O ambiente ontem junto ao Estádio do Bonfim, poucas horas depois do anúncio de uma provável descida do Vitória FC, às divisões não profissionais, era de consternação.
Sócios e adeptos que O SETUBALENSE ouviu no local mostram descontentamento e até alguma revolta. “Vergonha” apontou um sócio com mais de 35 anos de quotas em dia, que referiu ainda que “isto só se resolve se 5 ou 6 sócios se juntarem e pedirem uma Assembleia Geral”.
Nos estabelecimentos das imediações o tema de conversa era o Vitória e um dos proprietários ouvidos pelo jornal referiu que a situação é “o culminar de muitos anos de má gestão” e que, para os clientes do estabelecimento, “quem está [na direcção do clube] agora é que é culpado”. “O Vitória tem sido gerido como um clube de bairro, acredito que não se safa. Mais dia, menos dia, isto ia acontecer”, acrescentou.
Mais consternado, mas com esperança dono de outro estabelecimento vizinho do Bonfim, admite que também se foi desiludindo ao longo dos anos. “A casa tinha camarote, eu e a minha família éramos sócios. Cinco lá em casa. O problema do Vitória são as pessoas. Então há dinheiro para o Vidigal e não há para as contas?”, questionou.
“A malta sente o clube, são vitorianos e têm orgulho nisso. É uma pena porque o Vitória faz falta à cidade. É clube de primeira divisão e devia lá ficar. Nem se pensava que pudesse descer”, exclamou. “Tenho esperança de que alguém apareça à última da hora”, conclui.