Ao contrário do que conseguiu fazer na temporada passada (empates 0-0 no Bonfim e 1-1 no Dragão), o Vitória de Setúbal não teve ontem de noite argumentos para travar o FC Porto, no Estádio do Bonfim, em partida da 14.ª jornada da I Liga. Os dragões venceram de forma categórica, por 0-5, num jogo em que ao intervalo os comandados de José Couceiro (expulso por protestos ainda no primeiro tempo) já perdiam por 0-3.
Com este resultado, os vitorianos somaram a quinta derrota consecutiva no campeonato (seis se juntarmos a derrota na Taça de Portugal com o Benfica) e mantêm-se na zona perigosa da classificação (antepenúltimo), apenas com dois pontos de avanço para os lugares de despromoção ocupados por Moreirense e Estoril.
Já o FC Porto, depois dos empates com Desportivo das Aves (1-1) e Benfica (0-0), os comandados de Sérgio Conceição não sentiram dificuldades em golear os sadinos. Aboubakar, autor de um hat-trick, foi a figura de um encontro em que Marega (bisou) também se destacou na noite de temporal que se abateu ontem de noite em Setúbal.
Os sadinos entraram melhor e criaram a primeira oportunidade de golo aos três minutos. Edinho (rendeu o habitual titular Gonçalo Paciência, impedido de jogar por estar cedido pelos ‘dragões’) rematou para defesa de José Sá, após bom lance de ataque protagonizado por João Amaral e João Teixeira.
O FC Porto, que actuou com Maxi e Reyes no onze inicial (Felipe e Corona foram suplentes), respondeu no minuto seguinte através de um cabeceamento de Aboubakar que passou sobre a trave da baliza defendida por Cristiano. Com os comandados de Sérgio Conceição já por cima no jogo, a equipa ameaçou de novo a baliza de Cristiano. Aos 12 e 16 minutos, Aboubakar e Marega, respetivamente, visaram a baliza dos setubalenses, mas ambos os remates saíram à figura do guarda-redes.
Com dificuldades em entrar no último reduto dos portistas, só de meia distância o Vitória de Setúbal conseguiu incomodar José Sá. João Amaral, aos 18 minutos, rematou cruzado do flanco esquerdo para intervenção tranquila do guardião. A melhor oportunidade de golo surgiria, no entanto, junto da baliza vitoriana, aos 24 minutos. Desmarcado por Marega, Brahimi não teve engenho para ultrapassar o guarda-redes Cristiano que impediu o primeiro golo do jogo ao defender com o pé.
Depois de várias ameaças, os ‘dragões’ chegaram, sem surpresa ao 0-1, aos 32 minutos. Aboubakar, de cabeça, fez o golo após canto apontado por Alex Telles na esquerda. Os jogadores sadinos – que exigiram a consulta do vídeo-árbitro (Tjuiz não atendeu às pretensões) – reclamaram falta do avançado, acabando José Couceiro por ser expulso devido aos protestos.
Na frente do marcador, os portistas não abrandaram o ritmo conseguindo ainda no primeiro tempo ampliar a vantagem por duas vezes. Depois de uma ‘bomba’ de Danilo que quase deu golo, aos 37, Marega marcou numa jogada de insistência (40). Sem marcação, depois de Aboubakar ver Cristiano travar o primeiro remate e Maxi acertar no poste esquerdo, o maliano empurrou para o 2-0.
Já em tempo de compensação, o árbitro Tiago Martins assinalou grande penalidade por falta de Vasco Fernandes sobre Aboubakar. Depois do juiz lisboeta consultar as imagens do vídeo-árbitro e confirmar o penálti, Aboubakar bisou no encontro, permitindo ao FC Porto ir para intervalo com uma vantagem confortável de três golos.
No segundo tempo, o Vitória acercou-se várias vezes da baliza de José Sá, mas sem efeitos práticos. A melhor oportunidade para marcar foi de João Teixeira. Aos 60 minutos, o médio, emprestado pelo Benfica, rematou do ‘meio da rua’ ao lado do poste direito da baliza dos ‘azuis e brancos’.
Já depois de Sérgio Conceição ter lançado Corona para o lugar de Brahimi (46) e André André para o de Ricardo (65), o FC Porto chegou ao 4-0, aos 69, por intermédio de Aboubakar que, ao fazer o ‘hat-trick’ igualou Bas Dost no segundo lugar da lista dos melhores marcadores do campeonato (12 golos).
Tal como Aboubakar, Marega também fez questão de voltar a celebrar um golo na sua conta pessoal no Bonfim. Aos 82 minutos, o atacante aproveitou uma falha de Nuno Pinto para ficar na cara de Cristiano, fazendo um ‘chapéu’ que só parou no fundo da baliza, ampliando o marcador para o 0-5 com que terminou o encontro no Estádio do Bonfim.