Treinador Ricardo Miguel Vieira frisa importância dos adeptos na caminhada da equipa criada em 2022
Sem qualquer derrota na presente época na 3.ª Divisão Nacional, a equipa de futebol feminino do Vitória lidera destacada a 2.ª fase (zona Sul), prova em que contabiliza sete triunfos e dois empates nos nove encontros realizados. Com cinco jornadas por realizar, a formação comandada por Ricardo Miguel Vieira, que soma 23 pontos (mais cinco que o Souselas, 2.º classificado), está cada vez mais próximo de garantir a subida à 2.ª Divisão.
Em entrevista concedida à Popular FM/O SETUBALENSE, o treinador dos sadinos foi peremptório quando questionado sobre se acredita na promoção. “Se dissesse que não, era um bocado mau para o meu trabalho (risos). A partir do momento em que fazemos uma primeira fase invictos, com algumas dificuldades pelo meio, apurámo-nos para a segunda fase e seria parvo da nossa parte que não tentássemos e acreditássemos. Felizmente, até agora temos conseguido, lutado e evoluído, por isso, claro que sim, tenho de acreditar na subida de divisão”.
O técnico, de 32 anos, explicou ainda as razões pelas quais não se assumiram como candidatos à subida no início da época. “Não sabíamos o que ia acontecer nesta 3.ª divisão porque houve muitas equipas novas a aparecer. Por exemplo: o Ourique, o Juventude de Évora, o Alfarim e não sabíamos o que vinha desses clubes. Focámo-nos na primeira fase e vimos como é que as coisas iam correr. A partir daí, veríamos qual o nosso objectivo”, explicou.
Ricardo Miguel Vieira garantiu ainda que nunca foram pressionados pelo clube. “Ninguém do Vitória, em momento algum, chegou ao pé de nós e disse que íamos criar a equipa para subir de divisão. Disseram-nos, isso sim, que queriam ter uma boa estrutura não só para este ano para os que se seguem. Esse foi o nosso trabalho, quem olhar para as nossas estatísticas constata que temos um plantel muito jovem. Quisemos cimentar uma boa base para sustentar o futuro do Vitória”.
Determinantes para a caminhada vitoriosa da equipa criada em 2022 têm sido os adeptos, que têm estado ao lado do plantel desde o início. “Não é por acaso que dizem que é o nosso 12.º jogador. No nosso jogo de apresentação, com o Malveira, uma jogadora disse no balneário que tinha as pernas a tremer com os gritos dos adeptos. Ao longo do percurso têm aparecido mais adeptos. Fomos, por exemplo, jogar com o Ourique, Ilha e Feirense e tínhamos lá adeptos do Vitória, algo que nunca pensávamos. Confesso que não tinha noção de existência de tantos vitorianos espalhados pelo país”, confidenciou o treinador.
Acrescentando: “É muito importante porque as motiva. Falamos de jogadoras que nunca actuaram em patamares elevados e não tinham a noção do que era ter os adeptos a puxarem por si. Chegarem ao jogo e verem uma bancada com 10 adeptos, como aconteceu fora de casa, que, com o seu apoio, fizeram barulho para encher o estádio. Nós adoramos as palmas no final do jogo e, em momentos difíceis, são eles que nos dão forças para vir ao de cima. Daí a importância de aparecerem”.
Duelo com ‘lanterna vermelha’ Amavita
A próxima oportunidade que o público vitoriano tem de estar ao lado das jogadoras acontece já no domingo, pelas 16 horas, na Amadora, concelho onde está localizado o Complexo Desportivo Monte Galega, que será palco do encontro entre as setubalenses e o Amavita, a contar para a 10.ª jornada da 2.ª fase (zona Sul) da 3.ª Divisão Nacional de futebol feminino.
As sadinas vão ter pela frente as amadorenses, últimas classificadas da prova que, com um empate e oito derrotas, continuam sem vencer na fase actual. Apesar do jejum de triunfos, o Amavita chega ao duelo de domingo moralizado pelo empate (1-1) conquistado no passado fim-de-semana no reduto do Feirense, que interrompeu uma série de oito derrotas consecutivas.
Já as pupilas de Ricardo Miguel Vieira apresentam-se no duelo de domingo depois de terem somado o sétimo triunfo da fase actual diante da JuveForce Ponte Vagos, adversário que a equipa venceu, por 1-2. As avançadas Lígia Deitado e Carolina Santana foram as autoras dos golos das verdes e brancas que operaram a reviravolta no marcador na segunda parte do jogo realizado no Campo José Maria Neto, em Ponte Vagos.
Recorde-se que para antes de chegarem à fase em que se discute a subida à 2.ª Divisão, as sadinas fizeram uma caminhada 100 por cento vitoriosa na primeira fase (série M), tendo contabilizado por triunfos as oito partidas realizadas. A supremacia da equipa também ficou evidenciada no registo de golos obtido: 54 marcados e apenas quatro sofridos, tendo a atleta Lígia Deitado sido a melhor marcadora, com 16 golos, dessa fase da competição.