Criação de um grupo de trabalho por parte do Governo para estudar expansão da rede é vista com bons olhos pelo PCP. Porém a execução do investimento ‘nunca avançará antes de 2020’, pelo que ‘não responde à urgente necessidade de melhoria de mobilidade na região’
A expansão da rede de metro ligeiro de superfície na Península “nunca avançará antes de 2020” e “não responde” à urgente necessidade de melhoria da oferta de transportes públicos na região. Quem o diz é o PCP que, em comunicado, considera a recente “positiva”, embora “tardia”, a decisão do Governo de criar um grupo de trabalho para estudar a expansão da rede de metro na região.
“A recente decisão do Governo do PS de criar um grupo de trabalho para estudar a expansão da rede de metro ligeiro de superfície na Península de Setúbal é, apesar de tardia, um sinal positivo no sentido de criar as condições para responder a uma reivindicação das populações, das autarquias e do PCP”, revela o Executivo da Direcção da Organização Regional de Setúbal (DORS) do PCP em comunicado. “Esta decisão, pelo conteúdo e calendário previsto para a execução da expansão da rede – que nunca avançará antes de 2020 – não responde à necessidade e urgência das medidas a tomar para a melhoria da oferta de transportes públicos às populações e para a promoção da mobilidade na região”, adianta a organização comunista, deixando reparos à tutela.
“O que as populações e a região necessitam e esperavam era que este despacho do Governo PS contemplasse medidas que permitissem que as fases seguintes (a 2ª fase – Corroios-Fogueteiro e a 3ª fase – Fogueteiro-Seixal e Seixal-Barreiro) entrassem em execução quanto antes, e que se desenvolvam os estudos necessários à expansão até à Costa de Caparica, Moita, Montijo e Alcochete”, vinca a DORS do PCP.
Os comunistas defendem ainda que “pela importância que assume na mobilidade regional e pelos meios e recursos públicos que absorve”, o planeamento, execução e gestão do projecto “deveria ser integralmente público e não mais uma PPP [parceria público-privada] sorvedora de recursos públicos”. “Neste quadro, preocupa-nos que o Governo tenho decidido não ouvir operadores públicos de transporte como a CP, a Transtejo e Soflusa”, reforça o PCP, lembrando que se bate “desde o final dos anos 90 do século passado” para que o referido modo de transporte “assuma um papel estruturante na mobilidade das populações que vivem na Península de Setúbal”.
A finalizar, os comunistas garantem que vão continuar “a agir para a concretização da expansão da rede de metro ligeiro de superfície”, quer no plano da Assembleia da República e das autarquias locais quer no plano da acção e iniciativa política.