Diogo Valério é um jovem setubalense, de 25 anos, guarda-redes de andebol, que começou jogar no Vitória FC. Foi chamado recentemente aos trabalhos da seleção nacional sénior para os dois encontros de qualificação para o Campeonato da Europa de 2026 que disputou, em Santo Tirso, com a Roménia e Israel.
Em entrevista ao SETUBALENSE Diogo Valério conta porque razão optou pela na prática do andebol e do seu percurso desportivo que passou pelo Vitória Futebol Clube, Benfica, segunda liga da Alemanha e, presentemente, Marítimo onde se encontra desde a época de 2022/2023.
O jogador fala também da sua chamada à seleção nacional e, como sócio do Vitória FC, espera que o clube volte a ter estabilidade para que possa voltar aos grandes palcos nacionais.
Diogo Valério é natural de Setúbal e foi precisamente no Vitória FC que começou a praticar andebol. Ainda se recorda como tudo começou?
Começou tudo por indicação do meu antigo padrasto que era o treinador da equipa sénior na altura. Isso levou o meu irmão mais velho, Gonçalo, começar a praticar a modalidade e por consequência eu ter ido experimentar também.
Porque razão escolheu o andebol como a sua modalidade de eleição?
Na altura tinha duas modalidades que gostava de experimentar, o futebol e o andebol. Cheguei inclusive a assistir a um treino da equipa de futebol do Vitória FC da minha idade e a falar com a equipa técnica, que me convidou a fazer parte do plantel. Mas como o meu irmão fazia parte do andebol, eu fui fazer um treino e desde aí fiquei apaixonado pela modalidade. Nunca cheguei depois a experimentar o futebol.
Depois de fazer praticamente toda a sua formação no Vitória ingressou no Benfica. Considera que foi um salto grande na sua carreira?
Depois de sete anos no Vitória FC senti que era altura de procurar outro desafio e o Benfica já me tinha feito convites, em conjunto com os meus pais, achámos que era a altura certa para aceitar o convite do Benfica que me abriu as portas para as seleções jovens e me deu todas as ferramentas para completar a minha formação, como atleta e pessoa.
Teve também uma breve passagem pela Alemanha como correu essa experiência no estrangeiro?
A experiência na Alemanha foi muito positiva. O meu sonho sempre foi jogar naquele país que vive para o andebol e tem uma cultura desportiva muito vincada. Embora tenha coincidido com a altura do Covid 19, acabaram por ser dois anos muito felizes na minha carreira desportiva que culminou com o título de campeão nacional segunda divisão e consequente subida de divisão.
No regresso a Portugal ingressou no Marítimo, tem valido a pena?
A minha decisão de ingressar no Marítimo passou muito por poder estar numa equipa que me pudesse dar os minutos que eu pretendia. Foi-me apresentado um projeto ambicioso que pretendia fazer do Marítimo a quarta melhor equipa de Portugal e fazer parte das competições europeias.
A chamada à seleção nacional foi para si uma surpresa ou era algo que estava à espera?
A chamada à seleção nacional acaba por acontecer num momento em que o Marítimo se encontrava no 4.º lugar do campeonato, com vitórias contra todas as equipas, excepto os três grandes. Como disse aos meus colegas de equipa, esta convocatória é muito mais fácil de justificar porque nós coletivamente fizemos uma primeira volta do campeonato fantástica. Fui apanhado de surpresa com a convocatória mas trabalho diariamente para fazer parte da seleção.
O Vitória FC tem vivido momentos conturbados, como setubalense que opinião tem sobre o que aconteceu?
Tenho muita pena que tenham acabado com a equipa sénior de andebol e espero como sócio que o Vitória consiga voltar a ter estabilidade para que possa voltar aos grandes palcos nacionais.