19 Abril 2024, Sexta-feira
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“Não é pelo telefone, ou videochamada, que se dispensa um activo”

Com a decisão tomada pela Federação Portuguesa de Futebol em suspender as competições de todos os escalões de formação, alguns clubes começaram já a programar a nova época desportiva e o Grupo Desportivo Fabril é um deles. Neste sentido, prescindiu dos serviços de Vítor Hugo Pires, treinador da equipa de juniores que disputava a 1.ª Divisão da AF Setúbal.

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Em entrevista ao nosso jornal, Vítor Hugo Pires aceita a decisão mas não concorda com o timing nem com a forma como lhe foi feita a comunicação.

– A sua passagem pelos juniores do Desportivo Fabril terminou. Quais as razões da saída?

O clube entendeu que não estavam reunidas as condições para continuar. É legítimo e aceito a decisão, não posso concordar é com o timing e forma como foi feita a comunicação. Não é pelo telefone, ou videochamada, que se dispensa um activo, seja ele quem for e em que contexto for. Trata-se de uma questão de respeito e reconhecimento, independentemente dos resultados desportivos, antes do treinador vem o homem.

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– Que análise faz ao trabalho desenvolvido?

Quando cheguei ao clube, na época 2018/19 íamos para a 10.ª jornada com 8 pontos, em 12º lugar. Conseguimos uma recuperação fantástica e o melhor registo de jogos sem derrotas do campeonato. Com um desempenho muito bom, talvez acima das melhores expectativas, terminámos o campeonato em 6.º lugar com 42 pontos. Esta época, até à suspensão da prova, estávamos a fazer um campeonato irregular, muitas lesões, algumas delas complicadas de se resolver e a gestão das expectativas também não ajudava o grupo. O desejo de colocar uma equipa no campeonato nacional é grande, mas temos de ter a noção que uma casa não se constrói pelo telhado e a prospecção não foi aquilo que esperávamos. No entanto, numa perspectiva resultadista, aquela que todos dizemos que não é a mais importante mas é mentira, a equipa estava em 3.º lugar, com 36 pontos, menos dois que o segundo classificado e menos 9 pontos que o primeiro. Sinceramente penso que o trabalho estava a ser positivo.

– Esta foi uma época atípica que terminou de forma prematura. Acha que foi a melhor solução, face às circunstâncias?

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Penso que as entidades envolvidas tomaram as opções que maior segurança garantia aos atletas, treinadores, dirigentes e clubes, no que diz respeito às responsabilidades de cada uma delas. Não sabemos quanto tempo vai durar esta situação que infelizmente fez mudar as nossas vidas. Nem todas as medidas serão do agrado de todos os envolvidos mas, neste momento, por muito que se vá perder desportivamente, a vida e a saúde estão em primeiro lugar.

– De futuro vai querer continuar no activo?

Naturalmente. Tenho plena confiança nas minhas capacidades. O objectivo é encontrar o projecto certo, com as pessoas certas e crescer em conjunto. Quero um projecto desafiante, que me tire mais uma vez da zona de conforto, onde exista uma base e a partir dai se caminhe para o topo, com os naturais avanços e recuos que acontecem e que fazem parte do crescimento.

José Pina
Jornalista
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