Aconteceu no passado domingo no Estádio do Bravo, no decorrer do Seixal – Pescadores e é o segundo caso idêntico no espaço de duas semanas. Nuno Ferreira, treinador dos Pescadores conta tudo ao pormenor.
Nuno Ferreira, treinador dos Pescadores não tem dúvidas. O que se passou no Estádio do Bravo, no Seixal é, no mínimo, caricato. O árbitro dá o jogo por concluído aos 87 minutos por alegadamente ter sido atingido por uma pedra, que afinal era uma pastilha. Os jogadores foram para o banho e o árbitro volta com a palavra atrás dizendo que se ia jogar o tempo que faltava.
O treinador dos Pescadores conta que o seu capitão de equipa pediu para não continuar jogar porque não se sentia bem devido ao frio que sentia causado pelos efeitos do mau tempo. Os dois treinadores acordaram então em recomeçar o jogo mas decidiram que ele tinha terminado ali, assumindo o resultado. As equipas trocaram a bola entre si durante mais três ou quatro minutos mas na verdade não houve mais jogo.
Nuno Ferreira considera que foi um “fantástico jogo de futebol” em que na primeira parte houve ascendente dos Pescadores que foram para o intervalo a ganhar por 1-0. No início da segunda parte o Seixal ficou reduzido a 10 jogadores mas mesmo assim tornou-se uma equipa mais agressiva no último terço. Os Pescadores, pouco depois viram também um jogador ser expulso, e não foram capazes de contrariar o crescimento do adversário que acabou por chegar ao golo do empate, na cobrança de uma grande penalidade.
A partir daí o jogo tornou-se equilibrado e já relativamente perto do fim a equipa da Costa de Caparica beneficiou também de um penalti que não converteu em golo porque atirou à barra. E, quando tudo apontava para o empate surgiu o impensável.
Árbitro dá o dito por não dito
“O árbitro dá por terminada a partida aos 87’ por, alegadamente, ter levado com uma pedra atirada pelo público que afinal era apenas uma pastilha. Encaminho a maioria dos meus jogadores para o banho devido à forte intempérie que se fez sentir durante o jogo e, de repente, o árbitro volta atrás e decide que vai jogar os últimos minutos”, conta Nuno Ferreira.
“Pedi aos meus jogadores para regressarem mas o meu capitão implorou para não jogar porque não se sentia bem por causa do frio. Nem pensei duas vezes, pedi aos jogadores para regressarem ao relvado, fui ter com o treinador do Seixal e juntos decidimos que a falta de respeito terminava ali”, refere com indignação.
“Jogaram-se mais três ou quatro minutos mas as equipas trocaram a bola entre si. Não se jogou mais. Enfim, foi um dos momentos mais tristes no meu percurso pelo futebol”, lamentou o treinador dos Pescadores que deu os parabéns ao adversário e fez uma vénia aos seus jogadores, principalmente pelo que fizeram na primeira parte. “Hão-de ouvir de muitos dos jogadores dos Pescadores nos próximos anos”, deixou bem vincado.