O ‘Movimento Pró Vitória’ acusa o presidente da Mesa da Assembleia Geral (MAG), David Mestre Leonardo, de “nunca cumprir com o seu papel de zelar apenas pelo bom funcionamento da Assembleia e de cumprir rigorosamente com os Estatutos do clube” , razão que esteve na origem da apresentação de uma “moção de desconfiança”, que pretendem ver votada na Assembleia agendada para 8 de Novembro.
Confrontado com o texto redigido, o líder da MAG começa por manifestar a sua tristeza pelo mesmo. “O comunicado vem na senda dos anteriores, mas com um tom que se torna, em crescendo, cada vez mais agressivo. Fico triste. Em primeiro lugar, porque inevitavelmente provoca divisões entre os associados, numa altura em que, mais do que nunca, deveríamos estar unidos. Por outro lado, porque é um ataque personalizado, vil, injusto e com intenções claras de quem tem ‘uma agenda’. É o próprio ‘Movimento’ que, noutro dos seus comunicados, já fala em eleições”.
Questionado sobre a “moção de desconfiança”, David Mestre Leonardo é peremptório. “Confesso que não sei o que é uma ‘moção de desconfiança’ nem o alcance e consequências que lhe querem dar. No entanto, reajo com naturalidade. A forma como tenho sido obrigado a desempenhar as minhas funções, em resultado do estado em que encontrámos o clube em Dezembro de 2020, fruto da incompetência de uns e de comportamentos criminosos de outros, coloca-me sob os holofotes e debaixo de fogo”, começa por dizer, deixando uma garantia: “não sou de me esconder. Dou sempre a cara e não viro as costas à luta. O meu caminho é o caminho do Vitória. Por isso, é natural que quem tenha intenções de concorrer aos órgãos sociais do Vitória, tenha na minha descredibilização a sua maior arma”.
O presidente da MAG garante não estar surpreendido com os ataques. “Em diversas assembleias gerais disse que quando o momento fosse de viragem, quando a salvação do Vitória – que poucos acreditavam – estivesse assegurada, logo apareceriam as alternativas. Os salvadores, os milagrosos… Fico feliz por termos chegado a esse momento. É sinal que o nosso trabalho foi bem feito”, diz, deixando um alerta. “O momento exige rigor, verdade, competência e amor pelo Vitória. Não é momento para aventurismos, utopias, protagonismos ou satisfação de interesses pessoais”.
Sobre os elementos que subscreveram a AG, o dirigente questiona “onde estavam os representantes deste ‘Movimento’ quando foi pedido, inclusivamente em assembleias gerais, que se voluntariassem para colaborar com o Vitória, na altura que o clube mais precisou de ajuda. Perdoem-me se estiver a ser injusto com alguém mas não consigo identificar nos subscritores de pedido da AG uma única pessoa que se tenha disponibilizado para ajudar, mas consigo identificar entre os membros deste grupo, à evidência, quem tenha integrado e apoiado a equipa do único presidente da história do Vitória a ser destituído”, disse em alusão ao ex-presidente dos sadinos Paulo Rodrigues destituído após o pedido apresentado por 113 sócios.
Apesar de garantir que nunca teve “qualquer ligação ao célebre grupo dos 113”, David Mestre Leonardo encara o “pedido de desconfiança como uma manobra de retaliação”. “Tenho a forte convicção que a larga maioria dos nossos associados que subscreveram o pedido de marcação da AG (cuja irregularidade continuo a defender) não se revê na adulteração da realidade que está a ser feita pelos representantes deste movimento nem na moção de desconfiança que, injustamente, me é dirigida. Mas os sócios o dirão na referida AG, onde detalhada, comprovada e justificadamente debateremos estes e outros assuntos tão mais importantes para o futuro do nosso clube”.
“Mantenho o compromisso de inserir na Ordem de Trabalhos os pontos que o ‘Movimento’ pretenda ver discutidos”
O ‘Movimento Pró Vitória’ considera que há “falta de coerência e hipocrisia”, o dirigente refuta as acusações. “Acusam-me precisamente daquilo que considero serem duas das minhas melhores qualidades: a coerência e a verdade (poderia dizer lealdade, franqueza, honestidade sinceridade ou genuinidade). Juntando estes predicados ao amor que sinto pelo Vitória e ao rigor com que tenho vindo a desempenhar as minhas funções, naturalmente concluímos que tais acusações são desprovidas de qualquer fundamento e revelam apenas a intenção de ferir a dignidade de alguém que, juntamente com aqueles que desde Dezembro de 2020 têm desempenhado funções nos órgãos estatutários do Vitória, tanto se tem dedicado ao clube, com graves e reconhecidos prejuízos pessoais e profissionais”.
O Movimento Pró Vitória contesta o indeferimento da Assembleia Geral Extraordinária, decisão que é contestada, defendendo que “não recolheu apenas 96 assinaturas válidas, mas sim 112, com 16 sócios com quota de Julho de 2024 paga, sendo estas cumpridoras dos estatutos do clube”. O PMAG afirma que “a agenda que os membros deste Movimento têm para cumprir levam-nos a criar um problema onde ele não existe”.
E acrescenta: A verdade incontestável e que resulta dos ‘e-mails’ divulgados pelo próprio ‘Movimento’ (que eu, não só pela forma reservada e respeitosa com que desempenho as minhas funções como pela educação que tive, nunca teria tornado públicos) é que assim que foi comunicada ao PMAG a intenção de serem recolhidas assinaturas para agendamento de uma assembleia geral extraordinária, transmiti imediatamente que tal não seria necessário. Isto porque a MAG entendia necessário, face aos recentes acontecimentos, convocar a Assembleia Geral para reunir extraordinariamente por sua própria iniciativa. E ainda me comprometi (e mantenho o compromisso) de inserir na Ordem de Trabalhos os pontos que o movimento pretenda ver discutidos”.
O dirigente refere que mesmo assim os membros do ‘Movimento’ “insistiram na recolha de assinaturas, sabendo de antemão que o pedido de marcação da AG estaria prejudicado pela intenção de a mesma ser convocada por iniciativa do PMAG. Se aquilo que o movimento pretende está assegurado, para quê este ruído? Para quê esta desunião? Para quê estes ataques?”, questiona, fazendo um esclarecimento sobre a AG. “A Assembleia Geral Extraordinária vai ser marcada (só ainda não foi lançada a respectiva convocatória precisamente porque o movimento pediu para indicar os pontos que pretende ver inseridos na Ordem de Trabalhos, até ao dia 24.10.2024 [hoje]); ocorrerá numa data (8 de Novembro) que coincide com a pretensão dos sócios que integram o movimento; e contará com os pontos que o movimento pretende ver discutidos”.
A finalizar, o líder da MAG deixa um repto ao ‘Movimento’. “Face à minha notória inabilidade para o fazer quer pessoalmente, como já tentei, quer através das comunicações electrónicas que temos trocado, peço que coloque o superior interesse do Vitória acima dos interesses e agenda dos seus membros e contribua para o fortalecimento de um histórico que está a dias de ter a sua salvação garantida”.