26 Junho 2024, Quarta-feira

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Resistentes antifascistas preparam alunos de Setúbal para concurso nacional

Resistentes antifascistas preparam alunos de Setúbal para concurso nacional

Resistentes antifascistas preparam alunos de Setúbal para concurso nacional

Meia centena de estudantes da Escola Secundária Lima de Freitas vão participar na prova

 

Dois resistentes antifascistas ajudaram cerca de 50 alunos da Escola Secundária Lima de Freitas na preparação dos jovens para a quarta edição do concurso nacional “História Militar e Juventude”. A Câmara Municipal de Setúbal dinamizou este encontro para melhor preparar os estudantes para esta iniciativa, que este ano é subordinada ao tema “O 25 de Abril na minha terra”.

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Com a dinamização do Serviço Educativo do Arquivo Municipal, este encontro, realizado na manhã de 2 de Fevereiro na Escola Secundária Lima de Freitas, contou com a participação de meia centena de alunos e de Antonieta Saragoça e Pedro Soares, da Delegação de Setúbal da URAP – União de Resistentes Antifascistas, tendo sido dado maior destaque à partilha de “experiências vividas na primeira pessoa”.

A caracterização do período final do Estado Novo e dos primeiros tempos após o 25 de Abril foi feita pelos dois convidados, tendo os oradores centrado a sua apresentação na guerra colonial e no fenómeno do acolhimento dos retornados das ex-colónias.

Convidados recordam períodos conturbados

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Antonieta Saragoça, professora reformada, recordou um período “em que não se podia ser contra os poderes instituídos, dos governantes e das elites reinantes”, sob pena de prisão, tortura e até morte. A educadora lembrou que, ao “contrário do que acontecia com os de então, os jovens de hoje, porque vivem em democracia, podem fazer certas escolhas pessoais, ter ideias diferentes e conviver”.

A professora descreveu também o “modo como se deu a inserção na vida social de quem vinha das ex-colónias, fugindo da guerra, e que em muitos casos eram pessoas que não conheciam o país ou tinham nascido cá”. Antonieta Saragoça considerou o processo como “difícil e complexo, num país empobrecido e sem um plano de acção global para acolher tantas pessoas ao mesmo tempo”.

Já o antifascista e desertor do Corpo Expedicionário Português, Pedro Soares, contou a sua experiência enquanto foragido em França. O antifascista descreveu a vida na clandestinidade após “sofrer perseguições e ver a vida ameaçada”, num caminho em que conviveu com personalidades que se iriam tornar célebres, como Manuel Alegre, José Mário Branco, ou Zeca Afonso, todos eles “sob o risco do escrutínio e da acção da PIDE”.

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Iniciativa regressa no final do mês

Este encontro teve como objectivo “preparar os alunos para melhor se poderem candidatar” ao concurso nacional “História Militar e Juventude” de 2024. Este está aberto aos alunos do 2.º, 3.º ciclo e secundário, do ensino regular e cursos profissionais, com idades compreendidas entre os 10 e os 19 anos.

O Grupo A, para alunos dos 10 aos 12 anos, aceita candidaturas até 28 de Abril, o Grupo B, dos 12 aos 15, do 3.º ciclo, até 8 de Maio, e o Grupo C, dos 15 aos 19, até 19 de Maio, todos em “diversas categorias e formatos”, sendo atribuídos “prémios em valores monetários tanto para alunos como para tutores”.

O Serviço Educativo prossegue com a sua colaboração a 28 de Fevereiro, com uma sessão promovida no espaço do Arquivo Municipal com uma turma do 9.º ano. Esta iniciativa irá contar com a participação da Delegação de Setúbal da URAP – União de Resistentes Antifascistas e da AJA – Associação José Afonso.

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