Treinador do Andebol está entusiasmado com a equipa e acredita que esta vai ser a época tranquila na I Divisão que os sócios esperam há anos
De regresso ao leme do andebol vitoriano pela terceira vez, Luís Monteiro mostra-se entusiasmado pelo bom arranque de temporada e espera que esta seja a época tranquila na I Divisão pela qual os adeptos há tanto anseiam.
“Para mim este regresso está a correr de forma excelente, porque é sempre excelente voltar a Setúbal para treinar o Vitória. Tentámos aproveitar coisas boas do ano passado, manter o núcleo duro de jogadores e tentar colmatar uma ou outra lacuna que achámos que podíamos melhorar”.
“Tivemos de trabalhar as tarefas ofensivas e integrar alguns jogadores. Com isso, tivemos um início de competição interessante”, afirmou o técnico, que na última temporada orientou o Belenenses, depois de ter deixado o emblema setubalense na temporada de 2019/20.
Embora as primeiras jornadas – nas quais o clube chegou a ocupar o cobiçado quarto lugar – tenham apontado a uma época tranquila, Luís Monteiro sublinha que a I Divisão é um palco de lutas renhidas e é preciso manter os pés assentes no chão.
“O arranque está a surpreender pela positiva. Temos de apontar aos dez primeiros lugares. O campeonato está muito equilibrado. Procuramos esses dez primeiros para nos salvaguardar das posições mais perigosas, que são os quatro últimos”.
“De qualquer modo, é cedo para fazer esse balanço”, afirmou, recordando a campanha anterior: “Na época passada o Vitória ficou em 13º lugar. Se fosse este ano, iria disputar o lay-off de descida e jogaria para não descer. Não podemos dizer que foi uma época tranquila, que é aquilo que estamos à procura este ano.”
O treinador de 54 anos conta ainda que, em contraste com os últimos anos, há mais estabilidade fora do campo e isso vem permitir um melhor trabalho por parte de todos os envolvidos.
“Do ano anterior para este sinto que há muito mais estabilidade em termos directivos. Sinto que o investidor que veio dar apoio à direcção através da SAD também está a dar apoio ao andebol e está a trazer uma estabilidade que ainda não tinha sido encontrada. Esta situação vai permitir encarar o trabalho de forma diferente e isso poderá cimentar o lugar do Vitória na I Divisão”, afirmou Luís Monteiro.
Quanto aos adeptos, presença habitual no Pavilhão Antoine Velge e uma das imagens de marca do Vitória, o técnico sublinha que já fizeram a diferença esta temporada: “Sem adeptos não teríamos ganho ao Madeira. Trazem um apoio incondicional. Há clubes com mais dificuldades porque os adeptos lhes trazem uma pressão adicional, mas no nosso caso isso não acontece: trazem-nos estabilidade”.
“Os adeptos são o oitavo jogador e às vezes são o sétimo ou o sexto. Na I Liga de futebol há jogos que não têm tantos adeptos como nós. Trazem-nos uma força muito grande e eu já falei com os jogadores e disse que todos os jogos em casa são para ganhar. Sabemos que em alguns jogos é praticamente impossível, mas perante estes adeptos temos sempre de procurar vencer.”
Grande conhecedor da realidade do Vitória, que representou durante vinte anos como jogador e sete como técnico, Luís Monteiro afirma que qualquer jogador que passe pelo clube vai entender a sua mística.
“O trabalho diário, a envolvência que encontramos aqui com os miúdos da formação e a forma como os adeptos são apaixonados é o que nos traz a percepção do que é este clube. O que a minha experiência me diz é que qualquer jogador que jogue no Vitória se apaixona por este clube. É incontornável”, assegura.