3 Maio 2024, Sexta-feira
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Abusos sexuais e a repugnância do silêncio

No seio da igreja católica, e também em casa de muitas famílias, ocorriam abusos sexuais a menores. Que eram mantidos em silêncio pelas famílias, que encobriam a vergonha ou até desvalorizavam a situação, atribuindo ao excesso de vinho, tais atos. E no que respeita à igreja eram mantidos em silencio pelas hierarquias.

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A igreja segundo a imagem social era considerada a grande promotora do bem para muitas crianças. A educação, os bens básicos e o futuro dos filhos, eram entregues pelos seus pais, aos padres, que os mantinham à sua guarda, em colégios e paróquias.

Há que assumir que ao manter-se em silêncio sobre os casos de abuso sexual, anos a fio, tornou se cúmplice porque os encobriu deliberadamente. Se a instituição tivesse assumido os casos de pedofilia e abusos sexuais de menores e os tratasse com transparência e a resolução devida, muitos outros casos tinham sido evitados.

As organizações que têm a sombra deste flagelo, deviam ter informado as autoridades e banido quem cometeu o crime, evitando que o criminoso se mantivesse ativo no trabalho e continuasse em contato com as vítimas ou potenciais vítimas.

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Não é desculpável a atitude de manter o assunto dentro de quatro paredes, silenciando – o para o exterior e tentando que as vítimas e as suas famílias se esquecessem, como se alguém pudesse de alguma forma passar ao lado de crime hediondo.

Durante estes últimos meses, a comunicação social deu-nos nota da constituição de uma comissão independente para o Estudo dos abusos de menores na igreja católica portuguesa. Esta estrutura é independente e tem como objetivo estudar os crimes, mesmo que decorridos há décadas e pedem às vítimas que deem voz ao seu silêncio. Em oito meses, os números de denuncias não param de crescer e são conhecidos depoimentos duros e atrozes.

É imperativo que a investigação destes atos seja levada até ao fim e que as consequências sejam aplicadas e assumidas por quem de direito.

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É importante que esta verdade seja conhecida para a dignidade das vítimas. Há que ter noção que os pedófilos não se encontram todos na igreja católica e que andam por outras organizações e lugares.

É repugnante o crime em si e não só, mas também o ato de quem assiste e não denuncia.

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