19 Abril 2024, Sexta-feira
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“Não tenho motivação para jogar noutro clube que não o Vitória”

“Vamos construir um plantel forte e equilibrado para subir já este ano”, afirma o novo técnico dos montijenses”

 

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Depois de sete anos ao serviço do Vitória, o defesa Nuno Pinto decidiu, aos 35 anos, arrumar as chuteiras. O jogador, que chegou a Setúbal em 2015/16, confessa que nunca equacionou terminar a carreira noutro emblema além dos sadinos, que não mostraram interesse em renovar o contrato que ligava ambas as partes no final do campeonato. Fechada essa porta, Nuno Pinto viu outra abrir-se com o convite que recebeu para treinar o Olímpico do Montijo, da 1.ª Divisão Distrital da Associação de Futebol de Setúbal.

O agora técnico dos montijenses, que terminaram o campeonato em 3.º lugar na temporada transacta, confessa-se entusiasmado com o desafio. “É um clube importante da Margem Sul do Tejo e é um projecto aliciante. Vamos construir um plantel forte e equilibrado para subir já este ano”, assegura a O SETUBALENSE, não escondendo o sonho de um dia regressar ao Vitória. “mais tarde gostaria de voltar ao clube que sempre me acarinhou. Criei uma ligação muito forte com a cidade e os adeptos”.

 

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Depois de sete épocas ao serviço do Vitória, o que sentiu quando soube que o seu contrato com o clube não seria renovado?

Não foi o desfecho que idealizava. Não estava à espera, mas com o passar do tempo e sem respostas da parte da direcção, cheguei à conclusão que não queriam continuar comigo. Não foram sete dias nem sete meses que estive no clube, foram sete anos com a camisola do Vitória. Compreendo que o futebol é assim…

Sentiu-se magoado?

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Nunca posso ter mágoa porque o Vitória deu-me muito e ajudou-me na fase mais difícil da minha vida. No entanto, posso dizer que me senti triste porque não contava com este desfecho depois tudo o que passei e de ter abdicado da minha carreira para ajudar o clube quando caiu no Campeonato de Portugal.

A 6 de Agosto completa o 36.º aniversário, sentia condições para continuar a jogar?

Sinto que tenho condições para o fazer, mas, depois de vestir a camisola do Vitória durante sete anos, não tenho motivação para jogar noutro clube que não o Vitória. Não havia mais nenhum clube que me motivasse a levantar todos os dias para ir treinar e para jogar. Por isso, apesar de poder fazê-lo noutro clube, prefiro terminar de uma maneira digna depois de representar um clube que me deu e me diz muito.

O que sente por saber que não vai voltar a jogar futebol? Angústia, saudade…

Neste momento, não vivo nenhum desses sentimentos. As pré-épocas começaram agora e ainda não há jogos oficiais na televisão. Sei que a fase da nostalgia virá, mas tomei esta decisão e, com o apoio da minha família, que sempre foi um grande suporte, vou estar preparado quando esses sentimentos surgirem

Como encara a possibilidade de um dia poder voltar ao Vitória noutras funções?

Sem dúvida que mais tarde gostaria de voltar ao clube que sempre me acarinhou. A minha intenção era terminar a carreira no Vitória e ficar, de alguma forma, ligado ao clube. Não foi possível e tenho de entender a decisão que foi tomada. Não sou de Setúbal, mas considero-me daqui. Comprei casa cá e tenciono ficar por Setúbal. Criei uma ligação muito forte com a cidade e os adeptos.

Teve abordagens de clubes para continuar a jogar?

Tive propostas, mas nem quis ouvir de que clubes eram. As pessoas perguntavam-me se estava disponível e a minha resposta sempre foi negativa. Não tomei a decisão de um dia para o outro, foi ponderada durante o mês e meio em que nada me foi dito. Tive esses dias para pensar e cheguei à conclusão que o melhor para mim era não voltar a jogar.

 

Nunca escondeu o desejo de continuar ligado ao futebol. O que se segue?

Desde os sete anos que estou no futebol e quero continuar ligado à modalidade. Tive uma abordagem do Olímpico do Montijo para ser treinador e decidi aceitar. É um clube importante da Margem Sul do Tejo e é um projecto aliciante. Nos dois últimos anos no Vitória procurei aperfeiçoar-me mais. Tínhamos muitos meninos a jogar connosco e os mais velhos, dentro do campo, éramos além de jogadores um pouco de treinadores.

 O Olímpico ficou este ano no 3.º lugar da 1.ª Divisão Distrital da AF Setúbal. O objectivo é subir ao Campeonato de Portugal?

Sim, o maior objectivo é subir aos nacionais e para isso vamos construir um plantel forte e equilibrado para que isso possa acontecer já este ano.

Equaciona a possibilidade de acumular a função de treinador com a de jogador no Montijo?

Não. Está decidido que não voltarei a jogar. A decisão de não voltar a fazê-lo foi ponderada, não foi de um dia para o outro que a tomei.

Quais os treinadores e jogadores mais marcantes que teve?

O momento mais marcante da minha carreira foi a doença grave que tive enquanto jogador do Vitória. Por me terem apoiado nessa fase, sem dúvida que o treinador mais marcante e com quem mais gostei de trabalhar foi José Couceiro. Julio Velázquez também me marcou por ter acreditado em mim depois da doença. Nos jogadores, o Semedo, que foi incansável no período difícil que vivi, e o Rúben Micael, com quem joguei no Vitória e Nacional, foram os mais marcantes.

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