É uma hipótese a ser considerada se a autarquia não assegurar a manutenção do estádio ou não tornar o espaço municipal auto-sustentável, como qualquer outro complexo desportivo moderno.
O Seixal Clube 1925 está muito preocupado com a degradação do Estádio do Bravo que pode colocar em risco a integridade física dos atletas e até mesmo a realização das competições oficiais.
Os seixalenses recordam que na sequência de um protocolo assinado entre o Sport Lisboa e Benfica e a Câmara Municipal do Seixal, “os encarnados comprometeram-se a recuperar o Estádio do Bravo e entregá-lo à autarquia em troca da ampliação do Caixa Futebol Campus”, tendo as obras de requalificação começado em Setembro de 2013. Mas o que se verifica é que passados 10 anos, seis dos quais de utilização desportiva por parte do Seixal Clube 1925, o Complexo Desportivo ainda não está concluído, nem sequer foi inaugurado.
Tendo em conta a degradação do espaço, a direcção do clube descarta responsabilidades sobre eventuais problemas que possam vir a existir e explica porquê.
“Estamos há mais de um ano sem protocolo de utilização do Estádio do Bravo, como tal não temos qualquer responsabilidade de manutenção e conservação do espaço. Ainda assim, temos garantido as condições mínimas de utilização porque somos pessoas de bom senso e queremos sempre o melhor para os nossos atletas e para quem nos visita”.
A direcção do clube refere que “por diversas vezes manifestámos a nossa preocupação e desconforto perante o executivo da Câmara Municipal, as respostas por vezes são evasivas ou beliscam a equidade mas uma coisa é certa, necessitamos de um plano concreto para o Bravo”.
Os dirigentes do clube seixalense reconhecem que o processo se apresenta complicado mas fazem questão de salientar que o clube nunca foi ouvido. “O nosso clube promove a prática desportiva e presta serviço social no Bravo, porque nos foi retirado o campo de jogos Albano Narciso Pereira, é uma troca para corresponder ao escrito no protocolo entre a autarquia e o SL Benfica e publicado em Diário da República “, no despacho n.º 4198/2016 onde os Gabinetes do Secretário de Estado da Juventude e do Desporto e da Secretária de Estado do Ordenamento do Território e da Conservação da Natureza reconhecem interesse público para a construção do centro de estágio e formação de jogadores do SL Benfica, tendo em conta que o mesmo vai ter a utilização entre outros da actividade do Seixal Clube 1925”.
Os seixalenses realçam que “a sinergia foi positiva para as três partes e a intervenção da Câmara Municipal foi fundamental, mas é importante salientar que em momento algum o Seixal Clube 1925 recebeu 2 milhões euros”.
A direcção do clube faz questão de salientar que quer continuar no Bravo “é a nossa casa onde já investimos na construção de melhorias no edificado, mas o custo da manutenção tem de ser da autarquia ou então tornar o espaço municipal auto-sustentável como qualquer outro complexo desportivo moderno. Se assim não acontecer poderemos considerar exercer parte da nossa actividade no Caixa Futebol Campus”.
Ver o Estádio do Bravo concluído é outra das ambições seixalenses “por não estar finalizado, o estádio ocasiona várias complexidades no campo organizativo, de logística e de acréscimo das despesas”. E, neste sentido deixa uma sugestão “os fundos europeus do PRR poderiam ser uma solução”.