8 Maio 2024, Quarta-feira

Partidos de média dimensão podem beneficiar com eleição de novo deputado em Setúbal

Partidos de média dimensão podem beneficiar com eleição de novo deputado em Setúbal

Partidos de média dimensão podem beneficiar com eleição de novo deputado em Setúbal

Nova vaga cria forte probabilidade de haver menos votos “desperdiçados”. CDU, BE, Chega e IL são fortes candidatos ao lugar extra

 

O distrito de Setúbal vai eleger mais um deputado nas eleições legislativas de 10 de Março, algo que cria uma forte probabilidade de haver menos votos que são “desperdiçados” por parte dos eleitores, existindo a possibilidade deste deputado reforçar uma força política de média dimensão, ou seja, todas as forças partidárias com excepção do Partido Socialista (PS) e da Aliança Democrática (AD). Os representantes partidários estão satisfeitos com uma nova vaga e com expectativa que a mesma pertença à sua força política.

Para Humberto Teixeira, politólogo, o facto de haver mais um deputado por Setúbal não modifica muito a dimensão do círculo, sendo que tudo depende de como correr a votação.

“Eram necessários um pouco mais de 5% para garantir um deputado, agora é necessário apenas um pouquinho mais do que 5%, ou seja, antes era 5,5 e agora é 5,2”, refere.

Em declarações a O SETUBALENSE, Humberto Teixeira “desconfia” que este deputado poderá ir parar a uma força de média dimensão, ou seja, todas os partidos com excepção do PS e da AD, garantindo apenas que aquilo que se pode afirmar é que “haverá a forte possibilidade de haver menos votos que são desperdiçados” por parte dos eleitores, “porque havendo maior número de deputados eleitos há a probabilidade de não desperdiçar votos”.

“O que possivelmente vai acontecer é um reforço de alguns partidos que tiveram apenas um ou 2 deputados nas últimas eleições e poderá também haver um benefício para forças como a AD, que neste caso irá agregar os votos que na última eleição foram desperdiçados no CDS, que não foram convertidos em mandatos”, remata.

A perda de cerca de 2.500 eleitores por Viana do Castelo ditou que o círculo eleitoral tenha perdido uma vaga, enquanto o aumento de perto de seis mil recenseados em Setúbal fez com que tivesse conquistado um mandato.

Desta forma, Setúbal passa a eleger 19 deputados, e com este aumento passa a ser o terceiro distrito com mais deputados, a par de Braga, ficando à frente de Aveiro (16) e Leiria (10). Lisboa mantém-se como o maior círculo eleitoral (48 deputados), seguido pelo Porto (40).

Partidos satisfeitos com maior representação

Os representantes partidários das forças políticas eleitas em Setúbal estão, de forma geral, agradados com a eleição de mais um deputado no distrito sadino. Embora cada representante ‘puxe o lume à sua sardinha’, o sentimento geral é de satisfação pela possibilidade de Setúbal ter uma maior representação na Assembleia da República.

O PS, na voz de Paulo Lopes, considera que, embora sejam deputados da nação, estes são eleitos distritalmente, portanto “é um elemento que pode dar mais força ao distrito, aos investimentos que são necessários fazer no distrito”.

“Existem partidos que quando estão no poder não puxam pelo distrito, mas sabemos que quando o PS está no Governo existem grandes investimentos na região. A importância do distrito no País reforça-se ainda mais se este deputado for para o PS”, refere o socialista a O SETUBALENSE.

No entender de Paula Santos, cabeça-de-lista pela CDU, esta alteração reforça as perspectivas de eleger mais deputados na Assembleia da República. “Os deputados da CDU têm colocado sempre as questões do distrito e propondo as soluções para os problemas pelos diversos sectores”.

A líder parlamentar comunista, em declarações a O SETUBALENSE, garante que “os deputados da CDU honram os compromissos que assumem com as populações”.

Para Paulo Ribeiro, membro da lista da AD, como representante do PSD, às legislativas, quanto mais deputados Setúbal tiver “melhor é”, na perspectiva que “existem mais pessoas a defender a região”. No entender do presidente da Comissão Política Distrital de Setúbal dos social-democratas, o objectivo do PSD é “eleger mais deputados, não só mais um”. “Queremos ganhar e eleger o maior número de deputados possível, e esse 19.º deputado é mais um que queremos que acresça ao número de eleitos do PSD”, sublinha.

Para Luís Maurício, do Chega, ter sempre “mais alguém a defender Setúbal é algo concretamente melhor” para o distrito, garantindo que as probabilidades de o partido ter mais deputados “são maiores”, acreditando que o Chega pode “beneficiar” com esta vaga extra. “As previsões e as sondagens indicam que vamos conseguir eleger mais deputados pelo círculo de Setúbal”.

Joana Mortágua espera que o distrito “ganhe voz” no parlamento, mas que “ganhe uma voz que defenda os valores de Setúbal, através da democracia, que defenda os direitos laborais e o desenvolvimento sustentável”. Para a cabeça-de-lista do BE por Setúbal, há “muitos desafios” que a região de Setúbal vai ter de enfrentar nos próximos tempos, como a “questão climática e a crise da habitação”. “Espero que haja deputados e deputadas preparados para encontras boas soluções para esses desafios”, realça.

Já Flávio Lança, em representação da IL, o facto de haver mais um deputado eleito por Setúbal “não é condição suficiente para que efectivamente possa haver um benefício”, acreditando que pode existir um “maior contributo”, mas que “será residual”.

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