Os deputados do PSD apontaram o dedo ao Governo pelos tempos de espera para consultas hospitalares no distrito de Setúbal, uma vez que continuaram a aumentar no último ano.
Segundo os sociais-democratas, esta situação tem “obrigado milhares de doentes a esperar largos meses, por vezes mesmo anos, pelo acesso às consultas de que necessitam, vendo assim comprometido o seu direito à saúde”.
Os deputados do PSD dão como exemplo o que sucede no Hospital de São Bernardo, em Setúbal, no Hospital do Barreiro e no Hospital Garcia da Orta, em Almada, onde os tempos médios de resposta para primeiras consultas de especialidade ultrapassam os Tempos Máximos de Resposta Garantida (TMRG).
No Hospital do Barreiro, um doente espera 460 dias para uma consulta de Oftalmologia, 242 dias para uma consulta Endocrinologia. Em Ginecologia, o tempo de espera é de 203 dias, enquanto que para uma consulta de Urologia é preciso esperar 187 dias.
Já no Hospital de São Bernardo, um doente espera 550 dias para uma consulta de Cirurgia Plástica Reconstrutiva, para uma consulta da especialidade da Dor é necessário esperar 391 dias, para uma consulta de Neurologia um doente espera 369 dias, enquanto que para uma consulta de Dermato-Venerologia são 203 dias de espera.
Ainda neste hospital, os doentes esperam 181 dias para uma consulta de Cardiologia e 178 dias para uma consulta da especialidade de Ginecologia.
Os tempos de espera também atingem “proporções dramáticas” no Hospital Garcia da Orta, em que os doentes têm que esperar 632 dias para uma consulta de Dermato-Venerologia, 288 dias para uma consulta de Ginecologia e 238 dias para uma consulta de Ortopedia.
“Perante estes dados oficiais de Setembro, Outubro e Novembro de 2017, os deputados do PSD questionaram o Governo sobre quais as medidas concretas que irão ser tomadas para reduzir todo este tempo de espera nas unidades hospitalares da Península de Setúbal e para quando a implantação das mesmas”, revelaram os sociais-democratas.
Bruno Vitorino, um dos deputados que subscreveu o documento enviado ao ministro da tutela, exige que “o Governo, adopte sem mais, demora as medidas que se impõem para inverter esta crescente degradação das condições de acesso dos doentes aos cuidados de saúde no SNS, importando ainda que o executivo informe a Assembleia da República imediatamente sobre a forma de como pretende reverter a situação que deixou agravar”.
O Partido Social-Democrata relembra que “no anterior Governo PSD/CDS-PP, a percentagem de consultas hospitalares que ultrapassavam os TMRG registou uma evolução positiva, como o comprova o facto de a mesma ter decrescido de 31%, em 2010, para 26%, em 2015”.