29 Junho 2024, Sábado

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Paio Pires levou um murro no estômago com o término do campeonato

Paio Pires levou um murro no estômago com o término do campeonato

Paio Pires levou um murro no estômago com o término do campeonato

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Com uma equipa recheada de profissionais estrangeiras que têm contrato até 30 de Junho, o clube acaba de aderir ao lay-off

 

Para o Paio Pires Futebol Clube o término do Campeonato Nacional Feminino da 2.ª Divisão foi um autêntico murro no estômago porque não proporcionou a concretização de um objectivo que havia sido estabelecido com base num projecto devidamente sustentado e suportado por um investimento de meio milhão de euros.

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Muita gente pode pensar que se trata de uma loucura porque no Vale da Abelha não existe qualquer poço de petróleo. Contudo, deve ser esclarecido que tudo foi devidamente pensado e delineado com os pés bem assentes na terra.

O clube conseguiu juntar um grupo de pessoas que, fazendo uso da sua experiência profissional, se empenhou na procura de investidores e parceiros estratégicos, resultando daí a formação de um plantel constituído na sua maioria por jogadoras profissionais estrangeiras. As expectativas eram altas mas o novo coronavírus, que causou esta pandemia, acabou com elas e o clube viu-se na obrigação de aderir ao lay-off para cumprir com as suas obrigações perante as jogadoras.

Nuno Painço, responsável pela parte administrativa, logística e comunicação, em entrevista ao nosso jornal, contou tudo ao pormenor e levantou já um pouco a ponta do véu sobre a próxima época.

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Como reagiu o clube à notícia da decisão da FPF em dar por concluído o campeonato nacional da 2.ª divisão? 

Não foi uma surpresa. Quando foram dados por terminados os campeonatos de formação, já calculávamos que era isto que ia acontecer. Não foi ao mesmo tempo porque não tiveram coragem para o fazer mas foi uma enorme decepção porque soubemos da notícia através da comunicação social. Sempre estivemos preparados para reatar da competição, dando condições ao staff técnico e às atletas, tanto a nível físico, como médico e psicológico.

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O investimento foi grande e as expectativas eram altas para esta época. Sente alguma desilusão pelo facto do campeonato não ter terminado? 

Foi como um muro no estômago. É claro que dentro da normalidade, os campeonatos são para se decidir dentro do rectângulo de jogo e não de forma administrativa, mas não estamos num estado, nem numa posição, em que o futebol possa estar em primeiro lugar, o mais importante é salvaguardar a vida de todos nós. Com uma vitória e uma derrota nada estava decidido, ainda havia muito campeonato para disputar, estava tudo nas nossas mãos, melhor dizendo nos pés das atletas.

 

Muita gente interroga, como foi possível ao Paio Pires fazer uma aposta tão forte no futebol feminino? 

Fomos à luta. Em tudo na vida, seja na nossa vida profissional, associativa, ou desportiva, temos de ser profissionais. O presidente Jorge Lopes soube rodear-se de pessoas, leais, honestas, sérias e profissionais. Podemos ser amadores do futebol, mas trabalhamos tão bem ou melhor que os clubes profissionais, isso foi dito por várias entidades ligadas ao futebol. Criámos um departamento de futebol feminino muito forte e blindado, como um balneário deve ser, liderado pelo vice-presidente João Gonçalves, com a experiência do Pedro Sebastião como director desportivo, a minha experiência de 15 anos no movimento associativo, na parte administrativa, logística e comunicação e o principal impulsionador do projecto o Engenheiro Ismael Duarte, que colocou toda a sua experiência empresarial na busca de patrocinadores e parceiros estratégicos.

 

Esta medida teve algum efeito negativo em termos financeiros para o clube? 

Como é óbvio, não havendo movimento no nosso Vale da Abelha, alguma receita que se ia fazendo com a competição, principalmente com os jogos da equipa sénior, deixou de entrar alguma verba, para despesas correntes que o clube tem. O nosso presidente e a nossa tesoureira têm feito milagres e têm conseguido esticar o dinheiro.

 

Tendo a época terminado mais cedo, o que vai acontecer às atletas, principalmente às estrangeiras? 

Vamos deixar passar o estado de emergência e aguardar serenamente que os órgãos de decisão passem instruções. Não nos podemos esquecer que temos 14 atletas estrangeiras e profissionais, com contrato de trabalho até 30 de Junho do corrente ano. Neste momento o Paio Pires Futebol Clube aderiu ao lay-off e durante este período não pode rescindir, nem despedir atletas, e como é óbvio, com a limitação de voos, não podemos fazer seguir as atletas para os seus países. As atletas portuguesas regressam à sua vida normal, ficando resguardadas como têm feito.

 

O projecto mantém-se na próxima época ou poderão surgir algumas novidades? 

Posso dizer que o nosso orçamento era meio milhão de euros dos quais utilizámos 270 mil até ao dia em que as competições foram suspensas. Foi um grande investimento, mas atenção, vindo de parceiros e investidores. O projecto do futebol feminino no Paio Pires Futebol Clube não é uma promessa, é uma realidade. Agora ficamos com mais tempo para preparar a próxima época, não só no futebol sénior, mas principalmente na formação. Vamos querer ter técnicos qualificados em todos os escalões, onde o coordenador de todo o futebol feminino será o treinador que for contratado para a próxima época para a equipa sénior. Iremos apostar numa base de jogadoras portuguesas de grande qualidade e se conseguirmos internacionais, não devem ser mais de 5 ou 6 que possam fazer a diferença. Queremos ter uma equipa mais equilibrada porque na próxima época a 2.ª Divisão vai ser muito forte e competitiva porque será composta pelas equipas que estavam a disputar a subida à Liga BPI.

 

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