A crise na comunicação social

A crise na comunicação social

A crise na comunicação social

, Ex-bancário, Corroios
16 Janeiro 2024, Terça-feira
Francisco Ramalho

Como leitor, o Diário de Notícias e o Jornal de Notícias, publicaram-me centenas de artigos de opinião. Assim como participei inúmeras vezes no fórum da TSF.
O JN tinha uma página inteira dedicada à participação dos leitores. Mas, dar voz aos leitores e aos ouvintes, era apenas um pormenor destes três órgãos de referência da nossa comunicação social.
Agora está em causa a sua continuação.
Não seriam totalmente isentos e pluralistas, mas a incerteza que pesa sobre eles, para já, põe em causa centenas de postos de trabalho de outros tantos jornalistas e diversos colaboradores e a verificar-se o que se teme, seria um rombo na própria democracia.
É absolutamente lamentável como se permitiu que uma empresa como a Global Media, que para além dos títulos referidos, é ainda detentora dos jornais O Jogo, Dinheiro Vivo, e Açoriano Oriental (o jornal mais antigo do País. Para quem não saiba, o segundo é este, O SETUBALENSE)
vá parar às mãos de um fundo “sem rosto” norte-americano com sede nas Bahamas.
Para bem dos seus trabalhadores e da democracia, é urgente que o Governo mesmo na sua qualidade de gestão e o Presidente da República, assegurem a continuação destes órgãos de informação tão importantes e representativos da nossa comunicação social.
É conhecida a crise na imprensa escrita. Deve-se, talvez em grande parte, ao aparecimento da Internet. Mas os jornalistas continuam a ser absolutamente imprescindíveis à formação (da opinião pública) e à informação. O conteúdo dos jornais em papel, mas também on-line, a fonte, são eles. E em matéria de informação, não são os blogues e muito menos as redes sociais onde abunda a “palha e o lixo” e onde o que interessa, é tantas vezes retida a sua divulgação, que os podem substituir.
Não há democracia plena, sem uma opinião pública bem formada e informada. E mais, a informação isenta e pluralista, contribui até para o desenvolvimento regional e nacional. Não temos aqui um exemplo? Este jornal, O SETUBALENSE, não divulga o essencial do que acontece nos Municípios do distrito de Setúbal? Da nossa região? E não dá voz aos diversos colaboradores, independentemente do espectro político-edielógico, onde se situam? E não é também porta-voz dos partidos através dos deputados eleitos no distrito?
Embora não sendo jornalista nem especialista na matéria, mas mais haveria para dizer. Termino como mais um exemplo sobre a importância e o impacto dos jornais. Sobretudo os que tinham possibilidade e davam voz aos seus leitores.
A editora “Edições Vieira da Silva”, publicou em 2013 e depois em 2.ª edição, um livro com o título, “Os Leitores também Escrevem”. Trata-se de uma coletânea de textos publicados nos últimos 15/20 anos, por 12 leitores e leitoras (onde me incluo) de todo o País, em jornais e revistas nacionais.
O prefácio é do jornalista José Vítor Malheiros, a nota final do investigador da Universidade do Minho, Fábio Ribeiro, e a coordenação de uma das leitoras e autora, Céu Mota, de Santa Maria da Feira.

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