26 Junho 2024, Quarta-feira

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Indefinição marca arranque dos trabalhos no Bonfim

Indefinição marca arranque dos trabalhos no Bonfim

Indefinição marca arranque dos trabalhos no Bonfim

Vitória vive impasse sem precedentes enquanto aguarda resultado do recurso para competir na Liga.

 

Sem saber ainda em que escalão de futebol vai competir, o Vitória FC começa hoje, a partir das 10:00 horas, no relvado do Estádio do Bonfim, a preparação da época 2020/21. Às ordens de Meyong, treinador residente que orienta a equipa enquanto não é oficializado o novo timoneiro dos sadinos, deverão estar 20 jogadores, entre eles o defesa Derick Poloni (ex-Leixões), único reforço oficializado até ao momento.

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O lateral-esquerdo brasileiro, de 26 anos, junta-se a Makaridze, Lucas Paes, João Valido, Josué Duverger (guarda-redes), Artur Jorge, João Meira, Sílvio, André Sousa (defesas), Semedo, Pedrosa, Nuno Valente, Mathiola, Tiago Castro (médios), Zequinha e Hachadi (avançados). A estes atletas que integravam o plantel principal na época passada, juntaram-se João Tomaz, Amâncio, Kamo Kamo e Hugo Neves, todos dos sub-23.

Ainda na componente meramente desportiva do emblema setubalense, depois do rastreio de quinta-feira à Covid-19 no regresso após o período de férias – todos os resultados deram negativo – e dos exames médico (sexta-feira), são esperados nos próximos dias os médios brasileiros Leandrinho e Leandro Vilela, que foram autorizados pelo clube a apresentarem-se mais tarde.

O Vitória anunciou ontem que chegou a acordo para a renovação do contrato, até 2022, com o defesa-central Marcos Raposo. O jogador, de 20 anos, que na última época actuou nos sub-23, fica ligado aos sadinos até 2022. “Estou muito feliz pela renovação e pela confiança depositada em mim, que será retribuída com muito trabalho e dedicação. Pretendo dar continuidade ao que vinha a fazer até à interrupção dos campeonatos, cimentando o meu espaço. O meu maior objectivo é chegar à equipa principal do Vitória”.

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No dia do regresso do plantel ao Bonfim, o presidente Paulo Gomes foi o único elemento a prestar declarações, mostrando confiante de que o clube, que viu a Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) chumbar o seu licenciamento nas provas profissionais, relegando-o ao Campeonato de Portugal, verá a decisão ser revertida pelo Tribunal Arbitral de Desporto (TAD), podendo, por isso, participar na I Liga.

“Estamo-nos a preparar para começar o campeonato na I Liga. É esse o nosso lugar e foi em campo que o conquistámos. A nossa providência cautelar entrou no início da semana [17 de Agosto] e, neste momento, está a ser formado o Conselho de árbitros no TAD para que possa sair a decisão o mais rapidamente possível. Contamos que seja muito brevemente de forma a suspender todo este processo para que possamos estar no sorteio no dia 28”.

Confrontado com a possibilidade de haver uma decisão desfavorável e com os impactos que esse desfecho teria na vida do Vitória de, Paulo Gomes é peremptório. “Não temos noção do impacto que poderia ter no clube, não só em termos financeiros, como também em termos sociais e públicos. Falamos de uma instituição centenária, que tem alguns problemas, mas que, nestes pressupostos, tem bases legais para os poder discutir. Achamos que a razão está do nosso lado e daí a providência cautelar para que a decisão seja feita de forma ponderada e que a verdade venha ao de cima”.

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Sadinos atacam Pedro Proença

Entretanto, o Vitória acusou ontem o presidente da Liga, Pedro Proença, e duas das suas directoras de “criarem, intencionalmente, obstáculos ao regular funcionamento das competições desportivas”. Em comunicado publicado no na página do clube, com o título “No campeonato que mais importa – o da legalidade – a Liga claudica e em grande estilo”, os sadinos tecem duras críticas aos responsáveis da LPFP. “É o presidente da Liga e duas das suas directoras quem estão a criar, intencionalmente, obstáculos ao regular funcionamento das competições desportivas, tentanto, ainda, condicionar as decisões que esta sociedade desportiva entende irão ser adotadas, brevemente, pelo Tribunal Arbitral do Desporto”.

O Vitória, que considera estar a ser cometido um “grave atropelo à legalidade e ao respeito pelos Tribunais”, informa que vai apresentar segunda-feira recurso para o Conselho de Justiça (CJ) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF). “A Vitória FC, SAD tomou a decisão de apresentar, no dia de amanhã, ou seja, dentro do prazo fixado para o efeito, a apresentação de recurso para o CJ da FPF para impedir que o presidente da Liga e duas das suas diretoras tentem fazer entrar pela janela aquilo que, certamente, os Tribunais não deixarão entrar pela porta, repondo a legalidade e viabilizando a manutenção da Vitória no lugar a que pertence e conquistou desportivamente”.

O documento emitido pelos vitorianos refere que a admissão por parte presidente da Liga e duas das suas diretoras das candidaturas de Cova da Piedade e Casa Pia nas provas profissionais representa um grave atropelo à legalidade e ao respeito pelos Tribunais e suas decisões. “Além de poder configurar matéria de relevo em diversas dimensões do Direito incluindo a criminal, representa um grave atropelo à legalidade e ao respeito pelos Tribunais e suas decisões porquanto, não obstante sabedores da sua incompetência para decidir em tais matérias, não só não emendam a mão e reconhecem que erraram, como persistem e insistem em praticar atos ilegais”.

 

CRONOLOGIA DO IMBRÓGLIO

 

26 Julho  – O Vitória FC venceu o Belenenses SAD, por 2-0, no Estádio do Bonfim, e assegurou a permanência na I Liga de futebol, após o jogo da 34.ª e última jornada da prova, com 34 pontos (mais um que o Portimonense, penúltimo classificado).

29 Julho – O comunicado n.º 318 da Liga informa que o Vitória está impedido de participar nas competições profissionais, sendo despromovido ao Campeonato de Portugal por ter falhado três pontos nos pressupostos: inexistência de dívidas a Sociedades Desportivas, inexistência de dívidas a jogadores, treinadores e funcionários e regularidade da situação contributiva perante a Autoridade Tributária.

29 Julho – O Vitória anunciou que iria recorrer para o Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol da decisão do impedimento de se inscrever nas competições profissionais, depois de a Comissão de Auditoria da Liga ter reprovado o seu processo de licenciamento.

30 Julho – Em nota de imprensa, o presidente Paulo Gomes garante que “O Vitória tem fundamento para os três critérios apresentados como insuficientes. O Vitória FC sempre cumpriu e liquidará todas as dívidas que sejam certas, líquidas e exequíveis, não deixando de refutar e contestar aquelas que carecem de sustentação legal ou contratual ou se revelem abusivas”.

1 Agosto – Inconformados com a decisão da Liga de decretar a descida do Vitória ao Campeonato de Portugal, mais de 200 adeptos sadinos reuniram-se ontem na Praça de Bocage como forma de protesto por uma deliberação que consideram injusta. Além de alguns terem deixado os seus cachecóis junto da estátua do poeta, os presentes entoaram cânticos de desagrado que tiveram como alvos a Liga e o seu presidente, Pedro Proença.

3 Agosto –  Associação de Futebol de Setúbal afirma que se manterá “atenta e colaborativa” ao impedimento decretado pela Comissão de Auditoria da Liga de impedir o Vitória de inscrever-se nas provas profissionais. “A direcção da AFS, que esteve, está e estará, sempre, ao lado dos seus emblemas filiados, manifesta solidariedade institucional para com o Vitória, na certeza de que se manterá, institucionalmente, atenta e colaborativa”.

3 Agosto – Cerca de dois mil adeptos do Vitória juntaram-se, ao final da tarde, na Praça de Bocage, para exigir a readmissão do clube na I Liga. Com mote ‘Pelo Vitória, por Setúbal’, a concentração serviu para protestar contra o impedimento do clube em inscrever-se nas competições profissionais.

3 Agosto – O Vitória entregou o recurso ao Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebo, no seguimento da decisão da Liga Portugal de chumbar a inscrição do clube nas competições profissionais na época 2020/21, anunciou o clube em comunicado.

5 Agosto – Vitória acusa a Liga de clubes de ignorar “as necessidades decorrentes da covid-19” no processo de licenciamento e de “violar o princípio de igualdade entre clubes”, defende o emblema sadino na sua defesa, acrescentado que tal é “um exemplo crasso da violação das instruções para flexibilização impostas pela FIFA e pela UEFA”.

14 Agosto – o Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol declarou-se “materialmente incompetente” para apreciar a contestação à decisão da Comissão de Auditoria da Liga, remetendo o processo para o Tribunal Arbitral do Desporto (TAD).

15 Agosto – O Vitória de admitiu que o recurso para o Tribunal Arbitral do Desporto (TAD) era o cenário “mais expectável”. “Esta decisão é ainda convergente com a estratégia definida pela equipa de advogados que acompanha o Vitória nesta luta e abre reais perspectivas de que o clube possa disputar a época 2020/21 no lugar que conquistou por direito próprio”.

17 Agosto – Vitória entrega providência cautelar no TAD. Recorde-se que por se ter julgado “materialmente incompetente” para decidir, o CJ da FPF enviou o recurso do clube setubalense para o TAD.

20 Agosto – No dia em que o plantel regressou ao Bonfim, o presidente Paulo Gomes afirmou que o clube está-se a preparar para a I Liga. “Contamos ter uma decisão do TAD muito brevemente de forma a suspender todo este processo para que possamos estar no sorteio do campeonato no dia 28 de Agosto”.

23 Agosto – O Vitória anuncia que tomou a decisão de apresentar dia 24 recurso para o CJ da FPF para impedir que o presidente da Liga [Pedro Proença] e duas das suas directoras “tentem fazer entrar pela janela aquilo que, certamente, os Tribunais não deixarão entrar pela porta, repondo a legalidade e viabilizando a manutenção da Vitória no lugar a que pertence e conquistou desportivamente”.

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