Instalações do órgão associativo mudam-se da capital do distrito para o Seixal

Instalações do órgão associativo mudam-se da capital do distrito para o Seixal

Instalações do órgão associativo mudam-se da capital do distrito para o Seixal

Os clubes, a associação e a federação têm que se unir e trabalhar na modernização como fez o futebol, só assim poderá haver evolução.

 

A Associação de Atletismo de Setúbal vai mudar as suas instalações para o concelho do Seixal, mais propriamente para o Complexo Municipal Carla Sacramento, em Amora, a decisão foi tomada em Assembleia Geral pelos clubes que, desta forma, resolveram um problema que estava a gerar alguma preocupação.

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“Quando assumi a presidência da Associação de Atletismo de Setúbal estava longe de imaginar o que estava por trás desta situação”, começou por dizer José Serrano, esclarecendo depois que foi contactado pelo IPDJ – por causa da sede que estava sediada nas antigas instalações da Direcção Geral dos Desportos – que queria regularizar o processo porque não havia protocolo, nem cedência do espaço; ou seja, vinha funcionando no local de forma ilegal.

“Falei com o presidente do IPDJ, a vontade dele era resolver o processo só que as instalações já estavam sob a alçada da Direcção Geral do Tesouro que, depois de fazer uma avaliação, exigiu uma renda de 700 euros, quantia insuportável para nós. A direcção apresentou o caso aos clubes em Assembleia Geral, deu a conhecer que havia a hipótese de mudarmos para o Complexo Carla Sacramento e a opinião dos clubes foi unânime. Já estamos no novo local, esperamos agora que durante o mês de Novembro o processo de mudança esteja totalmente concluído. Confesso que estou satisfeito porque a nível do país devemos ser a única associação que tem a sua sede no espaço de uma pista de atletismo. Esta é agora a casa do atletismo no distrito de Setúbal”.

E, a propósito disso, o presidente da AA Setúbal aproveitou para deixar um alerta porque no seu entender a modalidade está a atravessar uma fase menos boa no país.

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“Os clubes que praticam atletismo têm que se unir porque a modalidade não está bem, está muito aquém daquilo que podia e devia estar. Temos que fazer o nosso trabalho como outras modalidades fizeram, os dirigentes, os treinadores, os clubes, as associações e a própria Federação têm que fazer o trabalho de outra forma, se não o fizermos, e se não nos unirmos, o que vai acontecer é que cada vez teremos menos praticantes. Vejamos o exemplo do futebol, fez o seu trabalho, modernizou-se e o resultado está à vista”.

Antigamente não havia pistas e apareciam resultados, hoje os atletas têm as melhores condições para praticar a modalidade e os resultados não aparecem. Em minha opinião, diz José Serrano, “isto é fruto dos venenos da sociedade, do Facebook, das PlayStation e da Internet. Os miúdos não deixaram de ter qualidade mas como têm outras ofertas não se dedicam à modalidade como nós fazíamos antigamente, preferem ficar sentados no sofá e alguns optam por outras modalidades, como é o caso do futsal e do futebol”.

Sobre o trabalho desenvolvido na AA Setúbal, o presidente recorda: “Quando peguei na associação, ela estava completamente parada, não tínhamos um vídeo-finish, não tínhamos computadores, não tínhamos um sistema de contagem chip e neste momento somos uma das associações do país que está mais bem apetrechada. Os atletas não tinham uniforme mas neste momento todas as selecções [quer atletas, quer treinadores], vão para as provas uniformizados com os equipamentos da AA Setúbal e no final das competições a associação dá os equipamentos aos atletas e aos treinadores como forma de gratidão pelo trabalho que desenvolvem em representação da associação, suportamos 50% dos equipamentos dos juízes e criámos uma tabela de incentivo financeiros aos clubes para dinamizarem a formação”.

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Pista Coberta fará explodir a modalidade

 

No que respeita a infraestruturas José Serrano é da opinião que o distrito está bem servido mas tem vindo a lançar o repto a alguns autarcas para a criação de um espaço coberto para a prática do atletismo.

“Não tenho a menor dúvida que se alguma autarquia, ou conjunto de autarquias, conseguir construir um pavilhão multiusos e colocarem lá dentro uma pista coberta, a modalidade vai explodir não só nesse concelho mas em toda a região de Setúbal e até mesmo em Lisboa e Vale do Tejo porque lamentavelmente nem a capital do país tem uma pista coberta. Se o basquetebol, o andebol, o futsal e outras modalidades se praticam em pavilhão porque não também o atletismo. No nosso país temos pistas cobertas em Pombal e em Braga, pistas essas que em determinada altura têm que ser desmontadas e no Inverno os atletas não podem treinar lá. É por isso que digo muitas vezes que os nossos atletas fazem milagres quando conquistam medalhas.”

Recentemente a AA Setúbal realizou no Cineteatro São João, em Palmela, a gala dos 40 anos, onde foram distinguidos atletas, juízes, treinadores, dirigentes, algumas entidades e personalidades que foram muito importantes para o desenvolvimento da modalidade no distrito, Maria Emília Sousa (Almada) responsável pela construção da Pista Alberto Chaíça; Alfredo Monteiro (Seixal) que construiu a Pista Carla Sacramento; Maria das Dores Meira que acabou a Pista de Setúbal; Joaquim Santos pela requalificação do Complexo Municipal Carla Sacramento; e as Câmaras de Setúbal, Seixal e Palmela que passaram a ser sócios de mérito reconhecimento pelo que fizeram nos seus concelhos pelo atletismo.

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