“Jogar e treinar no profissional: histórias de futebol” foi o tema escolhido para o segundo encontro da iniciativa “Ciclo de Conferências da Várzea”, organizado pelo Clube Desportivo “Os Pelezinhos”, em conjunto com o Núcleo de Setúbal da Associação Nacional de Treinadores de Futebol.
No debate, que decorreu online na passada segunda-feira, o treinador Rui Nascimento salientou a importância de um treinador se adaptar ao contexto em que está inserido, nomeadamente quando tal ocorre no estrangeiro e em países com culturas e religiões diferentes. “Na Tailândia, por exemplo, um grito de incentivo tinha o efeito contrário ao pretendido. Nos Emirados já sabíamos que havia momentos em que os jogadores iriam parar o treino para rezar”.
Enquanto profissional que jogou em Espanha e na Turquia, Sandro Mendes destacou a importância de uma rápida adaptação, sob pena de ter repercussões no rendimento desportivo. “Quando não se entende a língua, por exemplo, a comunicação com um colega de equipa não é fácil. No caso da Turquia, por outro lado, foi igualmente necessária uma adaptação em termos de alimentação”.
Sandro Mendes recordou Quinito com carinho e como o treinador que mais o terá marcado. “Foi uma pessoa que me marcou muito. Sendo na altura júnior, ele teve a coragem de apostar em mim. Aprendi muito com ele”. Rui Nascimento, por sua vez, destacou os treinadores Manuel Oliveira e Marinho Peres quando jogava futebol. Já como treinador, “Manuel Cajuda foi quem mais me marcou, com quem muito aprendi, e com quem trabalhei cerca de duas décadas. Foi um grande treinador e merecia ter tido a oportunidade de treinar um dos três grandes do futebol português, o que infelizmente não aconteceu”.
Na semana de estreia da selecção portuguesa de futebol, Sandro Mendes e Rui Nascimento assumem sem hesitações o favoritismo da equipa nacional. “Temos uma seleção muito forte e jogadores nos melhores clubes da Europa. Temos várias soluções e jogadores de muita qualidade em todas as posições. Tal como em 2016, temos uma equipa muito forte. Temos tudo para ter um bom desempenho, mas vai ser muito difícil revalidar o título”, salientou Sandro Mendes.
“É muito importante nestes torneios entrar bem, com um resultado positivo. A equipa ganha motivação. Esta seleção é mais forte a nível individual do que a equipa de 2016. Porém, neste europeu somos a equipa a quem todos querem ganhar”, destacou Rui Nascimento.
Sobre o formato desta edição do Campeonato Europeu de Futebol, com 11 cidades de 11 países diferentes a desempenhar a função de anfitriões, com algumas seleções nacionais a ter de suportar maiores deslocações, Rui Nascimento salientou que o “grande problema será a recuperação entre jogos e as mudanças de ambiente em pouco tempo”.
O “Ciclo de Conferências da Várzea” está de regresso no dia 5 de Julho, com o tema “Os efeitos da pandemia na formação”.