David Leonardo: “Só todos juntos conseguiremos colocar o Vitória no lugar que merece”

David Leonardo: “Só todos juntos conseguiremos colocar o Vitória no lugar que merece”

David Leonardo: “Só todos juntos conseguiremos colocar o Vitória no lugar que merece”

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O advogado David Leonardo, que tece rasgados elogios a Carlos Silva e Hugo Pinto, não hesita na hora de apontar o presente de aniversário que mais deseja. “Não poderíamos receber prenda melhor do que a decisão do TAD, no sentido de voltarmos a competir na 1.ª Liga”

 

Além de ser advogado e presidente da Mesa da Assembleia-Geral (MAG) do Vitória, quem é David Leonardo?

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Acima de tudo, um setubalense, na verdadeira acepção da palavra: um verdadeiro apaixonado pela nossa cidade, pelo Sado, pela Arrábida e, sobretudo, pelo nosso Vitória. Reúno orgulhosamente as características de uma pura ‘alma charroca’, que me faz viver as coisas com aquela intensidade tão especial que só os setubalenses possuem.

O que representa para si ser presidente da MAG do Vitória FC?

É um orgulho enorme, adoçado por uma curiosidade: sou o mais novo presidente de sempre da MAG do VFC!

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Exerce outros cargos nalguma instituição além de presidente da MAG do Vitória? Se sim, quais?

A minha vida tem sido fortemente marcada pela estreita ligação ao movimento associativo. Na juventude, fui membro e presidente das associações de estudantes e académicas, fui presidente da Direcção Regional de Faro da Associação Nacional dos Jovens Advogados, fiz parte de associações ambientalistas e nunca deixei de prestar o meu contributo às causas em que acredito. Actualmente, para além das funções que exerço no VFC (de longe, as mais exigentes) sou igualmente presidente da Mesa da Assembleia Geral do Clube de Ténis e Padel de Portimão, vice-presidente do Clube Naval de Portimão e vice-presidente da Delegação de Portimão da Ordem dos Advogados Portugueses.

Qual a primeira memória que guarda do Vitória e quando foi a primeira vez que entrou no Estádio do Bonfim?

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O meu avô não perdia um jogo do Vitória, fosse em casa, fosse fora. Já o meu pai, pese embora ser um Vitoriano ‘dos sete costados’ e quase sempre acompanhar o seu pai no apoio ao clube, perdeu o hábito de ir ao estádio. Mas como o ‘bichinho’ já cá estava, com cinco ou seis anos eu colava-me a um vizinho (António Nascimento, que não falhava um jogo no Bonfim) e todos os fins-de-semana ia à bola. A partir dos 12, 13 anos, passei a ir sozinho e encontrava-me com quem estivesse nas bancadas e, nos jogos fora, para mal dos nervos da minha mãe (risos), inscrevia-me nas excursões e ia com quem fosse de autocarro (na ‘camionete da carreira’, como lhe chamávamos).

O que o levou a integrar a lista liderada por Carlos Silva candidata aos órgãos sociais em Dezembro de 2020?

Como já tive oportunidade de referir várias vezes, apesar da minha forte ligação ao associativismo e dos inúmeros convites que sempre me foram endereçados, nunca aceitei integrar os órgãos sociais do Vitória, pois não queria perder aquilo que sinto no meu lugar na bancada (descoberta). Contudo, o Vitória ia mesmo acabar. É um facto. Não tinha hipóteses… E, nestas situações, não podemos deixar de responder à chamada.

Quais as maiores dificuldades com que se deparou no exercício do cargo?

A desorganização, a falta de dinheiro e a falta de elementos documentais para poder trabalhar. Felizmente isso hoje está ultrapassado.

Qual a sua opinião sobre o investidor Hugo Pinto e como o caracteriza?

O Hugo Pinto foi um milagre que nos aconteceu. Não basta sermos uma marca forte, termos adeptos fervorosos e um historial ímpar. Era preciso conseguir atrair um investidor e este acreditar no nosso valor. O Hugo Pinto reconheceu o valor do nosso Clube e do nosso projecto e abraçou-o como seu! A sua objectividade, coerência e visão de futuro dão-me motivos para o considerar, neste curto espaço de tempo em que temos privado, uma pessoa excepcional e um profissional de eleição. Tudo isto, aliado à paixão que mostra ter pelo futebol profissional e pela formação, fazem-me acreditar verdadeiramente que este será um projecto vencedor.

E do presidente Carlos Silva?

O Presidente Carlos Silva possui uma honestidade intelectual e uma seriedade como poucos. A sua tranquilidade, o seu sentido de responsabilidade e o seu amor ao Vitória fazem-nos concluir que foi a pessoa certa, no momento certo e para o lugar certo. Sem ele, não teria sido possível manter a estabilidade directiva num momento tão sensível, com tanto ruído e tantas diferenças de opinião no seio do clube. Sem falsas modéstias, pelo que se fez, todos os que integram os actuais órgãos sociais do VFC e da VFC SAD têm já o seu nome registado a dourado na história do nosso Clube. O Presidente Carlos Silva é quem, justificadamente, vem em primeiro lugar.

Alguma vez pensou que 95% dos sócios votassem favoravelmente à alienação de 89% da SAD? O que representa este “sim” categórico?

O resultado da votação pode dar a sensação de que foi um processo fácil, mas não foi. Muito pelo contrário. Foram muitas semanas de trabalho. Muita preparação e muita competência. Mas estou em crer que o factor determinante foi os sócios terem estado totalmente envolvidos nesta discussão e decisão. Não estávamos habituados a isto. Desta vez, não houve “ou votam sim ou o Vitória acaba” e coisa do género. Desta vez, os sócios foram verdadeira e antecipadamente esclarecidos. Puderam colocar todas as questões e esclarecer todas as dúvidas antes da Assembleia Geral. E constataram a responsabilidade, coerência, protecção e qualidade que resultam das condições contratuais postas à votação. Por tudo isto, sim, sempre acreditei que o resultado seria esmagadoramente a favor da alienação, apesar do sabor agridoce que esta situação representa (não podemos esquecer que perdemos uma parte de nós, por culpa de quem não soube ou não nos quis gerir de forma responsável). Mas ‘águas passadas não movem moinhos’. Agora é tempo de rejubilarmos por não termos um clube dividido mas sim um clube em que praticamente todos os associados acreditam e validam este novo projecto.

O facto de haver um novo presidente na Câmara Municipal pode influenciar a relação entre o Vitória e a autarquia, entidades cuja ligação, defendem alguns, deve ser reforçada?

Não sou a favor de misturar política com futebol. Mas o Vitória não é só futebol. O Vitória tem uma função social fortíssima. Setúbal deve muito ao Vitória, sem este Enorme e Centenário Clube, a força económica de Setúbal seria uma sombra do que é. Quem quer que esteja à frente dos destinos da autarquia, terá sempre consciência disto e nunca o poderá ignorar. Acresce que presidente André Martins e a sua equipa, designadamente o vereador Pedro Pina, não chegaram agora. Há vários anos que desempenham funções na autarquia e, neste período mais negro e recente, demostraram inequivocamente o seu apoio ao VFC. Estou absolutamente seguro de que a excepcional dinâmica que se verificava com a presidente Maria das Dores Meira não só se manterá como será, de facto, reforçada.

Atendendo à realidade do clube, alguns consideram utópico o objectivo de atingir a I Liga em três anos. Enquanto sócio e adepto, qual a sua opinião?

Um Vitoriano acredita sempre. Até ao fim e mesmo contra todos os prognósticos negativos… Conhecendo o projecto como conheço, não é só como Vitoriano que acredito. Acredito também como parte integrante desta equipa extraordinária que tudo fará para mostrar aos que consideram esse feito como uma utopia que estavam enganados.

O Vitória tem neste momento em Tribunal um recurso apresentado para tentar reverter a decisão que foi tomada no Verão de 2020. Como advogado, qual a leitura que faz deste processo e quando acha que pode haver uma decisão, que todos os vitorianos esperam favorável?

Como advogado, estou limitado nos comentários que posso tecer sobre um processo em curso. Contudo, não quero deixar de dizer que acredito na Justiça Portuguesa e que estou absolutamente convencido de que o Vitória verá os seus direitos reconhecidos brevemente.

Qual a prenda que gostaria que o Vitória recebesse por ocasião do 111.º aniversário?

Naturalmente, não só eu como todo o Universo Vitoriano, não poderíamos receber prenda melhor do que a decisão do TAD, no sentido de voltarmos a competir na 1.ª Liga.

Qual a mensagem que quer deixar aos sócios?

Uma mensagem com três pontos fundamentais: de esperança no futuro, de Parabéns pelos nossos longos e tão bonitos 111 Anos e de união: só todos juntos conseguiremos colocar o Vitória no lugar que merece. Temos funcionários, atletas e colaboradores fantásticos. Curvo-me perante eles pois não mereciam ter passado por tudo isto. Devemos-lhe um agradecimento por terem continuado e por lutarem diariamente por esta instituição. Também por isso apelo a quem não é sócio, que se faça. Quem já o foi, que volte a ser. Um pequeno contributo de todos representará a força de um Clube, de uma Cidade e de uma Região. Parabéns, meu Vitória!

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