Primeira edição do evento destacou a responsabilidade da autarquia na defesa do património material e imaterial
A primeira edição das Jornadas Bienais de Estudos Locais de Setúbal teve como principal destaque o papel da história local na construção da identidade territorial e a responsabilidade da autarquia na defesa do património material e imaterial de Setúbal. O evento da passada sexta-feira, organizado pela Câmara Municipal de Setúbal, reuniu, no Mercado do Livramento, vários especialistas para analisar temas relacionados com vários aspectos da “história do concelho, referentes a épocas distintas”.
Pedro Pina, vereador da Cultura, destacou a importância de “conhecer, estudar e investigar o passado” para melhor perceber o futuro, sublinhando também que as jornadas são sinal da “importância” dada pela autarquia sadina à história local, destacando o trabalho desenvolvido ao longo dos anos pelo município “na promoção de espaços de debate sobre o património material e imaterial do concelho”.
Já Diogo Ferreira, investigador da Câmara Municipal, assinalou que o encontro é “uma oportunidade para os historiadores se conhecerem e partilharem mais conhecimento”.
A primeira edição das jornadas continuou com uma apresentação a cargo de Beatriz da Silva, que ‘educou’ a plateia sobre a presença de judeus em Setúbal durante o século XV.
“A comunidade judaica de Setúbal habitava o espaço central dentro das muralhas, entre Santa Maria e São Julião. Para todo o século XV, há referência de 120 judeus em Setúbal, a maioria eram profissionais dedicados aos têxteis”, divulgou a historiadora.
O encontro prosseguiu com uma intervenção de Ana Cláudia Silveira, investigadora que falou do protagonismo, durante a época medieval, das instituições locais de assistência, como a Confraria de Nossa Senhora da Anunciada ou o Hospital de João Palmeiro, que davam, por exemplo, apoio a peregrinos.
Já o chefe do Gabinete de Promoção e Divulgação do Património Histórico, José Luís Catalão, falou sobre o mosteiro de Setúbal e as freiras clarissas. “A maior parte das pessoas chama convento ao mosteiro de Jesus, que é o nome mais apropriado, porque acolhia monjas”, referiu.
As Primeiras Jornadas Bienais de Estudos Locais de Setúbal incluíram ainda, no sábado, 14 de Outubro, entre as 10h00 e as 12h00, um passeio a bordo da embarcação Maravilha do Sado.