“Assembleia vai permitir que se possa saber muita coisa que os sócios precisam de ter conhecimento”

“Assembleia vai permitir que se possa saber muita coisa que os sócios precisam de ter conhecimento”

“Assembleia vai permitir que se possa saber muita coisa que os sócios precisam de ter conhecimento”

Fotografia de Alexandre Jesus

Mais de 200 sócios reúnem hoje, 20:30, em AG através de meios de comunicação à distância

 

Francisco Alves Rito, sócio do Vitória FC que defendeu a criação de uma lista única candidata às eleições do clube de 28 de Dezembro de 2020, acredita que a Assembleia Geral de hoje (20:30 horas), realizada através de meios de comunicação à distância, permita à direcção “prestar toda a informação que os sócios desejam, uma vez que a transparência é uma das coisas que mais falta fazem no funcionamento regular e adequado de uma instituição”.

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O mandatário da lista liderada por Carlos Silva, que foi eleito presidente dos sadinos há três meses, elogia os órgãos sociais pelo trabalho feito com o objetivo de promover a unidade e pacificação no clube. Francisco Alves Rito, que considera premente tomada de posse do Conselho Vitoriano, deixa uma mensagem de gratidão aos jogadores e funcionários do clube. “Numa fase em que batemos no fundo, foram eles que garantiram a continuidade do Vitória. Isso nunca poderá ser esquecido, nem agora nem no futuro”

Foi o impulsionador do movimento que deu origem à lista de consenso que está em funções no Vitória. Que balanço faz mandato dos actuais órgãos sociais?

Quero começar por dizer que o colectivo está de parabéns. Incluo neste grupo os sócios, que têm demonstrado compreensão, paciência, união e dedicação ao clube. Muitos duvidavam que tal fosse possível, mas estes três meses mostraram que é perfeitamente alcançável. Os sócios têm dado tempo que a direcção precisa, tempo esse que ainda não é suficiente para resolver os problemas do clube, mas é já notório um ambiente completamente diferente, facto que é positivo e dá-nos uma perspectiva de futuro.

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Qual a principal diferença?

Acabaram-se parte dos problemas que tínhamos a começar pela má imagem projectada pelo clube, muitas disfuncionalidades de funcionamento prático. Existe agora uma actividade corrente que está minimamente correspondida, sem dramas e com as diversas equipas e modalidades a funcionarem sem que existam todos os dias na praça pública problemas de lavagem de roupa suja, polémicas, escândalos e ataques pessoais. Esta paz é muito importante.

A que se deve o ambiente que se vive actualmente?

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O mérito é dos sócios e é também notável o trabalho que tem vindo a ser feito pelos órgãos sociais. Desde logo vê-se a própria unidade interna. Até hoje não houve uma demissão, uma polémica interna. Os órgãos têm funcionado bem entre si em cada órgão social e uns com os outros. Têm procurado remar todos no mesmo sentido. Creio que esta é a primeira conquista muito importante.

Que outros aspectos salienta pela positiva?

Têm vindo a resolver os problemas mais prementes, conseguindo dar condições de trabalho e de funcionamento corrente, conseguindo corresponder às expectativas dos associados no que diz respeito ao que nós esperávamos. É certo que a direcção não fez promessas, mas todos esperávamos que houvesse maior diálogo e esta Assembleia vem confirmar o cumprimento de uma das poucas promessas que a direcção fez: tentar fazer uma Assembleia Geral de três em três meses.

Além de terem outra forma de estar, vem também demonstrar uma outra capacidade relativamente aos seus antecessores. Exemplo flagrante disso é o facto de agora ir-se fazer uma Assembleia que tinha sido decisiva se tivesse sido feita o ano passado por altura do Verão. Mesmo estando actualmente em período de confinamento demonstra que é possível fazer-se uma AG e continuarem-se a cumprir os estatutos e tomar as decisões importantes que o clube precisa e teria evitado o enorme problema em que estamos por termos caído no Campeonato de Portugal. Por tudo isto, não posso deixar de dar uma palavra de reconhecimento ao presidente da direcção, aos vice-presidentes e aos demais órgãos sociais que têm, em silêncio, cooperado arduamente.

Há algum aspecto que saliente pela negativa?

A única coisa que vejo como uma limitação destes três meses de mandato é não ter sido ainda convocada uma reunião do Conselho Vitoriano, órgão que tem de ser empossado e tem de eleger o seu presidente. Já passaram três meses desde as eleições e é compreensível que este assunto tenha ficado para trás devido às inúmeras solicitações a que os órgãos sociais são obrigados a responder, umas em cima das outras como uma dedicação inquestionável. No entanto, não nos podemos esquecer que o Conselho Vitorianos é um órgão de vital importância para o clube. Dá-lhe dignidade, capacidade de reflexão e meios de intervenção do colectivo de senadores e pessoas, com boas relações e de reconhecido mérito, que podem ajudar o clube em diversas acções de contactos e abertura de portas. Peço à direcção e demais órgãos sociais que tentem resolver este problema rapidamente para que o Conselho Vitoriano entre em funções e seja mais um órgão a tentar mover este barco gigantesco que é tão importante para a cidade e para o desporto na região.

Qual a sua espectativa em relação aos assuntos prementes que vão ser tratados na Assembleia Geral desta terça-feira?

Antes de tudo, espero que a direcção possa prestar toda a informação que os sócios desejam, uma vez que a transparência é uma das coisas que mais falta fazem no funcionamento regular e adequado de uma instituição. Creio que é uma das coisas mais fáceis de alcançar porque não há nenhuma razão para não sermos transparentes e absolutamente verdadeiros com os sócios. Haver esta AG, a primeira desde que o clube sofreu a hecatombe da descida administrativa, é de extrema importância. Vai permitir que se possa saber muita coisa que os sócios precisam de ter conhecimento. Esperemos que não se transforma numa Assembleia de discussão de temas que acrescentam pouco mas que, apesar de importantes, podem esperar. Nomeadamente ajustes de contas com o passado e de responsabilização com quem o deve ser. Não creio que seja agora, altura em que temos tantos problemas e dificuldades entre as mãos.

É também importante que esta Assembleia pudesse trazer soluções em termos de futuro a longo prazo, através da perspectiva de investidores, e soluções de curto prazo. O Vitória continua a ter imensas dificuldades de tesouraria porque a receita é muito inferior à despesa. O clube precisa de decidir actos de gestão para fazer face aos próximos meses. Creio que será inevitável pedir autorização aos sócios para alguns actos de gestão. No entanto, como diz o presidente da AG (David Leonardo), com quem estou absolutamente de acordo, devem ser os sócios os primeiros a saber aquilo que a direcção acha que o clube precisa.

Apesar das dificuldades, o desempenho desportivo das equipas de futebol e andebol, por exemplo, e a dedicação dos próprios funcionários do clube têm merecido elogios. É também importante encontrar soluções para resolver as situações destas pessoas…

A dedicação dos jogadores e funcionários do clube tem sido um bálsamo muito importante que tem permitido aos sócios e à instituição Vitória suportar este ardor tremendo da descida de divisão. Se não fossem estes paliativos dos bons resultados e do enorme esforço de dedicação dos atletas e funcionários as coisas seriam insuportáveis. Numa fase em que batemos no fundo, foram eles que garantiram a continuidade do Vitória. Isso nunca poderá ser esquecido, nem agora nem no futuro. Assim que o clube possa deve fazer o reconhecimento devido a estas pessoas que têm nome, têm um rosto e são credores de toda a nossa gratidão.

 

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