Numa altura em que o foco está no dossier referente à contratação do futuro treinador, o clube sadino não teve nenhum representante no sorteio realizado ontem em Oeiras
Pouca sorte para o Vitória FC no sorteio da 4.ª eliminatória da Taça de Portugal. Ainda com 32 equipa em prova, os sadinos vão ter de visitar o reduto do FC Porto, actual líder da I Liga. O alinhamento da partida que vai decorrer no Estádio do Dragão, no fim-de-semana de 24 de Novembro, ficou definido logo nas primeiras duas bolas sorteadas no auditório 1 da Cidade do Futebol, em Oeiras.
Após afastar o Águias do Moradal, da 1.ª divisão distrital da Associação de Futebol de Castelo Branco, na ronda a anterior da competição, os vitorianos, depois do 5-0 alcançado no concelho de Oleiros, têm agora pela frente o finalista vencido da última edição da prova, que já conquistaram 16 vezes. Apesar das dificuldades que esperam encontrar, os setubalenses, que têm no palmarés a presença em 10 finais, prometem tudo fazer para surpreenderem no Porto.
No histórico de duelos entre dragões e sadinos na prova rainha, o equilíbrio entre os dois conjuntos é uma evidência. Não obstante o FC Porto ter vencido as duas finais em que os clubes se defrontaram no Jamor (2-1 em 1968 e 1-0 em 2006), o Vitória tem a tradição de fazer vida negra ao oponente da próxima fase como ilustra o registo de seis triunfos para cada clube e dois empates nas eliminatórias disputadas.
Nas partidas em Setúbal, o Vitória venceu cinco vezes os dragões e empatou uma, registo exactamente idêntico ao que houve nas partidas realizadas na cidade do Porto, cidade onde os sadinos triunfaram uma vez sobre os dragões e logo de forma retumbante: 3-0 na meia-final de 1967/68 com um um hat-trick de Pedras. Depois desse êxito categórico, as equipas empataram 4-4 em Setúbal e o Vitória apurou-se para a final em que acabaria por vencer a Académica.
Refira-se que esta época, FC Porto e Vitória já mediram forças no Estádio do Dragão. À segunda jornada, os anfitriões venceram, por 4-0, os então comandados de Sandro Mendes naquela que foi a primeira de duas derrotas que os sadinos sofreram em 11 partidas oficiais realizadas em 2019/20.
Ao contrário do que é habitual, o Vitória não se fez representar no sorteiro realizado ontem ao início da tarde em Oeiras. O facto de a direcção estar neste momento a tratar do dossier sobre o novo treinador ajuda a explicar o facto de nenhum elemento próximo do presidente Vítor Hugo Valente ter comparecido na ocasião.
Enquanto não é anunciado o nome do novo treinador, o plantel, tal como no dia anterior, foi ontem de tarde orientado por Meyong e Diego, únicos ex-adjuntos de Sandro Mendes que, após a saída dos adjuntos Acácio Santos e Marco Tábuas e do preparados físico Martins Ventura, permanecem na futura equipa técnica. Hoje, o plantel continua a preparar o duelo de quinta-feira joga nos Açores com o Santa Clara, da nona jornada do campeonato.
Vários nomes em cima da mesa para suceder a Sandro
Como sempre acontece cada vez que há mudanças em comandos técnicos vários nomes são apontados como hipóteses para colmatar a vaga deixada em aberto. Numa altura em que há muitas dúvidas e poucas certezas, vários têm sido os treinadores ventilados como possibilidades para suceder a Sandro Mendes.
Consta que Daniel Ramos, treinador que na época anterior comandou Chaves e Rio Ave, está no topo das preferências da direcção. O perfil do técnico, de 48 anos, que na I Liga também comandou o Marítimo em 2016/17 e 2017/18, vai ao encontro das características definidas pelo presidente Vítor Hugo Valente para melhorar o rendimento da equipa. Daniel Ramos contabiliza um total de 34 triunfos, 25 empates e 35 derrotas em 94 jogos na I Liga.
Bruno Baltazar, adjunto dos ingleses do Nottingham Forest que tem no currículo passagens pelo comando do Estoril e Olhanense, também está a ser equacionado pelos responsáveis sadinos. Bruno Baltazar, de 42 anos, tem no seu horizonte treinar na I Liga, mas as hipóteses de isso acontecer já em Setúbal parecem mais remotas, uma vez que neste momento, os vitorianos preferem apostar num técnico com provas dadas na elite do futebol nacional.
Outro dos nomes apontados, este pelo Correio da Manhã, é o de Renato Paiva, actual treinador dos sub-23 do Benfica. O jornal escreve na edição de ontem que o clube já está a negociar com o técnico, de 49 anos, que assumiu o comando das águias na Liga Revelação depois de Bruno Lage ter sido promovido à equipa principal. Renato Paiva, natural de Pedrogão Pequeno (distrito de Castelo Branco), tem uma ligação forte a Setúbal, cidade para onde veio viver aos 12 anos de idade, e com o Vitória, clube onde esteve ligado a várias modalidades: andebol, futsal e futebol.
Semedo escreve mensagem ao “eterno capitão”
Vários jogadores do Vitória fizeram questão de deixar mensagens de agradecimento ao ex-treinador Sandro Mendes, que foi dispensado pelo clube no domingo, após o empate (0-0) com o Marítimo. Entre as palavras escritas, destacamos a mensagem publicada pelo capitão José Semedo no seu Instagram. Eis o que escreveu o médio dos setubalenses:
“As pessoas vão e vêm. Passam pelo clube e o clube fica. Sempre. Como sempre. E para sempre. Mas isso não significa que o clube seja ingrato e que não saiba reconhecer aqueles que melhor o serviram, aqueles que são os seus filhos mais dignos e fiéis.
O Vitória Futebol Clube, instituição que festeja 109 anos de vida já no próximo mês, estará sempre acima de todos nós. Jogadores, treinadores, dirigentes. Porque o Vitória é de Setúbal, é do País e é do Mundo. É muito mais do que a soma de todos aqueles que o representam. É uma maneira de ser e de estar muito nossa e sem igual.
A luta do Vitória continua. Todos os dias. Dentro e fora dos relvados. E todos somos poucos para levar a nossa nau a bom porto. Mas estou certo de que os já cá estão e os que estão para chegar, unidos, conseguiremos alcançar os nossos objectivos!
Ao Mister Sandro, meu eterno capitão que fez nascer em mim a paixão pelo Vitória e o sonho de representar este enorme clube, não poderemos nunca deixar de o agradecer por tudo o que deu ao Vitória sempre que o representou. Um exemplo de vitoriano, um campeão, um profissional de excepção e um ser humano sem igual. Parte mas fica connosco, tenho a certeza de que será somente um até já. Por tudo, muito obrigado, Mister e Senhor Capitão… Abre-se uma nova página no clube e cá estamos nós para a escrever da melhor forma possível! Que o desfecho deste novo capítulo seja aquele que todos desejamos!
O Vitória não é grande… É enorme!”, finalizou.