Decisão de Pedro Peixoto, da AF Setúbal, foi tomada antes de comunicado dos ‘leões’
Pedro Peixoto, vice-presidente do Conselho de Arbitragem da Associação de Futebol de Setúbal (AFS) apresentou a sua intenção de demissão após caso polémico no encontro entre o Sporting Clube de Portugal e o Amora, jogo da 18.ª jornada da série B da Liga 3.
A confirmação foi dada pelo próprio dirigente a O SETUBALENSE, que referiu que o pedido foi feito ainda antes do caso vir a público. “Expus o caso ao presidente da AFS e disse-lhe que a minha intenção era pedir de imediato a demissão”, referiu, garantindo que está disponível para ser ouvido pela justiça. “É o meu dever ser ouvido pela justiça desportiva e assumir as minhas responsabilidades neste processo”, assegurou.
Quanto à justiça pública, o ainda dirigente garante que não terá direito a defesa possível. “Acho que já fui decapitado e tenho consciência de que continuarei a ser esquartejado nos dias seguintes”. O dirigente analisou o posicionamento do Sporting. “Eu vejo a posição do Sporting a adulterar um pouco o que aconteceu. Lamento o que aconteceu ali, eu não sou aquela pessoa que dizem no comunicado, dão até a sensação de que sou um ‘hooligan’. Muito pelo contrário, sou uma pessoa muito pacifica e não instiguei a nada”, disse. “Estive no estádio enquanto associado do Amora, clube da minha terra do qual sou sócio há 51 anos. Quem me conhece sabe que sou igualmente simpatizante do Sporting há mais de 30 anos, embora não seja sócio, frequento várias vezes o Estádio de Alvalade”, acrescentou.
“Após a obtenção do segundo golo do Amora, já em tempo de compensação, houve alguém do banco de suplentes do Sporting que teve uma troca de palavras com os adeptos do Amora. Houve alguém que cuspiu para a bancada e disseram que tinham cuspido para a zona onde o meu filho estava. Quando terminou o jogo vi novamente uma exaltação ali junto ao banco, com adeptos do Amora e vi outra vez um elemento do Sporting a cuspir e nesse momento desci a bancada e disse que esse individuo não era digno do emblema que ostentava ao peito, isto tudo na presença da força policial”, assegurou.
“A conversa não passou disso, mas passou para um vernáculo de parte a parte. Não me revejo neste tipo de comportamentos, mas deixei-me levar pela emoção”, referiu. Por fim o dirigente quis deixar o seu pedido de desculpas aos vários envolvidos. “Quero pedir desculpas à AF Setúbal, ao presidente do Conselho de Arbitragem e restantes colegas, por de forma indirecta estarem envolvidos”, concluiu.
O Sporting defendeu em comunicado que o vice-presidente do Conselho de Arbitragem da Associação de Futebol de Setúbal deve deixar o cargo, referindo que o dirigente teve alegados comportamentos que “nada dignificam o futebol”. Os leões consideram que o vice-presidente do Conselho de Arbitragem da AF Setúbal teve comportamentos que representam o “oposto dos valores do futebol português”, acusando-o de estar num conjunto de adeptos “do clube visitado a provocar, ameaçar, cuspir e procurar o confronto físico com os jogadores, equipa técnica e staff”.
