Coentro Faria deixa comando técnico do Pinhalnovense

Coentro Faria deixa comando técnico do Pinhalnovense

Coentro Faria deixa comando técnico do Pinhalnovense

“Foi uma opção minha porque era director desportivo e estou no clube para ajudar com a minha experiência”, esclarece Coentro Faria

 

Coentro Faria, actualmente com 71 anos, é uma personalidade que dispensa apresentações devido ao protagonismo que obteve no futebol, primeiro como jogador [com passagem por diversos clubes, CUF, Benfica, V. Setúbal, Barreirense, Estoril, Estrela da Amadora, só para citar alguns] e depois como treinador de norte a sul do país, incluindo Açores e Madeira, sempre como profissional.

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Depois de um longo período de ausência, em grande parte devido a uma operação à cabeça do fémur e consequente recuperação, voltou à actividade no decorrer desta época sendo chamado para substituir Jaime Margarido no comando técnico do Pinhalnovense, na parte final da primeira fase do Campeonato Distrital da 2.ª Divisão.

 

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Na Taça Distrital o trabalho realizado foi de tal ordem que a equipa de Pinhal Novo foi a vencedora da competição com cinco pontos de vantagem sobre o Paio Pires que foi o segundo classificado e com um registo notável; oito vitórias, um empate e uma derrota nos 10 jogos efectuados, com 22 golos marcados e apenas três sofridos (melhor defesa). Por isso, causou alguma estranheza o facto de ter anunciado a intenção de deixar o cargo de treinador.

 

Com o intuito de saber as razões que o levaram a tomar a decisão, o SETUBALENSE falou com o treinador.

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O Pinhalnovense conquistou a Taça Distrital mas o Coentro Faria anunciou que iria deixar o cargo de treinador. Porquê?

Quando um treinador faz um bom trabalho e sai causa sempre alguma surpresa aos adeptos e simpatizantes do respectivo clube. Mas, neste caso não existe qualquer constrangimento no processo, foi uma opção minha, porque era director desportivo e estou no clube para ajudar com a minha experiência. Por isso, vou continuar como director desportivo.

 

Que análise faz a esta passagem pelo Pinhalnovense?

A passagem pelo Pinhalnovense foi positiva, porque fiquei a conhecer as dificuldades de treinar no distrital. Sempre treinei nos campeonatos nacionais e foram 16 equipas, desde o Norte ao Sul e Ilhas (Açores e Madeira). Consegui subidas em todas as regiões por onde passei e as diferenças são enormes: começando nos horários de treino, pelo compromisso dos jogadores com os treinos e jogos, embora o Pinhalnovense ofereça boas condições de trabalho. Quero enaltecer todos os jogadores pela entrega e resiliência, sem usufruírem qualquer verba foram exemplares pela dedicação ao clube.

 

O Coentro Faria é um treinador com muitos anos de futebol. Como vê a nova geração de treinadores?

Eu sou um treinador que procura estar sempre actualizado, até porque faço parte do Núcleo de Setúbal (ANTF) e estou atento à nova geração de treinadores. O treinador de hoje é mais um objecto de interesse no espectro do futebol mundial. O treinador de hoje tem de estar preparado, não só no futebol, mas, ter outros conhecimentos que possam abranger o comportamento dos jogadores a vários níveis. O crescente mediatismo concedido ao treinador principal, a forma como centra atenções, antes, durante e após os jogos. Não tenho dúvidas que a nova geração de treinadores vai dar continuidade ao bom desempenho dos treinadores mais experientes. No entanto, não há treinadores experientes e treinadores novos, mas sim: competência.

 

Que opinião tem sobre os clubes da nossa região no que respeita à competição e aos campeonatos em que participam?

Os clubes da nossa região, são iguais aos das outras regiões, a diferença é a falta de dinheiro, a paixão em defesa dos clubes e não o aproveitamento de protagonismo. O distrito de Setúbal continua a ser um viveiro de jogadores que chegam no máximo a um Campeonato de Portugal. Alguns anos atrás tínhamos o V. Setúbal, Barreirense, Montijo, Amora e CUF onde a maioria dos planteis eram formados por jogadores da região. Quando joguei no V. Setúbal, o plantel tinha 14 ou 15 jogadores do distrito de Setúbal. Penso que quem dirige as instituições deve reflectir e não assobiar para o lado. O distrito precisa de uma ou duas equipas na 1.ª Liga. Caso curioso: a população na margem sul aumentou significativamente e os adeptos nos estádios baixou.

 

Na próxima temporada vai continuar no activo?

Vou continuar como director desportivo no Pinhalnovense, mas se surgir o convite de algum clube com um projecto credível poderei aceitar.

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