30 Junho 2024, Domingo

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Com venezuelano Cádiz não há crise de golos

Com venezuelano Cádiz não há crise de golos

Com venezuelano Cádiz não há crise de golos

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Avançado apontou 36% dos golos do Vitória na I Liga, prova onde foi o único jogador a marcar nas últimas… 11 jornadas

 

 

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Com 28 jornadas realizadas na I Liga, o avançado Jhonder Cádiz segue destacado na liderança dos melhores marcadores do Vitória FC com oito golos na prova. Quando ainda faltam disputar seis partidas para o final do campeonato, o venezuelano, falando apenas das épocas mais recentes, já igualou Edinho, que em 2016/17 foi o artilheiro da equipa com oito golos, e está a um de distância de João Amaral, que na temporada passada fez nove.

Com mais de um terço dos 22 golos marcados pelos sadinos (36% para sermos mais precisos), o atacante, de 23 anos, já ultrapassou nos últimos 15 anos os artilheiros da equipa nas temporadas de 2005/06 (Fábio com seis golos), 2006/07 (Amuneke com quatro), 2007/09 (Pitbull com sete), 2008/09 (em que 10 jogadores facturaram apenas duas vezes e foram os melhores marcadores), 2011/12 (Neca, Meyong, João Silva, Rafael Lopes e Bruno Amaro, todos com três) e 2014/15 (João Schmidt com seis).

Na presente época, o relevo de Jhonder Cádiz no Vitória aumenta se tivermos em conta que foi o único jogador a marcar pelos sadinos nas últimas… 11 jornadas (fê-lo por seis vezes nesse período). Os últimos desses seis golos deram nas duas rondas anteriores os triunfos (ambos por 1-0) sobre o Feirense e Marítimo. Domingo, 20 horas, o Vitória visita o reduto do Benfica. Será que vai voltar a facturar?

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Por estar em evidência, vários clubes estão a seguir com atenção o avançado, que está vinculado aos sadinos até 2020. Num negócio que envolve a Sanjoanense, o sul-americano foi oficializado pelo Vitória a 25 de Julho de 2018, o clube informou ter ficado “com opção de compra no final desse período e uma percentagem significativa do passe no caso de uma futura transferência durante o período em que permanecer no clube”.

«Ver o Cádiz ser decisivo nesta fase do campeonato deixa-me muito feliz»

Numa altura em que as atenções de muitos olheiros estão centradas em Jhonder Cádiz, O Setubalense – Diário da Região ouviu a opinião de Luís Norton de Matos, primeiro treinador do jogador em Portugal, em 2015/16 no União Madeira. O técnico, que em 2005/06 treinou o Vitória, confessa não estar surpreendido com a evolução do avançado. “Não me surpreende. Quando o Cádiz veio para o União o seu potencial era enorme, apesar de ser muito novo. Não fui eu que o descobri, foi-me posto à disposição pelo clube. Pela sua estatura, forma de jogar e técnica, o potencial dele era enorme. Como é óbvio, faltava-lhe a experiência competitiva e, sobretudo, o conhecimento do campeonato português, que é diferente do venezuelano”.

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E continua: “Mostrou sempre uma grande vontade de aprender, jogou a titular vários jogos e mostrou essas potencialidades. Em muitos jogos faltou-lhe um bocadinho de qualquer coisa para ser mais eficaz. O poder ofensivo que tem hoje no um contra um, tanto com os pés como de cabeça, é a confirmação de todo o potencial que se adivinhava e que está a aparecer já em força. Ainda bem para ele e para o Vitória, que é um clube pelo qual tenho um carinho particular. Ver o Cádiz ser decisivo nesta fase do campeonato deixa-me muito feliz”.

Na hora de apontar os pontos fortes do antigo pupilo, Luís Norton de Matos, actual treinador da equipa B dos belgas do Royal Antwerp, é categórico. “Aparece muito bem na área, de cabeça tem um sentido posicional muito bom e, pela altura que tem [1,91 metros], cabeceia sempre com muita intencionalidade. É um jogador muito importante também no processo defensivo, estando presente em cantos e livres. É um falso lento. Protege bem a bola quando a tem. A sua utilidade não me surpreende nada”.

O treinador, de 65 anos, lamenta não ter tido há três anos um Cádiz tão eficaz como o que se mostra hoje em Setúbal. “ É preciso, às vezes, paciência com este tipo de jogadores. Se no União ainda era um jogador verde, vendo-o hoje, confesso que penso ‘tomara ter o Cádiz de hoje naquela altura’. Precisávamos muito na altura de um jogador com estas características. Nada substitui a experiência, foi um processo gradual que depende muito dele”.

«A influência que tem no Vitória, dá-lhe, no bom sentido do jogo, outra maturidade e arrogância»

O treinador acredita que o jogador reúne condições para jogar no futuro noutros patamares. “Ganhou uma grande confiança. A influência que tem no Vitória, dá-lhe, no bom sentido do jogo, outra maturidade e arrogância. O Cádiz de hoje tem muito mais maturidade para assumir outros processos. Lembro-me na Madeira de termos jogado duas vezes com o Marítimo, onde jogava o Dyego Sousa, o Marega e o Fransérgio, e de termos ganhado ambas”.

Luís Norton de Matos alerta para a necessidade de o venezuelano estar num clube onde possa jogar com regularidade. “Chegar a outros patamares vai depender do enquadramento em que o Cádiz evolua, seja no Vitória ou noutro clube qualquer. Se alguém o for buscar para ter só mais um no plantel não é benéfico para o jogador. É importante que mantenha a sua regularidade. Quantos mais minutos fizer melhor. No panorama de atacantes com potencial físico não há muitos como ele. Tem 1,91 metros e vai com os anos cada vez ser mais eficaz”.

Instado a dar a sua opinião sobre o campeonato onde o futebol de Jhonder Cádiz pode encaixar melhor, Luís Norton de Matos aponta a terras de Sua Majestade. “O campeonato português é uma vitrina da Europa e continuando por cá vai melhorar ainda mais. Pelas características que tem – joga bem de cabeça e tem capacidade de choque – o campeonato inglês era bom para ele. Fazendo uma aprendizagem desse campeonato, o Cádiz tem tudo para jogar no campeonato inglês”.

A finalizar, o treinador, que confessa sentir “muitas saudades” de Setúbal, considera que seria útil ao jogador ter mais uma época como a que está a ter à beira-Sado. “Em Portugal, se está bem colectivamente e se é um jogador importante que o treinador conta co ele, seria positivo e óptimo fazer um segundo campeonato seguido numa equipa de I Liga, como o Vitória para poder progredir”.

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