Começou a jogar no Leão Altivo, reside na Quinta do Anjo e é filho de Paulo Correia que foi treinador do Amora e mais recentemente coordenador de uma Academia na China
Duarte Correia tem apenas 13 anos, é defesa central, joga no Sporting e tem o sonho de vir a ser profissional de futebol. Começou a jogar na margem sul, no Leão Altivo, mas cedo despertou o interesse de outros clubes como o Sporting, Benfica, FC Porto e até mesmo o Real Madrid. Ganhou vários prémios individuais e colectivos e optou por representar o Sporting que pretende renovar o vínculo com o jogador, só que as propostas continuam a surgir tanto de Portugal como do estrangeiro e também tem sido muito aliciado por empresários, mas o pai continua a acreditar plenamente no Sporting.
Tudo indica que mais uma estrela está a despontar no futebol nacional, um jogador que tem características muito idênticas a Gonçalo Inácio que é citado pela jovem promessa como um bom exemplo para continuar a alimentar o sonho de vir a singrar no mundo do futebol.
O facto de o teu pai ser treinador teve alguma influência em teres optado pelo futebol?
O meu pai nunca me disse para eu jogar futebol ou para ser deste ou daquele clube. Quando nasci, o meu pai já era treinador de futebol. Cresci entre os balneários e os relvados no meio dos jogadores do meu pai. Por isso, o futebol foi uma escolha natural para mim.
Como tem sido a tua carreira de futebolista até ao momento?
Já jogo futebol desde os 5 anos mas não posso falar de carreira porque essa vai começar agora com a passagem para o futebol de 11. Comecei no Leão Altivo onde fiz muitos amigos e conquistei muitos títulos colectivos e individuais. Joguei muitas vezes no escalão mais velho mas foi no meu escalão que tive os maiores sucessos, melhor jogador no Mealhada Cup e título colectivo de vencedores do Oestemania. Desde os 6 anos que fui sendo convidado a treinar no Sporting, Benfica, Porto, entre outros, mas com essa idade só pensava no Leão Altivo e nos meus amigos. Fui treinar a esses clubes mas queria sempre voltar ao meu clube. Aos 8 anos o Sporting falou com os meus pais no sentido de lá ir treinar uma vez por semana e fazer torneios nacionais e internacionais, mas continuando a jogar para o campeonato pelo Leão Altivo. Esta opção e o facto de ter gostado muito do primeiro treinador que tive no Sporting (mister Bernardo), foram as razões que me levaram para o Sporting. Aos 10 anos passei definitivamente para o Sporting passando a ter boleia da carrinha do clube três vezes por semana para os treinos em Lisboa, pois vivo na Quinta do Anjo – Palmela.
O ingresso no Sporting foi um passo importante no teu percurso?
Hoje reconheço que sim, mas como disse anteriormente não foi fácil deixar os meus amigos e o clube onde “nasci” para o futebol. No Sporting, fiz novos amigos. Aqui são todos muito bons, o que me faz evoluir todos os dias. Reconheço que tenho boas qualidades ao nível do passe e conhecimento do jogo apesar de jogar a defesa central ou defesa esquerdo. Mas tenho muito que evoluir noutros aspectos e havendo muita competitividade no plantel faz com que me tenha de superar todos os dias.
A pandemia tem causado alguns transtornos na preparação da época?
Eu estava a fazer a transição do futebol de 9 para futebol de 11 quando se deu a pandemia e por essa razão veio atrapalhar a adaptação. Mas o pior foi ter de deixar de fazer o que mais gosto, treinar e jogar. Deixámos de ter jogos e isso faz com que a motivação baixe um pouco. Agora a única competição que tenho são nos jogos da playstation mas continuo a treinar todos os dias, com treinos adaptados enviados pelo Sporting ou com pequenas corridas com os meus pais e irmã.
Quais são os teus projectos para o futuro?
Quero muito vir a ser jogador de futebol. Sei que muitas crianças também têm esse sonho, mas o meu pai vai-me dando umas dicas do que fazer para superar as dificuldades. Ele não me diz nada sobre como devo jogar, diz que esse é o papel dos meus treinadores; mas vai dando indicações sobre as dificuldades que tenho de superar. Por exemplo, estive a ler o livro do Mister Luís Dias “Jogar com os pés e cabeça”, por indicação dele, e aprendi um pouco sobre o percurso que ainda tenho de percorrer. Neste momento vejo o Gonçalo Inácio (tenho características parecidas) a ser titular da equipa principal com 19 anos e isso leva-me a acreditar que com trabalho posso vir a concretizar o meu sonho de vir a ser futebolista profissional. Em paralelo tenho de continuar focado na escola para continuar a ter boas notas.
O mais importante na idade dele é a estabilidade
“Antes de ingressar no Sporting teve um convite para fazer um jogo treino pelo Real Madrid num torneio, acabou por não ir pois nessa data teve de ser operado a um quisto. Dissemos-lhe que seria apenas uma experiência, pois nunca iria para o Real Madrid com 10 anos. Curiosamente, uns meses depois num outro torneio em Espanha, já ao serviço do Sporting, o Duarte jogava contra Real Madrid”, conta o pai da jovem promessa.
“Com o ingresso no Sporting, pensávamos que os convites iriam terminar mas eles continuaram a surgir tanto de Portugal como do estrangeiro, incluindo a sondagem de um grande de Itália e outro de Inglaterra, para além do aliciamento de empresários. Mas a minha resposta é sempre a mesma, confio plenamente no Sporting, o mais importante na idade dele é a estabilidade”.
“Ele tem muito potencial, ainda não deu o salto pubertário mas já é dos mais altos, ganha corta-matos e mega-sprints escolares, tem uma leitura de jogo muito boa, bate livres com uma precisão incrível e é muito bom no passe curto e longo, mas ainda tem muito para melhorar na relação com a bola em espaços curtos e na agressividade defensiva. Esta é a leitura que faço enquanto treinador mas não me meto em nada neste processo, deixo isso para os treinadores dele”, deixa bem vincado Paulo Correia.