Carlos Silva: “Momento que nos enche de orgulho e que também nos convida à reflexão”

Carlos Silva: “Momento que nos enche de orgulho e que também nos convida à reflexão”

Carlos Silva: “Momento que nos enche de orgulho e que também nos convida à reflexão”

Fundado a 20 de Novembro de 1910, o Vitória Futebol Clube festejou ontem o seu 114.º aniversário com várias iniciativas que assinalaram a data na cidade de Setúbal. O ponto alto das celebrações foi o jantar que reuniu a família vitoriana na Sala de Bingo, local em que foram distinguidos os atletas, treinadores, equipas, colaboradores, seccionistas e sócios que se destacaram no último ano [n.d.r.: O SETUBALENSE publica na edição de sexta-feira a lista de premiados].

Antes do jantar na Sala de Bingo, recinto em que os associados com 25, 50 e 75 anos de filiação receberam, respectivamente, os diplomas e emblemas de prata, ouro e diamante, os representantes do clube presidido por Carlos Silva marcaram presença ao final da manhã no Salão Nobre dos Paços do Concelho, local em que se realizou uma Sessão Solene para assinalar o aniversário do Vitória.

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Na ocasião, mesmo tratando-se de uma data festiva, o presidente Carlos Silva admitiu que o momento actual é delicado. “Este é um momento que nos enche de orgulho e que também nos convida à reflexão. O clube teve poucos momentos tão difíceis como os que vive desde 2020, com as dificuldades financeiras sem precedentes e a descida administrativa da equipa de futebol aos campeonatos distritais, um dos capítulos mais dolorosos” da história recente”.

No Salão Nobre da Câmara Municipal de Setúbal, o dirigente reafirmou o seu “compromisso com o Vitória”, do qual estará “sempre perto”, considerou que a queda da direcção que lidera, pela “demissão de grande parte” dos seus membros, podia “conduzir o clube a uma situação que ninguém deseja”, cenário que se veio a confirmar horas depois, uma vez que não se apresentaram listas candidatas às eleições que estavam marcadas para 27 de Novembro.

Presente na sessão esteve também David Leonardo, presidente da Mesa das Assembleia Geral, que deixou um repto aos vitorianos. “Olhemos para o Vitória com responsabilidade, com amor, com seriedade e com espírito de missão”, disse, salientando que o clube “sempre teve um parceiro” na Câmara Municipal e desejou que, “seja com uma lista que por milagre apareça até às seis da tarde, seja por uma comissão de gestão que terá de ser criada na ausência de listas”, os novos dirigentes consigam trabalhar com o município para a “salvação do Vitória”.

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David Leonardo reconheceu que “a salvação do Vitória passa, infelizmente, por se vender novamente património” e admitiu que “só com a ajuda da Câmara é que o Vitória pode receber alguma coisa” dessa alienação, devido aos “ónus que existem” sobre os imóveis. “Com isso não só o Vitória consegue pagar as suas dívidas, como passa a ser um clube dependente de si próprio, sem estar refém, como tem sido até aqui, de investidores, de patrocinadores, de pessoas que depois ditam a forma como o Vitória é gerido. Isso pode ser possível a partir de agora”, concluiu.

André Martins: “Cá estaremos sempre para dar a mão”

André Martins, presidente da Câmara Municipal, disse que, “como a direcção ainda em funções sabe”, o respeito pelo “grande clube” que é o Vitória e pelas “decisões soberanas dos seus associados” é a “principal linha de rumo” da actuação da Câmara, mesmo que continue a “discreta acção que já garantiu a resolução de alguns dos graves problemas que o clube tem enfrentado”, em conjunto com os órgãos dirigentes vitorianos.

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“A mesma discrição que continuaremos a manter e de que não abdicamos, sempre em nome das melhores soluções para o Vitória, sempre com o objectivo de ser parte da solução e nunca do problema”, salientou André Martins. “Cá estaremos sempre para dar a mão para que depois de uma queda o clube se levante de novo para continuar o seu caminho. É o que temos feito. Mesmo nos tempos mais recentes”.

Na sessão solene, o presidente da Câmara sublinhou que o crescimento do Vitória, um “grande clube que emana do povo sadino”, é “bom para a cidade e para a região” e acrescentou que “ver o Vitória ganhar e ser grande é o objectivo” que os responsáveis autárquicos estão “sempre disponíveis” para ajudar a alcançar.

André Martins frisou, no entanto, que, “mais do que recordar os muitos apoios passados e presentes ao clube, hoje, mais do que nunca, importa é que o clube saiba criar as condições da sua própria sustentabilidade”, adiantando que o Vitória pode contar com a Câmara Municipal “para ajudar” a criá-la, embora tenha recordado que “é aos sócios do clube que cabe definir o rumo a seguir”.

Refira-se que antes de terem sido recebidos na Câmara Municipal pelo executivo liderado por André Martins, os dirigentes do Vitória marcaram presença na cerimónia do hastear da bandeira do clube e na tradicional homenagem a Jacinto João com a deposição de flores junto da estátua que o homenageia na Praça Vitória Futebol Clube e, em seguida, na missa por intenção dos sócios falecidos na Igreja de São Julião.

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