Marta de Menezes:“Temos o privilégio de estar num local onde a comunidade artística e cultural é muito activa”

Marta de Menezes:“Temos o privilégio de estar num local onde a comunidade artística e cultural é muito activa”

Marta de Menezes:“Temos o privilégio de estar num local onde a comunidade artística e cultural é muito activa”

Directora artística da Cultivamos Cultura garante estarem “extremamente orgulhosos” com o que têm vindo a conquistar e diz que futuro passa por “continuar a solidificar a oferta e programação”

 

A Cultivamos Cultura surgiu há 14 anos, da oportunidade de haver um espaço em território odemirense que recebesse artistas para o desenvolvimento de projectos de investigação em arte contemporânea.

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A O SETUBALENSE, a directora artística da Cultivamos Cultura explica que o projecto é desenvolvido na casa da família materna do marido, até porque Marta de Menezes e Luís Graça são de Odemira.

Trata-se de um projecto que “mantém uma estratégia de ligação forte à comunidade local de criadores e indústrias criativas”, assim como “à comunidade nacional e internacional”. “Somos parte de uma comunidade local muito rica e interessada”, garante Marta de Menezes.

Além de conferências, ‘escolas de Verão’ e actividades interpretativas para várias faixas etárias, a Cultivamos Cultura tem tido, “nos últimos seis anos, uma média de 20 residências por ano, quatro exposições em Portugal e três a cinco exposições internacionais”.

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O balanço do trabalho desenvolvido ao longo dos anos é positivo, com a directora artística a afirmar que são já considerados “uma instituição de extrema relevância nacional e internacional de arte contemporânea”.

 

Qual a importância do projecto para o concelho de Odemira?

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Penso que qualquer projecto artístico que tenha como objectivo ajudar, tornar possível projectos de artistas e dar a conhecer o trabalho artístico ao público nacional e internacional é sempre uma valoração para qualquer zona do País.

A Cultivamos Cultura já tem 14 anos. Desde o seu início que mantém uma estratégia de ligação forte à comunidade local de criadores e indústrias criativas, mas também à comunidade nacional e internacional de criadores. É fruto do nosso trabalho contínuo e perseverante todo o reconhecimento que temos quer a nível local, nacional e global.

 

Consideram que actualmente é fácil fazer-se cultura?

Cultura não é fácil nem difícil, cultura faz-se, sempre, de uma forma ou de outra.

 

Quantos criadores artísticos já acolheram?

Muitos, não sei exactamente. Nos últimos seis anos temos tido uma média de 20 residências por ano, quatro exposições em Portugal e três a cinco exposições internacionais. Isto, além das conferências que organizamos como o ‘FEMeeting’, as “escolas de Verão” e actividades interpretativas para várias faixas etárias.

 

Das obras que resultaram destas residências, há alguma que destaquem?

A colecção, ela mesma será o que devemos destacar. Temos perto de 200 obras de arte contemporânea, de artistas nacionais e internacionais que guardamos, preservamos, e expomos quando temos ocasião para isso. Temos um projecto – o arc-hive – iniciado especificamente para preservar e garantir a documentação da nossa colecção, em conjunto com trabalhos de outras instituições internacionais online que decorre desde 2022.

 

De que forma são acompanhados estes residentes?

Os residentes têm níveis de acompanhamento diferentes. Alguns preferem estar sozinhos e calendarizam a sua residência em alturas do ano que temos menos pessoas na casa, outros preferem estar em partilha com outros e escolhem alturas mais atarefadas.

 

Desenvolvem um programa de grandes exposições que têm sido apresentadas a nível nacional e internacional. Destacam alguma exposição?

A exposição que destacamos será a Alter(ação), que nos foi inicialmente comissariada pelo Centro de Arte e Cultura da Fundação Eugénio de Almeida e que depois foi para Espanha, para o Museu MEIAC. Como instituição nacional que desde sempre teve uma rede internacional muito forte, sempre tivemos uma visibilidade internacional grande. Sempre fez parte da nossa estratégia juntar e trazer aos mesmos espaços (incluindo o da Cultivamos Cultura) arte contemporânea, feita por artistas portugueses e internacionais. Não há diferenças qualitativas derivadas da origem dos artistas, arte é arte seja de onde for, e boa arte não tem nacionalidade só o artista é que tem. Desta forma não há razão para não pensarmos simplesmente em arte contemporânea.

 

Realizam diversos outros trabalhos, como workshops, palestras e simpósios, a escola de Verão e recebem estágios. De que forma conciliam todas estas actividades?

Com uma equipa fantástica, dedicada e apaixonada pelo que faz. Temos todos um brio em fazer as coisas bem, sem complicar e oferecer um bom serviço.

 

Ao nível da comunidade local, o interesse demonstrado é o que esperavam?

Supera todas as expectativas. Somos parte de uma comunidade local muito rica e interessada! Temos o privilégio de estar num local onde a comunidade artística e cultural é muito activa, atenta e interessante. Tentamos contribuir para essa comunidade e esta responde sem excepção.

 

Contam com diversos patrocinadores e parceiros, além de que a Cultivamos Cultura é actualmente financiada pela Direcção-Geral das Artes.

O apoio da Direcção-Geral das Artes e da Câmara de Odemira são fundamentais para manter uma programação regular e uma equipa robusta e focada no trabalho da associação. Além disso, os projectos que temos dedicados a temas e assuntos específicos ou para actividades particulares permitem que a programação seja intensa e diversificada. Temos projectos europeus e nacionais a decorrer que derivam de parcerias com instituições nacionais e internacionais.

 

Quais os principais desafios enfrentados?

O principal desafio é garantir a qualidade com que recebemos os artistas, crescemos e mantemos a nossa colecção, produzimos e apresentamos as nossas actividades e desenvolvemos as nossas parcerias. Tudo o resto é só trabalho.

 

A Cultivamos Cultura está satisfeita com o que tem conquistado?

Estamos extremamente orgulhosos de tudo o que temos vindo a conquistar. Temos crescido com resiliência e perseverança, conquistando a confiança e admiração dos artistas e parceiros. Temos uma programação diferenciada e com qualidade demonstrada. Somos, por tudo isto, considerados uma instituição de extrema relevância nacional e internacional na arte contemporânea.

 

Quais os objectivos de crescimento do projecto para os próximos anos?

Continuar a solidificar a nossa oferta e programação em termos de qualidade e condições que podemos oferecer para os artistas, para o público e para a educação cultural em geral.

 

E o que está a ser pensado para o futuro?

Mais parcerias, outros artistas, melhores condições de acolhimento de pessoas e actividades e uma constante solidificação do que já temos feito até agora.

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