28 Junho 2024, Sexta-feira

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“Desalento é tão grande que às vezes mais valia começar-se do zero e não pagar nada a ninguém”

“Desalento é tão grande que às vezes mais valia começar-se do zero e não pagar nada a ninguém”

“Desalento é tão grande que às vezes mais valia começar-se do zero e não pagar nada a ninguém”

De que forma reage à decisão, conhecida quarta-feira, do Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) de rejeitar o recurso de licenciamento apresentado pelo Vitória para as provas nacionais?

Com um sentimento de revolta tremendo. Mais uma vez, é injusto o que estão a fazer ao Vitória. Ouvimos todos os dias que clubes ‘grandes’ forjavam declarações para poderem inscrever a equipa e que têm dívidas de milhões a agentes desportivos, quando esse é um dos pressupostos para se poderem inscrever e continuam a fazê-lo. Tudo isto é ignorado e o Vitória, que tem neste momento uma situação contributiva regularizada – continuo a dizê-lo e vou fazê-lo o resto da minha vida –, tem exactamente a mesma situação hoje que tinha quando cheguei em 2020. Começámos a regularizar as coisas e estão dessa forma até hoje. O Vitória é, neste momento, um clube cumpridor, contrariamente ao que acontece com outros clubes.

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A FPF continua a dizer que o clube não cumpre os pressupostos financeiros exigidos…

A Federação alega apenas o artigo 28.º, referindo-se à “certidão” da Segurança Social que não pode ser substituída por uma declaração, mesmo que esse documento ateste exactamente a mesma coisa e até mais. Estamos a lutar contra ‘lobbies’ muito grandes. Basta procurar um pouco: quem é o director da Federação Portuguesa de Futebol que foi presidente do U. Santarém e quem é o dono da SAD do U. Santarém. Juntando-se as peças do puzzle percebe-se o que está a acontecer aqui. Infelizmente, o futebol português continua agarrado a estas artimanhas extradesportivas. São as decisões extradesportivas que estão a mandar no futebol português. Não me revejo nisto

Não podendo o clube inscrever-se nas provas nacionais da FPF (Liga 3 e Campeonato de Portugal), o futuro do Vitória passa pela 2.ª Divisão Distrital. Vão auscultar os sócios para decidirem qual o passo seguinte a tomar?

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Sim. A direcção vai pedir, o mais rapidamente possível, que seja agendada uma Assembleia Geral (AG). Mediante o que já tínhamos transmitido na AG que fizemos no passado dia 14 e das decisões que pudessem surgir – na altura não sabíamos que o desfecho do recurso do licenciamento seria este – vamos agora, de imediato, pedir ao presidente da mesa da Assembleia Geral (MAG), David Leonardo, a convocação dessa reunião, cumprindo os requisitos dos estatutos. Esperamos dentro do mais curto espaço de tempo, na próxima semana ou na seguinte, será marcada a AG e os sócios vão ser soberanos a decidir o que se vai fazer.

Na Assembleia de 14 de Junho foi transmitido que a prioridade é salvar o clube, mesmo tendo de deixar cair a SAD e recomeçando a equipa de futebol sénior masculina na 2.ª Divisão Distrital. É essa a solução?

Provavelmente esse é o caminho mais provável. Neste momento o desalento é tão grande que às vezes mais valia começar-se do zero e não pagar nada a ninguém. Já vimos que mesmo pagando milhões, como fez nos últimos anos, acontece isto. Em Dezembro de 2020, quando vim para o Vitória, tentei que fosse um clube cumpridor e assumisse todas as suas responsabilidades. Concluo que, ao fim de quase quatro anos, não vale a pena o esforço nem o dinheiro que se paga. As instituições são adversas a quem cumpre e estão agarradas a quem não o faz. O que nos está a acontecer é a prova cabal dessa situação. Agora, os sócios vão decidir o caminho a seguir.

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Além da SAD, que tem uma dívida aos credores de cerca de 40 milhões de euros, há também a hipótese de deixar cair o clube e fundar um novo com outra denominação?

Chamo a atenção para o facto de os 40 milhões de euros de que se fala não são ainda referentes a uma listagem definitiva. A nova listagem vai sair em breve com valores corrigidos e não serão, seguramente, 40 milhões, que era um número provisório referente ao PER anterior. Possivelmente, o número final da SAD seja agora cerca de 26 milhões de euros. Independentemente disso, o que se vai procurar fazer é salvar o clube e tudo o que representa. A Federação conseguiu derrubar o Vitória e agora o clube vai tentar fazer o seu percurso que será decidido pelos sócios.

O que vai agora acontecer aos jogadores que estão vinculados ao Vitória?

Neste momento, há uma administradora judicial que tem o poder de fazer a gestão. Esta situação será comunicada à senhora administradora que dirá quais são os passos que o Vitória tem de dar, nomeadamente, em relação aos jogadores. Uma vez que o Vitória não sobe, há jogadores que deixam de ter o seu contrato prolongado, ao contrário do que aconteceria com uma subida. Na minha opinião, claramente os jogadores serão livres. Independentemente disso, terão sempre de ser dadas a explicações à senhora administradora, que é soberana.

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