Assembleia Geral do Vitória podia ter sido realizada no Estádio do Bonfim

Assembleia Geral do Vitória podia ter sido realizada no Estádio do Bonfim

Assembleia Geral do Vitória podia ter sido realizada no Estádio do Bonfim

Escolha do Pavilhão Antoine Velge e estimativa da presença de mais de mil sócios no local levou à proibição da reunião. Bonfim era e é opção válida para futuras reuniões

 

O Delegado de Saúde Regional de Lisboa e Vale do Tejo, Mário Durval, confirmou em entrevista a O SETUBALENSE que “a realização da Assembleia de sócios do Vitória FC foi proibida por não estarem garantidas condições de saúde pública, face ao período vigente de combate e prevenção à Covid-19”.

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O esclarecimento do responsável pela autoridade regional de saúde, que cessou funções ontem, surge após Cândido Casimiro, presidente da Mesa da Assembleia Geral ter referido que “foi pedida à Direcção-Geral da Saúde, na pessoa do senhor Delegado de Saúde Regional de Lisboa e Vale do Tejo, Dr. Mário Durval, autorização para a realização da assembleia e as medidas a tomar na mesma”. Contudo, apesar da Assembleia Geral se ter comprometido a “respeitar as regras básicas, de uso de máscara/viseira e marcação de lugares” a Direcção-Geral da Saúde, “não autorizou a realização dessa Assembleia Geral com o que nos conformamos”, explicou.

Perante a passagem de testemunho, Mário Durval, esclarece. “O presidente da Assembleia Geral estimava-se a participação de mais de mil sócios na reunião”. Cândido Casimiro terá mesmo referido que a assembleia “seria uma situação susceptível de gerar animosidades com dificuldade de controlar manifestações”, recorda o médico.

Para além desta descrição, o representante da Saúde ressalva que o local apontado para receber a reunião foi o Pavilhão Antoine Velge. “E um espaço fechado, para receber mais de mil pessoas, na época em que estávamos a atravessar as maiores condicionantes de contenção à Covid-19, não oferecia as condições de segurança necessárias, em termos de saúde pública”.

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Questionado sobre a possibilidade de a assembleia ser concretizável em outro espaço, como o Estádio do Bonfim, Mário Durval pondera que “com essa opção as condições são totalmente diferentes, e mesmo tendo em conta a grande afluência de sócios é possível que a reunião seja aprovada”.

Uma solução que, “se tivesse sido apontada na época [em Julho] teria sido válida”, conclui Mário Durval.

Recorde-se que, a realização da Assembleia Geral de Sócios teria permitido aprovar, em acta, a escritura de cedência de terrenos com valor superior a 800 mil euros, do clube para a SAD.

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Os terrenos seriam apresentados à Autoridade Tributária (AT) como garantia de pagamento das dívidas da empresa. E com esse desfecho a AT teria emitido a declaração de não-dívida às Finanças, em falta para garantir a inscrição e permanência do Vitória FC na I Liga.

 

Câmara preparou o caminho que a Assembleia de Sócios não conseguiu percorrer

 

No dia 15 de Julho a Câmara de Setúbal aprovou, em reunião pública, a cedência de 65 lotes de terreno ao Vitória FC, com valor superior a 800 mil euros, de modo a que estes activos pudessem ser dados como garantia para o pagamento de dívidas fiscais.

Durante a mesma reunião o executivo aprovou ainda uma autorização para conceder à presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira, os poderes necessários, de modo a que a edil pudesse constituir hipoteca sobre os lotes, antes da formalização da doação, a favor da Autoridade Tributária e Aduaneira”. Trâmite que garantiria em definitivo o pagamento das dívidas fiscais do Vitória FC.

Na época este apoio veio unir-se ao resgate de hipotecas que já havia sido feito pela autarquia ao Banco Comercial Português, no valor de 300 mil euros, com o objectivo de garantir o direito de superfície dos terrenos do Estádio do Bonfim. Solução encontrada para impedir que a aquisição deste direito por terceiros viesse privar a população e o clube do acesso àquele espaço.

Ficou então estabelecido que o pagamento da hipoteca seria realizado, em primeira instância, “mediante compensação de uma dívida tributária, em concreto, por dedução no valor de Taxa pela Realização, Manutenção e Reforço de Infraestruturas Urbanísticas (TRIU)”, segundo comunicado publicado pela Câmara a 3 de Julho.

Contudo, dois meses depois desta decisão, o direito de superfície do Estádio do Bonfim está à venda por 375 mil euros, incluindo as zonas das bilheteiras e do bingo.
O anúncio da hasta pública foi divulgado a semana passada pelo administrador de insolvência da empresa Ventos de Negócio – Empreendimentos e Investimentos Imobiliários, Lda. e a abertura de propostas está marcada para hoje.

Ao que O SETUBALENSE apurou recentemente, os direitos hipotecários detidos pela Câmara de Setúbal ascendem a 2,1 milhões de euros, motivo pelo qual a venda em hasta pública não deverá impedir a autarquia de ficar com o direito de superfície do estádio.

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