Luís Franco, presidente da autarquia, estranha a posição do ministro do Planeamento e das Infra-estruturas e dá como exemplo: “Chego a tomar conhecimento de alguma matéria por aquilo que, muitas vezes, vem publicado no DIÁRIO DA REGIÃO”
Luís Miguel Franco, presidente da Câmara Municipal de Alcochete, está descontente com a forma como o Governo tem conduzido o processo de participação do município na questão da possível localização do aeroporto na Base Aérea n.º 6 do Montijo e não poupa críticas ao ministro do Planeamento e das Infra-estruturas, Pedro Marques.
Em reunião pública descentralizada do executivo camarário de Alcochete, realizada na noite da última quarta-feira, 21, na sede da Junta de Freguesia do Samouco, o autarca manifestou estranheza pelo facto de “verificar que o município do Montijo está sempre em posse de mais informação” do que o de Alcochete. “Chego a tomar conhecimento de alguma matéria por aquilo que, muitas vezes, vem publicado no DIÁRIO DA REGIÃO, até mesmo através de declarações do presidente da Câmara do Montijo, Nuno Canta”, admitiu Luís Franco, criticando de seguida: “O ministro deveria envolver os dois municípios, Alcochete e Montijo, que são aqueles que têm maior interesse na questão, de igual forma, na participação do processo.”
A questão foi levantada pelo presidente da Câmara, no período de intervenção do público, na recta final da sessão, para dar nota de qual será o posicionamento do município, positivo ou negativo, à eventual vinda do aeroporto complementar à Portela para a Base Aérea n.º 6 do Montijo. O edil revelou que já há muito entregou um caderno de encargos à ANA, que contempla algumas situações que a autarquia considera essenciais – impacto ambiental e acessibilidades, entre outras – para concordar com a “aterragem” do aeroporto na região.
“Está previsto que os estudos de impacto ambiental sejam apresentados em Março de 2017”, disse, salientando que a posição do município alcochetano será favorável desde que a implantação da nova infra-estrutura aeroportuária “não afecte a qualidade de vida” das populações locais, pesando também o impacto ambiental que possa vir a ter na zona.