11 Agosto 2024, Domingo

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Filme “10 anos de ouro” do Vitória inspira gerações actuais e futuras

Filme “10 anos de ouro” do Vitória inspira gerações actuais e futuras

Filme “10 anos de ouro” do Vitória inspira gerações actuais e futuras

“O presente não se faz, e muito menos o futuro, se não olharmos ao passado”, afirmou Tomé

 

 

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A apresentação do documentário “Vitória de Setúbal – 10 Anos de Ouro”, produzido pela RTP, teve lotação esgotada na noite de segunda-feira no Fórum Municipal Luísa Todi. Entre os quase 700 espectadores que assistiram ao filme, que retrata os tempos áureos do clube entre 1964 e 1974, estiveram algumas das antigas glórias sadinas, o plantel profissional actual e a equipas da formação.

Após o documentário de 58 minutos, que será transmitido na RTP Memória e se foca nas épocas em que o Vitória foi treinado por Fernando Vaz e José Maria Pedroto, os ex-jogadores Carlos Cardoso, Fernando Tomé e Octávio Machado, trio que contribuiu para o apogeu do Vitória, participaram num debate animado, relatando várias peripécias vividas pelas as equipas que integraram no Bonfim.

Nesses anos, o clube, que chegou a ser vice-campeão nacional e conquistou duas Taças de Portugal (1965 e 1967), dava cartas nas competições europeias. Emblemas como o Liverpool (Inglaterra), Inter de Milão e Fiorentina (Itália), Anderlecht (Bélgica), Spartak Moscovo (União Soviética) Hajduk Split (ex-Jugoslávia) e Olympique Lyon (França) caíram aos pés de um Vitória, cuja qualidade foi além-fronteiras.

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O actual capitão José Semedo, que esteve com os seus colegas no Fórum, disse no debate que os feitos retratados no documentário servem de inspiração. “As imagens que vimos valem mais do que mil palavras. É pelo que vimos que se percebe as razões deste clube ser tão grande. Ver estas imagens dá-nos alento e força para conseguirmos hoje procurar dar alegrias aos vitorianos e à cidade de Setúbal. Funciona como uma inspiração para nós”.

Carlos Cardoso, Fernando Tomé, Octávio Machado fizeram questão de frisar que tudo o que foi alcançado nas décadas de 1960 e 1970 se deve ao labor de muitas pessoas. Apesar de os jogadores serem a face mais visível, Fernando Tomé evocou os colegas e timoneiros de então. “Foi com satisfação e emoção que vi as imagens de Fernando Vaz e José Maria Pedroto, treinadores que orientaram essas equipas”.

Sabendo de antemão que se encontrava entre assistência o histórico dirigente Fernando Pedrosa, que liderou os destinos do clube em algumas das épocas referidas no filme, o antigo médio deu início a uma das ovações da noite. “Não gostaria deixar de dizer que houve uma pessoa que teve o seu relevo nestes anos e está aqui presente, o senhor Fernando Pedrosa”, disse, frisando que “a equipa fez muita coisa boa e linda nesses anos. Fomos reconhecidos tanto a nível nacional como internacional”.

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Octávio Machado corroborou da opinião de Fernando Tomé. “O Vitória também tinha dirigentes de grande qualidade nessa altura e eram respeitados a nível nacional. O nosso grande trunfo era o facto de gostarmos uns dos outros”, disse o ex-jogador que representou os setubalenses entre 1968/69 e 1974/75 e entre 1980/81 e 1982/83 e que fez questão de cumprimentar e aplaudir os ex-colegas José Mendes, Wagner Canotilho e Herculano que estavam presentes no evento.

 

“Setúbal criou um ambiente fervoroso de apoio”

 

Octávio Machado destacou ainda o papel desempenhado pelos adeptos. “Para isto que vimos contribuiu muita gente e uma cidade. Setúbal criou um ambiente fervoroso de apoio. A nossa maior alegria era sentir a satisfação dos adeptos nas bancadas. Afastar as equipas que eliminámos não era para qualquer um. O Vitória tinha muita qualidade. O Vitória nesses anos era convidado para os melhores torneios internacionais. O clube tinha prestígio e era respeitado. Isso deveu-se a uma cidade que tinha um clube que se tornou enorme”.

Fernando Tomé destacou a importância do filme de autoria de Rui Alves e que teve locução de Paulo Sérgio, que moderou o debate que se seguiu à projecção. “O presente não se faz, e muito menos o futuro, se não olharmos ao passado”, afirmou. Instado a eleger o melhor ano da década de ouro do Vitória, a antiga glória foi peremptória. “Não sou capaz de dizer. Houve muitos e bons”. Ideia que é partilhada por Cardoso e Octávio. “Não posso porque todos os anos foram brilhantes”.

Alguns dos aplausos mais sonoros da noite foram dirigidos a Carlos Cardoso, jogador do clube entre 1964 e 1977 e durante oito anos capitão. O ex-treinador, que protagonizou alguns dos momentos mais bem-humorados do evento, fazendo comparações entre o vocabulário que é hoje utilizado por muitos dos “entendidos” do futebol, é um caso de longevidade único no Vitória. Além de ter feito parte os anos de ouro, comandou a equipa que em 1999/2000 voltou a actuar na Taça UEFA, após 25 anos de ausência. Em 2004/05, depois de ter jogado a final ganha em 1965, voltou ao Jamor como elemento da equipa técnica, ganhando o troféu ao Benfica, tal como tinha feito 40 anos antes.

Presente no debate, que teve o apoio do jornal O SETUBALENSE, esteve também o actual presidente do clube Carlos Silva, que lançou um repto aos setubalenses. “É importante a cidade estar com o clube. Apelo a todos os cidadãos de Setúbal e às empresas para apoiarem o Vitória. Para termos um clube grande, precisamos de sócios. Neste momento, temos 12 mil associados, mas só 6 mil são pagantes. O clube tem de ter mais associados, a cidade tem de estar com o Vitória”, sublinhou o dirigente na sua intervenção.

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