“Tenho quase 32 anos, tantos como os que tenho de sócio do clube (…) estou no melhor sítio do mundo”, afirma.
A contar para a 11.ª jornada do Campeonato Nacional de Sub-15 (série B), o Vitória perdeu domingo (1-0) na recepção ao líder Sporting. Que análise faz ao jogo em que o único golo pareceu ser precedido de fora-de-jogo?
Em primeiro de tudo, quero elogiar a atitude competitiva dos meus jogadores. Defrontámos um adversário que, na primeira volta, ganhou-nos por números expressivos (6-1). Daí para cá, houve um crescimento muito grande da nossa equipa. Em relação a este jogo, a primeira parte foi muito bem conseguida da nossa parte. Pelas oportunidades que criámos, o resultado justo ao intervalo seria nós estarmos em vantagem. Penso que, na segunda parte, conseguimos manter os índices motivacionais e de foco bem elevados. O Sporting marca o golo num lance em que parece estar fora de jogo, mas isso nós não controlamos. Controlamos, sim, o trabalho diário e estes meninos são fantásticos nesse aspecto. E é isso que levamos daqui para a frente.
O que gostou mais da exibição da sua equipa no encontro realizado no campo do Olival, em Águas de Moura?
O espírito competitivo que demonstraram do primeiro ao último minuto. Após um jogo menos conseguido na jornada anterior com o Belenenses (derrota 3-0), demos agora uma resposta cabal, mostrando que podemos ser competitivos contra qualquer adversário do campeonato. O Sporting é líder da nossa série e tem uma das melhores gerações do país. Penso que não fomos em nada inferiores e a prová-lo está a forma como o adversário acabou o jogo, com receio de sofrer o empate. É a melhor prova da excelente exibição que nós fizemos.
O Vitória ocupa a 6.ª posição com 13 pontos e está a oito do 5.º e lugar (Farense) que dá acesso à fase de apuramento de campeão. A posição que ocupam está dentro das expectativas?
Está dentro das expectativas. Olhando para a nossa série, achamos que temos quatro colectivos muito superiores a nós: o Sporting, o Alverca, o Belenenses e o Benfica. Penso que o Farense é uma equipa que está dentro do nosso espectro competitivo. Perdemos (2-0) com eles, mas acredito que podemos disputar com o Farense o possível acesso à fase final.
Quais os objectivos que têm na presente época?
O objectivo é a manutenção, apenas e só. E isso tenho a plena confiança que os meus jogadores vão conseguir fazer. Recordo que estamos a falar de uma equipa que só na última jornada da época passada garantiu manutenção na 1.ª Divisão Nacional. Os problemas do clube, que são do conhecimento dos vitorianos, mexeram um pouco também com a estruturação do plantel, que acabou de ser feita um pouco tardiamente. No entanto, o compromisso diário destes meninos faz-me acreditar que nós podemos e nós queremos sempre mais. Veremos o que é que o resto da época nos traz. O objetivo é apenas e só manutenção. E demos neste jogo com o Sporting mais uma prova de que vamos conseguir.
Pelo que conhece dos jovens que compõem o seu plantel, acredita que há jogadores com qualidade para continuarem a evoluir ao ponto de poderem, nos Sub-17 e Sub-19, dar cartas no Vitória e no futebol?
Essa é uma das nossas preocupações aqui. Além de sermos competitivos todos os fins de semana, queremos fomentar um crescimento do ponto de vista social e desportivo a todos os atletas, para que eles possam continuar a crescer dentro da Vitória. O nosso objetivo é conseguir formar uma estrutura de plantel, uma base sólida, para que daqui a dois anos, em Sub-17, possam voltar a fazer um campeonato bastante positivo e, ‘quiçá’, poderem vir a jogar pelo Vitória já em competições profissionais.
O que é que representa para si treinar na formação do Vitória e quais os seus objetivos no futuro?
Estou no Vitória há quatro anos. A minha meta é ser profissional no futebol. Nunca escondi que o meu grande sonho é treinar o Vitória na I Liga. É um sonho longínquo, mas espero que um dia possa ser possível realizar. Tenho quase 32 anos, tantos como os que tenho de sócio do clube. Já percorri o país fora a ver jogos da Vitória, é o meu clube, portanto, estou no melhor sítio do mundo, mas claro, gostaria de ser profissional.
Quais as suas principais referências como treinador?
José Mourinho, sem sombra de dúvidas. Mais recentes, admiro os trabalhos de Jurgen Klopp e Pep Guardiola.