do negócio. Não compreendemos que nesta fase do clube, não se comunique, por pouco que seja, com os que ainda se preocupam com o Vitória FC, e infelizmente vamos sendo cada vez menos; a pouco mais de um mês para se iniciar a caminhada mais penosa do nosso clube, nada se sabe do que ao futebol sénior diz respeito. Lembramos que é o futebol sénior que move a maioria dos sócios do clube. Sem ele, é o fim anunciado”.
O Grupo 1910 manifesta também preocupação com as modalidades. “Assistimos neste período ao fim do futsal, e muito provavelmente, apesar da inexistência de informações, ao fim do andebol sénior e ao fim do futebol feminino, modalidade que vinha em crescendo desde a sua criação”.
O texto publicado nas redes sociais da claque termina com um repto. “Neste momento, apenas exigimos que se ponha o Vitória FC acima de tudo! Sem segundos interesses, sem guerras internas. Garanta-se o futuro do clube, e, posteriormente, marquem-se eleições se assim tiver de ser. Continuaremos serenos mas atentos, procurando sempre estar informados e defendendo sempre o que acharmos ser o melhor caminho para o Vitória FC”.