Lusitano tem a melhor defesa da prova e levou a melhor sobre o ataque mais concretizador
Por culpa própria (tantas foram as ocasiões de golo desperdiçadas) e por mérito do adversário (que montou uma autêntica muralha à frente da sua baliza), o Vitória foi este domingo derrotado, por 1-0, no Estádio do Bonfim, pelo Lusitano de Évora, em partida da 19.ª jornada da série D do Campeonato de Portugal. Após quatro êxitos consecutivos, um único golo dos alentejanos – apontado pelo nigeriano Sele Davou aos 18 minutos – bastou para o 3.º classificado regressar a casa com os três pontos na bagagem.
Apesar do desfecho negativo num jogo em que o guardião Marcelo Valverde foi o melhor em campo, os comandados de José Pedro mantêm-se na liderança da prova (41 pontos), mas viram os perseguidores Moncarapachense (2.º com 40 pontos), Lusitano e Sintrense (3.º e 4.º ambos com 33) e Barreirense (5.º com 30) encurtarem a distância na tabela depois de vencerem os respectivos encontros.
Além de se terem defrontado o líder e o 3.º classificado da competição, o confronto do Bonfim teve a curiosidade de colocar frente a frente os sadinos, detentores do melhor ataque na prova (34 golos), e os eborenses que, com apenas sete golos sofridos em 18 partidas, têm a melhor defesa. Coesos e organizados no sector mais recuado, os alentejanos mantiveram o perigo afastado da sua baliza nos minutos iniciais.
Com dificuldade em entrar no último terço do terreno, o Vitória foi a primeira equipa a apanhar um susto no jogo. Aos seis minutos, o Lusitano ficou perto do golo na sequência de um contra-ataque rápido desenvolvido pelo flanco direito, o nigeriano Sele Davou lançou o guineense Lane Nhaga que, já no interior da área, rematou cruzado ao lado do poste direito da baliza de Tiago Neto.
Depois do aviso, o conjunto de Évora inaugurou o marcador, aos 18 minutos, utilizando a fórmula que tinham usado no lance anterior. Num contra-ataque veloz, Lane Nhaga ganha no confronto físico com Lourenço Henriques e lançou o Sele Davou, que depois de ter ganhado metros em velocidade disparou cruzado e colocado para o 1-0 do Lusitano, que gelou os as bancadas do Bonfim.
Em desvantagem no marcador, os vitorianos esboçaram uma reacção e ameaçaram o golo aos 21 minutos, momento em que Diogo Sequeira cruzou na direita para o segundo poste onde surgiu Daniel Carvalho a rematar ao lado da baliza. Numa fase em que o cronómetro jogava a favor do adversário, os sadinos mostravam-se atabalhoados na procura do golo. Exemplo disso aconteceu aos 28 minutos quando Caleb rematou de fora da área contra um opositor quando tinha vários colegas em boas condições para receber a bola.
Na melhor ocasião que tiveram para marcar antes do intervalo, faltou pontaria Diogo Sequeira que, aos 31 minutos, após assistência de Joel Monteiro, rematou a rasar o poste direito da baliza defendida por Marcelo Valverde. Aos 42, Daniel Carvalho, de canto diretcto, tenta surpreender o guardião dos alentejanos, que desviou a bola pela linha de fundo, mantendo-se o 1-0 favorável para o Lusitano no final do primeiro tempo.
No segundo tempo, o Vitória entrou a todo o gás e só não chegou ao empate porque Marcelo Valverde travou a dois tempos o remate de Heliardo em zona de finalização privilegiada, após cruzamento de António Montez da direita. O festival de golos perdidos conheceu dois novos capítulos aos 53 e 58 minutos quando, depois de cruzamentos de Heliardo, Diogo Sequeira, ao segundo poste, falhou emenda quando tinha a baliza à sua mercê.
Já com Paulo Lima e Joca em campo – substituíram Daniel Carvalho e Mauro Antunes (58 minutos) –, o Vitória ficou a centímetros do empate quando Joca, aos 66, rematou de fora da área ao lado do poste esquerdo. Na fase em que o Vitória mais pressionava, duas defesas monumentais de Marcelo Valverde, aso 76 e 77 minutos, impediram que Flavinho e Heliardo, respectivamente, repusessem uma igualdade que já há muito se justificava.
Até ao final, numa fase em que o adversário aproveitava todas as oportunidades para faze anti-jogo, o Vitória não conseguiu ter a clarividência para fazer mossa na baliza contrária. Antes do apito final do árbitro Isidro Moreno, que foi sempre muito permissivo com as claras perdas de tempo do Lusitano, o jogo entrou numa fase muito quezilenta. Neste período, o director dos sadinos Carlos André foi expulso de um jogo em que tudo correu mal ao Vitória.
Futebol feminino: Vitória cai em Braga nos ‘quartos’ da Taça de Portugal
Após uma campanha meritória na edição 2023/24 da Taça de Portugal, o Vitória, da 2.ª Divisão, falhou no sábado o apuramento para as meias-finais da Taça de Portugal feminina de futebol ao perder, por 2-0, na casa do SC Braga, 3.º classificado do escalão principal. No Estádio Municipal 1º de Maio, um auto-golo de Madalena Louro, aos cinco minutos, e Bia Meio-Metro, aos 15, contruíram o triunfo das minhotas no confronto dos quartos-de-final.
Depois de afastarem as comandadas de Cláudia Cruz, as bracarenses vão agora medir forças com outra equipa filiada na Associação de Futebol de Setúbal. Trata-se do Racing Power, do concelho do Seixal, que venceu o Gil Vicente, por 2-0, com golos de Nerimar Suárez e Ivânia Moreira. As meias-finais da prova, serão disputados a duas mãos, a 28 de Março e 21 de Abril, estando a final marcada para 18 de Maio, no Estádio Nacional, no Jamor.