Domingo no Mundo e Music Mov ganharam o concurso público para o serviço de concessão e direcção artística do festival para três anos
O Sol da Caparica, no parque Urbano da Costa da Caparica, regressa mais uma vez em Agosto, mas agora organizado por um consórcio de duas empresas, Domingo no Mundo e Music Mov, ambas apuradas através de concurso público, e ganharam o serviço de concessão e direcção artística do festival para 2024 e até 2026.
A proposta aprovada na reunião de câmara de 4 de Março, com os seis votos a favor dos eleitos do PS e PSD e cinco contra da CDU e BE, vai agora ser submetida à apreciação da Assembleia Municipal onde, pela conjugação das forças políticas, deverá ser aprovada.
Durante estes três anos, através do definido nas regras do concurso, a Câmara de Almada, que participa na organização do festival, vai receber uma contrapartida financeira. Segundo o vereador José Pedro Rodrigues, esta verba vai ascender a “123 mil euros”, ou seja, na ordem dos “41 mil euros por cada edição do festival”.
Segundo a presidente da Câmara Municipal, Inês de Medeiros, este dinheiro vai ser “reinvestido em Almada e na Costa da Caparica”.
Organizado desde 2019 pela empresa Conquista Padrão, do Grupo Chiado, e que também apresentou uma proposta no novo concurso público, o modelo de gestão financeira será agora invertido: “Em vez de ser a Câmara a pagar, vai receber dinheiro”, focou Inês de Medeiros, que por isso não entende o voto contra dos quatro eleitos da CDU e da eleita do BE.
“Temos agora um processo totalmente transparente, com base num concurso público, que representa uma poupança muito significativa com melhoria da adesão das pessoas e quase duplicação da programação. Isso merece voto contra?”, questionou a autarca na reunião pública. “Quero partilhar aqui a minha estupefacção”, acrescentou.
A Indignação de Inês de Medeiros foi ampliada depois da CDU e BE votarem a favor do contrato programa de Desenvolvimento Desportivo para a realização do Caparica Surf Fest, que se realiza já entre 26 e 30 de Março. Um evento em que autarquia em vez de receber dinheiros, tem de patrocinar financeiramente.
Segundo o vereador Filipe Pacheco, o esforço do apoio financeiro participado pela autarquia tem diminuído nos últimos dois anos na ordem dos 25%, mas mesmo assim é um custo.
Acrescentou Inês de Medeiros, que o custo para a câmara com o Caparica Surf Fest – que ainda absorve in vestimento directo -, somado a O Sol da Caparica “representavam custos que ultrapassavam os dois milhões de euros. Eram muitos milhares de euros”, afirma a presidente.
São razões para realçar o facto da oposição ter votado contra a nova ‘formula’ de O Sol da Caparica, que agora, diz vai ‘dar’ dinheiro para a câmara. “São votos com falta de argumento, que são votados em silêncio. Estrou certa que nas redes sociais encontrarei falsidades a tentar justificar o injustificável”, e sobre isto a oposição nada disse.
Por parte da oposição, apenas e ouviu o vereador António Matos, eleito pela CDU a afirmar que foi “em boa hora que a Câmara de Almada” iniciou o Caparica Surf Fest – ainda nos mandatos da CDU, assim como O Sol da Caparica – competição esta que “continua a ser uma referência no panorama da prática do surf que afirma a centralidade da Costa da Caparica neste contexto”.