Paulo Martins: “Muita coisa tem que mudar e temos que olhar para nós próprios e reflectir”

Paulo Martins: “Muita coisa tem que mudar e temos que olhar para nós próprios e reflectir”

Paulo Martins: “Muita coisa tem que mudar e temos que olhar para nós próprios e reflectir”

O Vitória sofreu domingo com a AD Quinta do Conde (ADQC) a primeira derrota da época. Que explicações encontra para o desaire, no Estádio do Bonfim, por 2-1?

Penso que demos uma primeira parte de avanço ao adversário. Não fomos competentes nem intensos e não jogámos com velocidade. Na primeira parte, permitimos ao Quinta do Conde, numa transição, fazer um golo. Estávamos avisados para o facto de poderem actuar dessa forma e sabíamos o que tínhamos de fazer para contrariar essa movimentação e tentar que não houvesse golo. A primeira parte foi diferente da segunda. Não encarámos o jogo com o pensamento que temos de ter por jogar no Vitória. O Vitória é muito mais que pensar da maneira que fizemos na primeira parte. O culpado por isso ter acontecido sou eu porque sou eu que os meto a jogar. Muita coisa tem que mudar e temos que olhar para nós próprios e reflectir.

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Quer isso dizer que, em sua opinião, o resultado deve-se sobretudo a demérito da sua equipa?

Em primeiro lugar, por uma questão de respeito, temos que dar mérito à equipa adversária, mas creio que houve muito demérito nosso, porque fomos uma equipa amorfa na primeira parte e não tivemos intensidade. O oponente montou uma estratégia em que a sua intenção era sair rápido nas transições ofensivas. Teve sucesso porque conseguiu fazê-lo e chegar ao golo. Na segunda parte continuaram a jogar da mesma forma, mas esse período já foi totalmente diferente.

Ainda na primeira parte a equipa sofreu uma contrariedade com a lesão do defesa Gui. A equipa ressentiu-se da saída do jogador?

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Todos sabem o potencial que o Gui tem, mas quando saiu já estávamos a perder. Penso que a equipa não se ressentiu. Na segunda parte, acho que melhorámos muito com o corredor, com a entrada do Tiago Nunes (substituiu Diogo Martins). Depois do intervalo acabámos por pôr toda a carne toda no assador e a equipa ficou mais intensa, pressionante e menos amorfa. Foi à procura do golo e conseguiu (aos 51 minutos por Walter Sá). Fizemos o segundo golo [n.d.r: China introduziu a bola na baliza aos 88 minutos, mas lance foi invalidado pelo árbitro por pretensa falta], mas o árbitro anulou-o. Depois, já nos descontos (90+9 minutos), numa altura em estávamos a arriscar tudo na procura do golo da vitória, o adversário consegue, numa transição, fazer o golo.

O lance em que China introduz a bola na baliza da ADQC e daria o 2-1 ao Vitória, aos 88 minutos, foi muito contestado no estádio, tanto por jogadores, equipa técnica e adeptos. Como viu esse momento?

Eu vi que foi golo limpo e não fui o único. O assistente, que estava junto ao nosso banco de suplentes, também disse que viu que não houve irregularidade. À minha frente, deu essa informação ao árbitro. O guarda-redes chocou com o seu defesa. Quem tem o apito também erra. Foi o que aconteceu, mas quando se diz “eu é que mando, eu é que sou chefe de equipa”. Os chefes de equipa também erram e os seus colegas estão lá para os ajudar. No entanto, o jogo não se resume a esse momento. O Vitória teve tudo para ganhar o jogo. O Vitória teve um penálti falhado, teve várias ocasiões de golo, principalmente na segunda parte. É um facto que a primeira parte foi muito abaixo daquilo que estamos habituados a fazer.

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No final do jogo, como acontece sempre, a equipa juntou-se no relvado para a habitual ‘roda’. Pode partilhar a mensagem que disse aos seus atletas nesse momento?

A primeira coisa que lhes disse foi que o grande responsável pelo resultado era eu. Obviamente que o restante teor da mensagem fica dentro do grupo porque é dessa forma que as coisas devem ser feitas. Somos uma família e tratamos das coisas dentro de casa. Estamos todos conscientes que temos que fazer mais.

No final de golo, depois do golo que deu o triunfo à ADQC, a confusão foi geral. Alguns elementos do seu plantel reagiram à forma como alguns atletas adversários provocaram os adeptos do Vitória. Como viu esse incidente?

Não vi. Meti-me no banco e lá fiquei. Controlar o jogo e o treino já é difícil quanto mais coisas que não consigo controlar. Creio que essas coisas são normais no futebol e vemos isso noutros patamares. Obviamente, ninguém gosta da maneira como alguns jogadores da outra equipa estavam a comemorar. Preferia ter passado por isso e ganhar 3-2. O foco é o jogo e o treino e não aquilo que não controlamos.

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