Com quatro jogos por realizar, treinador dos sub-15 do Vitória assume objectivo. Equipa liderada por Diogo Salgueiro perde com Benfica e vira atenções para a fase seguinte.
A contar para a 13.ª jornada do campeonato nacional de sub-15 (série B), o Vitória perdeu domingo com o Benfica, por 5-2. Com a equipa a perder 4-0 no final da primeira parte, o que disse aos jogadores ao intervalo para terem reagido, conseguindo reduzir para 4-2 nos primeiros minutos e serem superiores ao adversário no segundo tempo?
Em primeiro lugar, tentei explicar-lhes de forma coerente, apesar do resultado estar como estava, que a nossa primeira parte não representava o resultado. Nós estávamos a ter identidade, personalidade e estávamos a tentar ter bola. A qualidade do Benfica é evidente e tiveram mérito na forma como chegaram aos golos. Pedi-lhes que mantivessem uma imagem positiva daquilo que nós somos, reflectindo o nosso trabalho diário e a qualidade que temos. Disse-lhes também que não queria olhar para o resultado (4-0 ao intervalo), queria, isso sim, focar-me naquilo que é o nosso crescimento individual e coletivo, voltando para dentro do campo para fazer tudo por tudo para deixarmos uma imagem positiva.
Quando entre os minutos 46 e 48, o Vitória reduziu para 4-2 (golos de Dinis Santiago, de penálti, e Dinis Neves, respectivamente) pensou que era possível anular a desvantagem?
Se tivéssemos chegado ao 4-3… quem sabe. Nós entramos em qualquer jogo, com qualquer adversário, para ganhar, sempre. O jogo hoje, na primeira parte, não correu da melhor forma possível. A segunda parte foi um pouco diferente. Com o 4-2, começamos a acreditar, sentimos o adversário um pouco mais frágil, sentimos isso na postura dos jogadores do Benfica, que foram inferiores a nós na segunda parte. Tentámos pegar nisso e galvanizar-nos. Acho que foi uma segunda parte entretida e disputámos o jogo até o último segundo.
Com quatro jornadas por realizar e a nove pontos do 5.º posto, que é ocupado pelo Farense, a passagem à fase de apuramento de campeão ainda é possível?
Não. Jogamos com o Farense no fim-de-semana, mas tivemos agora os últimos dois jogos, em Santarém e na Madeira (com Marítimo), em que perdemos (1-0 e 3-1, respectivamente). Por incrível que pareça, a equipa teve um desempenho colectivo bastante satisfatório. Infelizmente, não conseguimos concretizar as oportunidades que criámos, não aproveitámos, e não conseguimos chegar perto do quinto lugar. O objectivo é a manutenção. Vamos trabalhar nas próximas quatro jornadas, que faltam para o fim da primeira fase, para preparar a equipa, para assegurarmos a manutenção de forma limpa e sem sobressaltos como houve no ano passado.
De que forma vai o Vitória encarar os jogos que faltam na fase actual? Vão já começar a preparar a fase de permanência que vão discutir mais à frente?
Um Vitória focado no crescimento individual dos jogadores e do colectivo, dentro e fora do campo. É isso que nós vamos tentar fazer, tentar ganhar os jogos, tentar continuar a crescer dentro daquilo que é o nosso processo e a nossa ideia de jogo, e preparar a equipa, acima de tudo, para aquilo que vai ser a fase de manutenção. Com equipas do Norte do país, com estilos diferentes de jogo, mas é uma fase onde a margem de erro é muito reduzida. Na fase actual, temos agora os jogos com o Farense, Alverca, Real e Estoril para preparar bem a equipa e podermos entrar fortes na fase de manutenção.
No passado dia 20 de Novembro, por ocasião da gala do 114.º aniversário do Vitória, foi distinguido com o Prémio de Treinador do Futebol de Formação. O que representou essa distinção?
É um momento de enorme orgulho e gratidão. Claro que fico muitíssimo contente por ter sido distinguido. O prémio foi-me dado a mim, mas só é possível com o trabalho todo que é feito na Formação, principalmente o Carlos Chaby, o Luís Martins, e colegas de profissão como o Ricardo (Diogo), o João Nicolau, o (Tiago) Felgar, o Bruno (Parreira). Só é possível porque temos um ambiente de partilha, de crescimento. No ano passado, fizemos um ano muito bom, é verdade [n.d.r.: liderou a equipa que conquistou um título inédito no Campeonato Sub-17 na AF Setúbal com o registo de 22 vitórias, um empate e três derrotas], no entanto, vejo o prémio como o reconhecimento do bom trabalho que se faz na Formação do Vitória.