“Amo o meu País mas é muito difícil viver do futebol em Portugal”

“Amo o meu País mas é muito difícil viver do futebol em Portugal”

“Amo o meu País mas é muito difícil viver do futebol em Portugal”

Natural da Moita, José Alexandre Bruno trabalhou na formação do SL Benfica, esteve ligado à Academia Sporting e foi treinador da equipa sénior do Moitense e U. Santiago  

 

 

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José Alexandre Bruno é natural da Moita, tem 48 anos e é treinador de futebol. Passou pelo futebol de formação do SL Benfica, Academia Sporting da Moita e Estoril Praia, mas também treinou a equipa sénior do Moitense na época de 2018/19 e o U. Santiago em 2021/22. Depois esteve na Ucrânia e presentemente encontra-se na Nigéria onde vem desenvolvendo o seu trabalho.

 

É mais um treinador português a trabalhar no estrangeiro, onde vai tentando implementar as suas ideias com o objectivo de proporcionar uma metodologia mais europeia ao futebol nigeriano, que é rei e senhor naquele país.

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O José Alexandre está a treinar na Nigéria há ano e meio, que tipo de trabalho desenvolve e como está a decorrer a experiência?

Somos uma equipa que dá assessoria técnica ao governo estadual no norte da Nigéria. Treino os sub-21 e depois acompanho o trabalho desenvolvido na formação. Desde os 6 aos 21 tentamos implementar uma metodologia mais europeia não esquecendo as principais características do futebol nigeriano.

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Segundo consta está num país onde existem algumas lacunas a nível de infra-estruturas. Os jovens ainda praticam por aí o chamado futebol de rua? 

O futebol de rua aqui é rei e senhor. Quem me conhece sabe o quanto sempre “lutei” contra a formatação do futebol formação. Enquanto na Europa recriamos o futebol de rua, na Nigéria utilizamos esse futebol e talento para colocar um pouco de organização.

 

Da Nigéria têm saído bons jogadores para outros países, principalmente para Inglaterra e a nível de selecções é uma das mais cotadas de África. Isso quer dizer que há por aí muito potencial?

Já tinha vivenciado África mas a Nigéria foi uma grande surpresa. País com muita população e com uma paixão enorme pelo futebol. Aqui o futebol formação é quase inexistente, se a Nigéria se organizar, será sem dúvida alguma um dos Países do mundo com mais força no desporto rei.

 

Como é o seu dia-a-dia? 

Levanto-me muito cedo para treinar. Depois durante o dia acompanho os treinos e trabalhos da academia, tentando sempre melhorar as competências de todos. Fora do local de trabalho não temos muitas opções e aposto na minha formação pessoal e profissional (ler, formações…).Tenho a sorte de trabalhar com mais portugueses muito competentes e diariamente a partilha faz parte das nossas vidas.

 

Antes da Nigéria passou também por outros países, sendo um deles a Ucrânia. Tem algum sentimento especial por aquilo que por lá se está a passar?

A Ucrânia faz parte da minha vida e foi um País que me marcou. Diariamente acompanho e sempre com uma dor no coração.

 

Como treinador tem passado mais tempo no estrangeiro que em Portugal, há alguma razão para que isto tenha acontecido?

Eu amo o meu Pais e estar longe da família é doloroso mas é muito difícil viver do futebol em Portugal. Sou grato pelas experiências fora do meu País porque cresci muito. Estar fora da zona de conforto e em Países “complicados”, os teus desafios são quase ao minuto e pessoalmente foi determinante. Com todas estas experiências, e tempo para o meu crescimento, preparei-me para ser melhor treinador e acima de tudo melhor Homem. Trabalhar fora e muitas vezes sozinho, e com tempo para pensar/observar, percebemos muito melhor o mundo à nossa volta. Nos tempos livres tenho desenvolvido uma ideia muito minha de ver o treino e o jogo.

 

Para finalizar, há algo mais que queira referir?     

Estou muito grato às pessoas que sempre acreditaram em mim e nos meus sonhos. Queria deixar um beijo muito especial à minha mãe que é a minha maior fonte de inspiração e a minha maior amiga.

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