Henrique Carvalho, presidente do Núcleo, realça a forte adesão da juventude à arbitragem mas salienta que se deve mudar o paradigma para evitar desistências
O Núcleo de Árbitros de Futebol de Almada e Seixal, o mais antigo do país, comemorou na passada sexta-feira, o seu 64.º aniversário com a realização de um colóquio sobre futebol que juntou no mesmo painel árbitros, treinadores e jogadores e serviu também para homenagear o sócio fundador, José Luís Tavares, recentemente falecido.
O local da realização do evento – o auditório do edifício da Câmara Municipal do Seixal, estava repleto e entre a assistência, como convidados estavam diversas personalidades, nomeadamente Bruno Santos, vereador do pelouro de desporto da Câmara Municipal do Seixal; José Carlos Oliveira, em representação da Câmara Municipal de Almada; Lucílio Batista, do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol; Nuno Roque, da APAF; Luís Ramos, presidente do Conselho de Arbitragem da AFS e Francisco Cardoso, presidente da direcção da Associação de Futebol de Setúbal.
O colóquio que foi moderado por Gonçalo Monteiro, jornalista da Sport TV contou com a participação de André Narciso, árbitro da primeira categoria nacional; Tiago Batista, jovem árbitro da AF Setúbal; Edinho, ex-jogador de futebol e actual director técnico do Vitória Futebol Clube; Tiago Duque, jogador do mesmo clube; Sérgio Vieira, treinador do Estrela da Amadora e Henrique Silva, coordenador da formação do CD Cova da Piedade, que proporcionaram momentos muito interessantes contando vários episódios da sua vida desportiva e o papel de cada um no mundo do futebol.
União de grupo e proximidade com os clubes
No final, o SETUBALENSE falou com o presidente do Núcleo de Árbitros de Futebol de Almada e Seixal, Henrique Carvalho, que se mostrava satisfeito pela forma como tudo decorreu. “Estou muito contente com a festa, com o aniversário e com o colóquio que correu muito bem, foi uma experiência boa para todos”.
Henrique Carvalho, que é ainda jovem e presidente do NAFAS desde o mês de Junho, considera que o exercício de funções está a correr bem mas salienta que “teve de haver uma adaptação porque para além de ser presidente do Núcleo, trabalho numa empresa que é muito competitiva e sou árbitro num quadro que é também muito competitivo para subir ao nacional. Estou ainda numa fase de adaptação, a minha sorte é que conto com a colaboração do ex-presidente que está muito presente na vida do núcleo e é uma pessoa com quem posso contar”.
Sobre os projetos que pretende desenvolver durante o seu mandato frisou que um dos objetivos é “aumentar a união que existe no Núcleo”. Nesse sentido, “queremos criar uma sala de lazer onde vamos ter dardos ou matraquilhos para passarmos mais tempo enquanto sócios e enquanto comunidade. E, depois, outras coisas importantes que já começaram aqui no colóquio, a proximidade com os clubes; como é que os árbitros conseguem ganhar mais conhecimentos daquilo que é ser jogador e daquilo que os treinadores também precisam de fazer em campo e como nós todos conseguimos ganhar com essa experiência”.
Em relação à forte adesão da juventude à arbitragem, Henrique Carvalho é da opinião que “é bom que os números de captação estejam a aumentar. O grande problema é o número de retenção mas esse é um trabalho que escapa um bocadinho aos núcleos e até à própria associação. É um trabalho que compete mais ao Estado e ao Governo para ver como se pode mudar o paradigma, para que os árbitros deixem de passar por situações infelizes que os façam desistir da arbitragem”.