Defesa extraordinária de Galli, aos 90+6 minutos, segura vitória (2-1) sobre algarvios e o 2.º lugar no Campeonato
Um golo de Diogo Sequeira, aos 88 minutos – 12 depois de ter entrado em campo –, deu este domingo o triunfo, por 2-1, ao Vitória na recepção ao Imortal, em partida da 5.ª jornada da série D do Campeonato de Portugal. Com a conquista dos três pontos, no jogo em que Flavinho Júnior tinha feito o 1-0 ainda no primeiro tempo, os sadinos continuam no 2.º lugar da classificação, com 12 pontos, menos um que o líder Moncarapachense.
Numa tarde de muito calor, os comandados de José Pedro tiveram de se aplicar para obter um inédito terceiro êxito consecutivo na época (dois no campeonato e um na Taça de Portugal). Depois de terem deixado os algarvios chegar ao 1-1, aos 78 minutos, num lance em que a defesa foi permissiva, os verdes e brancos conseguiram ainda resgatar os três pontos num jogo em que a ineficácia na finalização foi, mais uma vez, o principal inimigo da equipa.
Os sadinos actuaram de início com Riccardo Galli, Joel Monteiro, Samir Banjai, Lourenço Henriques, António Montez, Gonçalo Maria, Mauro Antunes, Caleb Carvalho, Flavinho Júnior, Daniel Carvalho e Tuga, atletas que entraram em campo na companhia de utentes da Santa Casa da Misericórdia de Setúbal. A iniciativa, muito aplaudida pelos adeptos, realizou-se no âmbito do Dia Internacional do Idoso, data instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) para conscientizar a população sobre as dificuldades enfrentadas pelos mais velhos.
Em relação ao jogo anterior com a Sanjoanense, da Taça de Portugal, o treinador José Pedro fez seis alterações no onze. Riccardo Galli, Gonçalo Maria, Samir Banjai, Mauro Antunes, Daniel Carvalho e Tuga voltaram ao onze em detrimento de Tiago Neto, Tiago Duque, Ézio Pinto, Pedro Graça, Marouca e Zequinha, que cumpriu no campeonato o seu segundo jogo de castigo.
Os vitorianos entraram melhor no jogo, conseguindo instalar-se no seu meio-campo ofensivo e chegar de forma regular à baliza defendida por Lucas, que aos 10 minutos, travou com facilidade o remate feito por Daniel Carvalho. Volvidos quatro minutos foi a vez de , Samir Banjai, pressionado por dois adversários, não conseguiu fazer melhor do que cabecear no interior da área sobre a trave, após cruzamento de Daniel Carvalho.
Mais perigo criou Caleb Carvalho, aos 20 minutos, quando, após assistência de Joel Monteiro, já no interior da área de baliza, rematou sobre o travessão naquela que era, até aí a melhor oportunidade para inaugurar o marcador. Numa fase em que a pressão exercida pelo Vitória causava sobressaltos na área contrária só a defesa cerrada do conjunto algarvio e a falta de discernimento no remate final impediam os sadinos de se adiantar no marcador.
Já depois de o Imortal ter visado, aso 27 minutos, a baliza sadina num remate do meio da rua de Kaio que saiu muito longe do alvo, os verdes e brancos voltaram a estar muito perto do golo. Desta vez, aos 30 minutos, Daniel Carvalho desmarcou Tuga, avançado que rematou forte para uma defesa atenta de Lucas, que conseguiu evitar o golo, que não tardou muito a surgir.
Aos 38 minutos, um de Fadigas ter rematado ao lado do poste direito da baliza de Riccardo Galli, os sadinos chegaram ao 1-0 num golaço de Flavinho Júnior que, já no interior da área, rematou em arco, levando a bola a entrar junto do ângulo superior direito. A contrastar com a festa dos adeptos e equipa no Bonfim, os elementos do Imortal contestaram muito o lance por entenderem que na origem do golo esteve um pontapé de baliza, quando o árbitro Rúben Pinheiro, da AF Santarém, devia, no seu entendimento, ter assinalado pontapé de canto para os algarvios.
Antes do intervalo, ambas as equipa tiveram oportunidade de fazer mudanças no resultado. Aos 40, o defesa sadino Samir Banjai fez um corte providencial quando um oponente rematou à baliza e, no minuto seguinte, na área oposta, Daniel Carvalho desequilibrou-se no momento em que ia desferir o remate à baliza.
Susto aos 78 e festa rija aos 88
Após o intervalo, com os setubalenses a vencerem por 1-0, o Imortal tentou equilibrar as operações de forma a acercar-se com perigo da baliza de Galli, que ia conseguindo, com a ajuda da defesa liderada pelo capitão Lourenço Henriques, resolver os lances criados. Menos afoitos no segundo tempo, os sadinos também não fizeram fazer melhor na zona de finalização. A primeira vez que o guardião Lucas apanhou um susto foi, aos 70 minutos, num remate forte de Tuga que saiu ao lado da baliza.
Mais eficaz foi Imortal na sequência de um lance de bola parada em que a defesa vitoriana não ficou isenta de responsabilidades. Decorria o 78.º minuto quando, após um livre cobrado no flanco esquerdo, Ari cabeceou entre vários homens vestidos de verde e branco para a igualdade (1-1). O balde de água fria numa tarde escaldante fez temer o pior junto das hostes vitorianas, que viram o treinador José Pedro efectuar várias alterações na recta final do jogo.
Foi precisamente um dos atletas lançados no decorrer do segundo tempo que viria a salvar a equipa, apontando o golo (2-1) que valeu os três pontos. Falamos de Diogo Sequeira, atacante que, aos 88 minutos, na sequência de uma boa jogada colectiva dos sadinos, desferiu um remate colocado junto do poste direito que provocou uma explosão de alegria no Bonfim. Até ao apito final, o Vitória não se livrou de um susto e pode agradecer ao guardião Galli, que fez uma defesa extraordinárias, aos 90+6, que segurou o 2-1 registado no final.
