Piloto natural de Almada, que partiu do 17.º lugar da grelha, terminou as 26 voltas a 26,097 segundos do vencedor
O português Miguel Oliveira foi este domingo 14.º classificado na corrida principal do Grande Prémio da Tailândia de MotoGP, prova de abertura do Campeonato do Mundo de motociclismo de velocidade, que marcou a sua estreia pela Yamaha.
O piloto natural de Almada, que partiu do 17.º lugar da grelha, terminou as 26 voltas a 26,097 segundos do vencedor, o espanhol Marc Márquez (Ducati), que bateu o irmão Alex Márquez (Ducati) por 1,732 segundos, deixando o italiano Francesco Bagnaia (Ducati) em terceiro, a 2,398.
Desde 2014 que Marc Márquez não vencia a prova de abertura do campeonato, ele que já conquistou o Mundial de MotoGP por seis vezes (2013, 2014, 2016, 2017, 2018 e 2019).
O catalão, de 32 anos, somou o 112.º pódio da carreira na categoria ‘rainha’, igualando o compatriota Dani Pedrosa no terceiro lugar da lista dos que mais vezes terminaram no caixote dos festejos, atrás de Valentino Rossi (199) e Jorge Lorenzo (114).
Sem o campeão Jorge Martín (Aprilia) em pista devido a lesão, Marc Márquez largou da ‘pole position’, já depois de ter vencido a corrida sprint, no sábado, colocando-se de imediato na frente do pelotão, com o seu irmão Alex no encalço e o companheiro de equipa, o antigo campeão ‘Pecco’ Bagnaia, em terceiro.
O mais velho dos irmãos Márquez parecia embalar para uma vitória tranquila, mas as altas temperaturas do asfalto tailandês afectaram a pressão dos pneus da Ducati oficial do espanhol, pelo que optou por abrandar o ritmo e deixou-se ultrapassar por Alex na sétima das 26 voltas previstas.
Já Miguel Oliveira, que largara do 17.º lugar, lutava por ganhar posições, rodando perto dos pilotos oficiais da Yamaha.
Marc Márquez rodou quase toda a corrida atrás do irmão, embora fosse evidente que seguia com mais ritmo e que a ultrapassagem aconteceria quando o seis vezes campeão de MotoGP quisesse.
De facto, a superioridade confirmou-se a três voltas do final, com Marc Márquez a assumir a dianteira da corrida, cortando a meta com 1,732 segundos de vantagem sobre o irmão mais novo.
Oliveira fechou a corrida em 14.º, somando os primeiros dois pontos no campeonato com a Yamaha, naquele que foi o 100.º Grande Prémio da sua carreira na categoria rainha.
O piloto luso bateu as duas Yamaha oficiais (Fabio Quartararo foi 15.º e Alex Rins 17.º), sendo apenas batido pelo companheiro de equipa na Pramac, Jack Miller, que terminou em 11.º.
Com estes resultados, Marc Márquez lidera isolado o campeonato, com 37 pontos, algo que não acontecia desde 2019. O espanhol tornou-se, também, no primeiro piloto a vencer na estreia pela equipa oficial da Ducati desde o australiano Casey Stoner, em 2007.
“Se ontem [no sábado] estava feliz, hoje estou super feliz. É incrível”, exultou Márquez, no final.
Alex Márquez é segundo, com 29 pontos, e Bagnaia terceiro, com 23. Miguel Oliveira ocupa a 16.ª posição, com dois pontos.
O campeão Jorge Martín vai continuar ausente na segunda ronda do campeonato, que se disputa dentro de duas semanas, na Argentina.
Oliveira “não conseguia virar a mota em condições” no Grande Prémio da Tailândia
O português Miguel Oliveira (Yamaha) admitiu dificuldades com a gestão dos pneus durante a corrida principal do Grande Prémio da Tailândia de MotoGP, prova de abertura do Mundial de motociclismo de velocidade, que terminou na 14.ª posição.
O piloto natural de Almada explicou que “não conseguia virar a mota em condições” nas curvas do circuito de Chang, em Buriram.
“Esperava uma corrida longa e dura e foi exactamente isso que tivemos. Estava um calor incrível para todos. Foi uma corrida de gestão dos pneus e nós podíamos, provavelmente, ter escolhido especificações diferentes, mas tentei geri-los desde o início”, começou por dizer Miguel Oliveira.
As queixas de falta de aderência, sobretudo do pneu dianteiro, foram transversais aos pilotos das Yamaha.
“Sofri com a aderência da frente, não conseguia virar a mota em condições, saía largo em todas as curvas enquanto ainda tinha boa aderência na traseira”, disse o português da Pramac Yamaha.
A partir do momento em que o pneu traseiro também começou a perder tracção, Oliveira diz que tentou “gerir o andamento o melhor possível”.
“No final, senti-me um pouco melhor e consegui recuperar algumas posições e cheguei aos pontos. Considerando onde comecei [17.º], é um resultado aceitável”, frisou.
Além disso, o português disse ter “reunido informação importante”.
“Desde os testes [de pré-temporada], sabia que o nosso trabalho era encurtar a distância para os líderes. Agora, com mais dias de testes, quatro motas e dados partilhados, acredito que temos tudo o que precisamos para dar esse passo. Passa a ser o nosso único objectivo a partir de agora”, concluiu Miguel Oliveira.
Com o 14.º lugar na corrida de hoje, o Oliveira somou dois pontos, que o colocam no 16.º posto do campeonato, a 35 do líder, o espanhol Marc Márquez (Ducati), que juntou o triunfo de hoje na corrida principal à da sprint, no sábado.
A segunda das 22 etapas do Mundial de MotoGP vai ser disputada no fim de semana de 16 de Março, na Argentina.