“Sinto-me mais descansado e que posso respirar fundo”, afirma Carlos Silva
No rescaldo da Assembleia Geral (AG) de 22 de Outubro, dia em que 95% dos associados do Vitória Futebol Clube aprovaram a alienação de 89% da participação do clube e da VITORIAPART SGPS, SA no capital social da Vitória FC SAD, o presidente Carlos Silva disse ao jornal O Setubalense que a entrada de um investidor era a única solução que permite a sobrevivência do clube.
No final da reunião magna – em que 289 disseram ‘sim’ à proposta de passar a maioria do capital da SAD para o gestor Hugo Pinto (dos 304 votantes, registaram-se 13 ‘não’ e dois votos nulos/brancos) –, o dirigente lembrou que nunca se vislumbrou uma saída diferente. “Tinha de ser desta forma, não havia outra solução. A dívida do Vitória é de tal maneira grande que só com a entrada de um investidor era possível a sobrevivência do clube”.
Questionado sobre o montante do passivo, Carlos Silva confirmou no final da AG os números que já tinha revelado aos associados durante a Assembleia Geral. “O passivo do Vitória neste momento são 63 milhões de euros, entre SAD (quase 34 milhões de euros) e clube (mais de 28 milhões de euros). Com um passivo destes, a única solução passava por arranjar alguém que pudesse de alguma forma responder a isto. Sabíamos também que eram valores de tal forma elevados que não era fácil arranjar uma pessoa com disponibilidade para o assumir”.
E acrescentou: “Esta era a nossa luta e dificuldade. A determinada altura entendíamos que seria muito difícil arranjar alguém que viesse a assumir um passivo desta grandeza. Felizmente, conseguimos encontrar o Hugo Pinto que se disponibilizou a entrar aqui. Não encontrou aqui só um projecto empresarial, se fosse assim, tudo o que há de contrapartidas não poderia existir. Falamos de uma parceria com o Vitória”.
Depois de ser eleito presidente da Direcção no final de Dezembro de 2020, Carlos Silva confessou que quando assumiu funções com os restantes órgãos sociais a missão a que se tinham comprometido era conseguir um investidor que viabilizasse o clube e a SAD. “Quando avançámos para o Vitória foi-nos pedido que arranjássemos um investidor. Naquela altura, era a única forma de o Vitória poder respirar e ter o caminho para fazer que nós desejamos: um caminho de um grande Vitória”.
O presidente do emblema setubalense considera que foi dado um passo importante para o futuro. “Claro que não sabemos o dia de amanhã, mas o dia de hoje (sexta-feira, 22 de Outubro 2021) foi, no meu entendimento, extraordinário para o Vitória”, disse, confidenciando que se sente como se tivesse atingindo um objectivo. “Sinto-me agora como se tivesse quase a minha missão cumprida”.
Carlos Silva não esconde que os últimos meses foram muito desgastantes, uma vez que a exigência foi tremenda para tentar encontrar uma solução que permitisse manter o Vitória vivo. “Vim para cá e entreguei-me de alma e coração ao Vitória durante 10 meses. Com muito sacrifício, coloquei de parte a minha vida profissional e familiar em prol do Vitória. Hoje sinto-me mais descansado e que posso respirar fundo”, confessou.
Escalões de formação 100% vitoriosos
As equipas do futebol de formação do Vitória fizeram o pleno no fim-de-semana, alcançando três triunfos nos escalões de sub-19, sub-17 e sub-15. No caso dos mais velhos, a contar para a 10.ª jornada do Campeonato Nacional da I Divisão (série Sul), os sub-19 bateram a Académica, por 2-1, numa partida em quem ambos os golos dos setubalenses foram da autoria de Daniel Carvalho.
Na série D do campeonato Nacional de sub-17, também a contar para a 10.ª jornada, os vitorianos ganharam (2-0) ao Portimonense, tendo os golos do encontro sido apontados por Simão Rodrigues e André Gomes. Mais categórico foi o triunfo dos sub-15 na oitava ronda do Campeonato nacional do escalão (série F), uma vez que golearam, por 1-11, na casa do CD Beja. Seca (quatro golos), Massacote, Grilo (ambos com dois), Zezinho, Pinto e Inácio, todos com um, foram os marcadores de serviço dos sadinos.
Andebol ganha e sobe ao 4.º lugar
O Vitória soma e segue no campeonato nacional da 1.ª Divisão de Andebol. Depois dos triunfos com o Águas Santas (24-32) e Madeira SAD (28-27), a equipa treinada por Luís Monteiro foi no sábado à ilha do Faial, no arquipélago dos Açores, vencer o SC Horta, por 22-28, em jogo da sétima jornada da prova. O terceiro êxito consecutivo permitiu aos sadinos subir à quinta posição da tabela, com 15 pontos, os mesmo que Belenenses.
No Pavilhão Desportivo da Horta, Rúben Santos e Artur Pereira, com sete e seis golos, respectiavente, foram os melhores marcadores dos vitorianos. Em destaque na finalização estiveram também Gabriel Cavalcanti (quatro golos), Nuno Roque e Nuno Gonçalves (ambos com três). O brasileiro Lucas Araxá (dois) o argelino Elias Bahna e os portugueses Duarte Pereira e Rafael Paulo, todos com um cada, também contribuíram para o resultado obtido.
No próximo sábado, pelas 18 horas, o Vitória volta a actuar no pavilhão Antoine Velge, desta vez o adversário será o Póvoa AC. Na partida da oitava jornada com o conjunto da Póvoa de Varzim, os sadinos vão fazer tudo para prolongar o bom momento que atravessam frente a um oponente que tem menos um jogo e segue na 10.ª posição a apenas três pontos de distância dos verdes e brancos.
