Fabril com acordo verbal para continuar a usar instalações desportivas

Fabril com acordo verbal para continuar a usar instalações desportivas

Fabril com acordo verbal para continuar a usar instalações desportivas

Pavilhão Vítor Domingos e o Estádio João Pedro chegaram a estar encerrados por deliberação judicial, na senda de um processo interposto pelo proprietário do terreno

O Fabril do Barreiro tem um acordo verbal com o novo proprietário dos terrenos para continuar a utilizar o pavilhão Vítor Domingos e o Estádio João Pedro, fechados temporariamente em 27 de Fevereiro por decisão judicial.

- PUB -

“Tivemos uma reunião com o proprietário na quarta-feira, que correu bem. O proprietário demonstrou disponibilidade para que continuemos a utilizar aquelas instalações. Não há nenhum compromisso escrito ou firmado, mas um compromisso verbal e a boa vontade dele”, reconheceu à agência Lusa o presidente do clube do Barreiro, Pedro Miguel Lima.

Os dois espaços chegaram a estar encerrados por deliberação judicial, na senda de um processo interposto pelo proprietário do terreno, que tem em vista um projeto desportivo.

Essa decisão afetava a prática desportiva de 600 jovens do Fabril, que, após sucessivas mudanças de nome, ‘herdou’ o legado da CUF, emblema histórico do futebol português, pelo qual passaram os ex-internacionais Manuel Fernandes, Carlos Manuel e Travassos.

- PUB -

“Vamos continuar a dialogar para que continue tudo a funcionar normalmente até ao fim desta época, pelo menos. Depois, dependerá de como decorrerem as conversas”, notou.

O pavilhão Vítor Domingos concentra as equipas de hóquei em patins, judo e patinagem artística do Fabril, bem como as aulas de Educação Física do Agrupamento de Escolas Augusto Cabrita, enquanto o Estádio João Pedro acolhe as camadas jovens do futebol.

“Como é natural, houve alguma apreensão por parte dos pais dos atletas. Eles ficaram preocupados, mas continua tudo a decorrer com normalidade, acalmia e felizmente não perdemos ninguém. Continuamos com os mesmas atletas e com todas as atividades a decorrerem normalmente, mesmo as que não são do clube”, traçou Pedro Miguel Lima.

- PUB -

Apesar disso, a direcção acatou o pedido do proprietário para que a secretaria e a sala de troféus do Fabril fossem transferidas do pavilhão para o Estádio Alfredo da Silva, onde joga a equipa principal de futebol, do Campeonato de Portugal, quarto escalão nacional.

“Os serviços administrativos ainda não estão a funcionar a 100%, mas em breve estarão. Quanto à sala de troféus, terá de haver um reajuste para acolher essas conquistas que estavam expostas no pavilhão. Tínhamos os troféus divididos [entre dois espaços], até porque em quase 100 anos de história tivemos muitas modalidades e êxitos”, observou.

No dia em que o pavilhão Vítor Domingos e o Estádio João Pedro estiveram fechados, o presidente da Câmara Municipal do Barreiro, Frederico Rosa, assegurou em reunião da Assembleia Municipal que nenhuma das 600 crianças e jovens atletas ficará sem prática desportiva e que não era possível construir habitações nos terrenos vendidos pelo Fabril.

“Não houve mediação da autarquia na reunião desta quarta-feira. O presidente costuma estar presente, mas não tinha disponibilidade. Há que enaltecer o papel da Câmara, que nos tem dado apoio. O presidente já tornou público que existe disponibilidade para ceder um terreno que permita ao Fabril montar campos de futebol”, reiterou Pedro Miguel Lima.

As instalações foram vendidas pelo grupo Companhia União Fabril (CUF), mas o Fabril do Barreiro – designação adotada a partir de 2000, em sucessão do Grupo Desportivo da Quimigal -, tinha o direito de superfície para utilizá-las com fins desportivos por 50 anos.

O novo proprietário lamentou que as sucessivas direções do Fabril tenham protelado por quase três anos a entrega efetiva dos terrenos envolventes ao Alfredo da Silva, conforme constava da escritura assinada em março de 2022, gerando “enormes custos e prejuízos” ao projeto idealizado e culminando na decisão decretada pelo tribunal na última semana.

O clube da margem sul do rio Tejo foi fundado em 1928, sob influência da CUF, e logrou notoriedade desportiva nas décadas seguintes, mas quebrou após o 25 de abril de 1974, com a nacionalização de várias empresas de um dos maiores conglomerados nacionais.

Em 1939, o ciclista Joaquim Fernandes arrebatou a Volta a Portugal em bicicleta com a camisola da CUF, que, no hóquei em patins, se sagraria campeã nacional em 1964/65.

Já no futebol, o atual 12.º e antepenúltimo classificado da Série D do Campeonato de Portugal, teve 23 presenças na elite, com estreia em 1942/43 e despedida em 1975/76, jogou nas provas europeias e lançou algumas antigas figuras da seleção principal lusa.

Partilhe esta notícia
- PUB -

Notícias Relacionadas

- PUB -
- PUB -