“A minha confiança neles é assustadoramente grande”, confessa
O trajecto realizado pelo Vitória Futebol Clube na série H do Campeonato de Portugal tem merecido rasgados elogios de vários quadrantes do futebol. Com 50 pontos somados em 20 jornadas, resultantes de 15 triunfos e cinco empates, os sadinos terminaram a fase regular invictos. A par dos jogadores, o treinador Alexandre Santana é o rosto mais visível de um plantel em que outras pessoas merecem ser destacadas pelo seu contributo para o êxito.
Consumada a primeira posição e a consequente passagem ao play-off de subida à II Liga, o timoneiro dos sadinos fez questão de mencionar os nomes que integram a equipa técnica, referindo que sem eles as coisas poderiam não ter corrido da mesma forma. “O observador João Gato, o preparador físico Ricardo Cavaco, o treinador de guarda-redes Diego Silva e os adjuntos Rúben Conceição e João Nicolau são peças fundamentais no nosso sucesso”.
O treinador nascido em Alcácer do Sal há 42 anos sublinha a relação profunda que se estabeleceu entre todos e o precioso auxílio que advém do trabalho de grupo. “Equipa técnica é família. São pessoas que me tentam ajudar, que acrescentam e tentam fazer das minhas fraquezas forças, colmatando os meus defeitos e dificuldades em determinadas áreas do treino e do jogo”.
Desde que assumiu no arranque da temporada o comando da equipa principal, Alexandre Santana contou com o apoio dos seus adjuntos, que lhe merecem todo o reconhecimento. “São pessoas fantásticas que têm feito um trabalho que tenho de elogiar desde o primeiro dia até agora. Claramente, eu sou o rosto mais visível, mas não conseguiria sem eles fazer o trabalho que tenho feito”.
O treinador frisa que na relação profissional que se estabelece com os restantes elementos consegue beber conhecimento, conseguindo dessa forma fortalecer-se enquanto treinador. “Tenho que ser esperto para conseguir tirar deles e sacar-lhes o que têm para me dar nos pontos em que são mais fortes e em que sou mais frágil”, admite o treinador que antes tem no currículo passagens pelo Comércio e Indústria, Cova da Piedade e Fabril do Barreiro.
De forma a reforçar a sua visão acrescenta: “Um dos grande factores para que os treinadores de sucesso o tenham está relacionado com o facto de conseguirem retirar de todas as pessoas da estrutura, directiva, técnica e dos jogadores, tudo o que têm para dar. Quem for mais inteligente a gerir, a ouvir e a agarrar tudo aquilo que essas pessoas nos podem dar vai estar mais próximo de atingir o sucesso”.
Por tudo o que têm vivido dentro e fora do campo e pela forma como o amparam nos momentos mais difíceis, Alexandre Santana mostra-se agradecido aos seus adjuntos. “Quero dar um abraço muito grande a todos. Nos momentos difíceis que vivemos foram eles muitas vezes a puxarem-me para cima. Quando houve algum descontrolo emocional são eles que estão presentes para dar um abraço ou um grito para as coisas avançarem. A minha confiança neles é assustadoramente grande”.
A prová-lo está o facto de o treinador não querer perder de vista quem o tem acompanhado no Bonfim. “Vou fazer tudo para nunca os perder não só na minha vida profissional, mas também na pessoal. Quase ponho as mãos no lume de que eles farão o mesmo por mim. O que passámos há uns anos e, sobretudo, esta época não nos vai possibilitar afastarmo-nos deste caminho. Peço-lhes que me continuem a ‘chatear’ e a acrescentar tudo o que têm para acrescentar no processo do nosso trabalho diário”.
Estreia com Estrela da Amadora
A mais de uma semana do início da fase de subida (série Sul), o Vitória, segundo informação veiculada na página oficial da Federação Portuguesa de Futebol, já sabe que vai defrontar, no Estádio do Bonfim, a 22 de Abril (quinta-feira), pelas 15 horas, o Estrela da Amadora, vencedor da série G. Nesse mesmo dia, pelas 17:15 horas, defrontam-se também o Torreense (1.º da série F) e a União de Leiria (1.º da série E).
Oceana Zarco recordada
Entretanto, o Vitória FC assinalou anteontem o 110.º aniversário da data de nascimento (12 de Abril de 2011) de Oceana Zarco, figura incontornável da história do clube. “Atleta da equipa de ciclismo do (seu) Vitória Futebol Clube, no qual entrou com 10 anos. Com apenas 14 anos, em 1925, iniciou o seu percurso profissional com o valioso contributo do treinador de futebol do Vitória, o checo Arthur John, que a preparou fisicamente ao mais alto nível, tornando-se a primeira mulher ciclista federada em Portugal”.
“Nesse mesmo ano, em 15 de novembro, participou na sua primeira prova desportiva como profissional – a II Volta a Lisboa. Em 1926, classificou-se em 1º lugar na III Volta a Lisboa e, em 20 de setembro do mesmo ano, recebeu a medalha de ouro na I Volta ao Porto. A sua carreira no ciclismo culminaria com o 1º lugar, alcançado na I Volta a Setúbal em bicicleta, realizada em 1929”, lembrou o clube no texto publicado na sua página oficial.